Linha cruzada
Dirigentes de partidos alinhados a Jair Bolsonaro e ministros recém-nomeados têm expressado ao presidente eleito preocupação com os ruídos na comunicação dos seus planos e a ausência de um porta-voz para a equipe de transição. Desencontros entre o próprio Bolsonaro e seu futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, e manifestações dos filhos do capitão reformado criaram a impressão de que o discurso do novo governo é desconexo e improvisado, dizem esses aliados.
lugar de fala Um cacique do DEM diz que o novo governo não conseguirá viabilizar seus projetos no Congresso se ficar limitado à estratégia de comunicação atual, centrada nas redes sociais, sem buscar diálogo mais consistente com os líderes partidários.
não, obrigado O empresário Paulo Marinho, amigo de Bolsonaro e eleito suplente de seu filho Flavio no Senado, convidou o jornalista Fábio Santos, secretário de comunicação da Prefeitura de São Paulo, para chefiar a área no futuro governo. Segundo auxiliares do presidente eleito, ele não aceitou o convite.
o que importa A integrantes da equipe de transição, Paulo Guedes tem enfatizado que no momento está mais preocupado em convencer o mercado de que ajuste fiscal, reforma da Previdência e autonomia do Banco Central são prioridades para Bolsonaro do que em aprovar medidas específicas no Congresso agora.
de mal Integrantes da chamada bancada da bala no Congresso se dizem frustrados com o tratamento recebido de Bolsonaro. Parlamentares dizem que o futuro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEMRS), dificulta a aproximação com o presidente eleito.
deu motivo Bolsonaro manteve contato frequente com membros da bancada durante a campanha eleitoral, mas não se encontrou mais com eles depois que o líder do grupo, Alberto Fraga (DEM-DF), se lançou como futuro ministro da articulação política.
fica para depois O presidente eleito avisou os deputados que o projeto de lei que prevê a revisão do Estatuto do Desarmamento, uma das prioridades da bancada, só deve ser analisado no ano que vem, assim como outras pautas de interesse do grupo.
vai faltar A economia possível com o fim do auxílio-moradia de juízes e procuradores, que ainda depende do julgamento de ações que estão no Supremo Tribunal Federal, será insuficiente para cobrir os custos do aumento dos salários no Judiciário, aprovado pelo Congresso nesta quarta (7).
ponta do lápis A proposta de Orçamento encaminhada pelo governo reserva R$ 448 milhões para o pagamento do benefício a funcionários dos tribunais e do Ministério Público Federal em 2019, menos da metade do impacto que o aumento aprovado nesta semana terá nas contas do governo.
veja bem Representantes de juízes e procuradores pedirão audiência ao ministro Luiz Fux, relator das ações que estão no Supremo, para tentar convencê-lo de que o auxíliomoradia não pode ser extinto. Decisões de Fux estenderam o benefício a magistrados de todo o país há quatro anos.
dever de casa Advogados que acompanharam nesta semana as audiências da juíza Gabriela Hardt, substituta de Sergio Moro na condução da Lava Jato no Paraná, dizem que ela demonstrou conhecer em detalhes o processo em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é réu por causa da reforma de um sítio em Atibaia (SP) por empreiteiras.
contrato assinado Moro, que assumirá o Ministério da Justiça com Bolsonaro, se comprometeu com o governador eleito de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), a buscar recursos para ajudá-lo a criar um núcleo de combate à corrupção e ao narcotráfico no estado.
dobradinha A futura ministra da Agricultura, Tereza Cristina (DEM), pretende ter como braço direito na pasta o deputado Marcos Montes (PSDMG), que é da bancada ruralista e não disputou a reeleição.
Revelou-se uma absurda e perplexa indiferença diante das dificuldades do país. É mais um peso nas costas do brasileiro Do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), sobre a aprovação do aumento do salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal pelo Senado com Thais Arbex e Julia Chaib