Eduardo Bolsonaro adia viagem aos EUA
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), decidiu adiar a viagem que faria para os Estados Unidos na próxima semana. A nova data ainda não foi divulgada.
Segundo Filipe Martins, assessor para relações internacionais do PSL que acompanharia o deputado na viagem, a decisão foi tomada porque Eduardo terá que se dedicar a compromissos ligados à transição de governo nos próximos dias.
Eduardo afirmou na terça (6) que iria aos EUA na próxima segunda (12) para se encontrar com autoridades, entre elas o vice-presidente, Mike Pence, e o secretário de Estado, Mike Pompeo.
A viagem, como escreveu em rede social, seria “parte de um esforço inicial de aproximação e boa vontade entre o Brasil e os EUA, duas nações amigas que foram afastadas nos últimos anos por motivos ideológicos”.
A Casa Branca e o Departamento de Estado, contudo, não confirmaram esses encontros. O vice-presidente, por exemplo, não estará em Washington na próxima semana, mas na Ásia.
Eduardo afirmou que a sua viagem aos EUA foi promovida por um think tank (na verdade, um “pool de think tanks renomados de Washington”, segundo o assessor do PSL, sem especificar quais).
A Folha entrou em contato com 11 dos principais think tanks americanos para perguntar se estavam envolvidos na iniciativa: American Enterprise Institute, Atlantic Council, Brazil Institute, Brookings Institution, Cato, Council on Foreign Relations, CSIS, Hudson Institute, Peterson Institute for International Economics, The Heritage Foundation e The InterAmerican Dialogue. Desses, dez não estavam a par do assunto, e o Council of Foreign Relations não respondeu.
O estreitamento das relações entre os Bolsonaro e os EUA vem ocorrendo desde a campanha. Em outubro de 2017, Jair Bolsonaro participou de palestras com investidores na Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos e no Conselho das Américas.
Em agosto, Eduardo se encontrou com Steve Bannon, ex-estrategista-chefe de Donald Trump.
Em entrevista à Folha, Bannon afirmou que ficou “muito bem impressionado com Eduardo e seus assessores”. Disse ainda que, apesar de ter mantido contato com eles de forma informal durante a campanha, “eles não precisaram de nenhuma ajuda” porque “são muito sofisticados”.