surpreende com grande público
Surpreende com grande público
Evento realizado pela Revista Hotéis no Club Homs, na capital paulista, reuniu hoteleiros, engenheiros, arquitetos e fornecedores com palestras simultâneas
Um sucesso! O primeiro Fórum de Soluções Hoteleiras Revista Hotéis, realizado no último dia 15 de agosto no Club Homs, na Avenida Paulista, surpreendeu os participantes e organizadores. O encontro recebeu 258 pessoas, que se revezaram nas 12 palestras que aconteceram de forma simultânea, atendendo a gestores ligados a hotelaria, arquitetos e fornecedores.
O evento, que terá segunda edição em breve devido à grande adesão, teve como objetivo aproximar os profissionais da hotelaria, interessados na ampliação de seu portfólio de serviços com produtos de qualidade, a fornecedores que
por muitas vezes têm dificuldades de entender a política de compras de redes e hotéis independentes.
O Fórum de Soluções Hoteleiras contou com o apoio das seguintes entidades: FOHB — Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil; FBHA – Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação; ABIH Nacional — Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (e várias regionais) e a Resorts Brasil – Associação Brasileira de Resorts, que mobilizaram seus associados para participar deste Fórum.
Abertura em grande estilo
O evento teve início com dois palestrantes de peso: Guilherme Paulus, Presidente da GJP Hotels & Resorts e do Conselho Administrativo da CVC, e Trícia Neves, Consultora e Sócia diretora da empresa Mapie Gestão estratégica e Serviços.
Guilherme Paulus falou sobre a história da rede hoteleira, as aquisições de hotéis ao longo dos anos e planos de expansão. Segundo ele, “boa cama, bom chuveiro e internet de qualidade – este último que é grátuito em toda a rede – são itens que qualificam um hotel”. O executivo destacou ainda a importância da qualificação da equipe e premiações a agentes de viagens, que elevam o nível de atendimento e serviços prestados pelos empreendimentos.
Enquanto isso, a consultora Trícia Neves falou sobre a gestão de equipes na era da experiência, apresentando dados da atual geração que utiliza os hotéis e o que eles têm buscado. “Hoje as pessoas buscam por qualidade de vida, e assim arriscam mais. Não priorizam o trabalho, mas sim a flexibilidade de horários e desafios. É preciso buscar equilíbrio entre estas coisas. A geração Y, que está comandando nosso mercado, está se transformando através da tecnologia, lidando com o mundo de uma forma diferente. O ser humano está no centro, e isso inclui o colaborador”, explica Trícia.
Painéis concorridos
Após as duas primeiras palestras magnas, o Fórum de Soluções Hoteleiras deu continuidade aos painéis simultâneos. “Quais os planos de expansão das redes hoteleiras do Brasil?”, painel ministrado por Amilcar Mielmiczuk, Diretor de Novos Negócios da rede Blue Tree Hotels; Roberto Bertino, Presidente da Nobile Hotéis; Carlos Jacobina, Gerente de Desenvolvimento Brasil da AccorHotels e Renato Carvalho, Diretor de Desenvolvimento da Atlantica Hotels foi o primeiro tema debatido sob moderação de Diogo Canteras, Sócio-Diretor da Hotel Invest. O ponto comum entre os painelistas, é que o mau momento do setor imobiliário e da economia brasileira, não afetaram muito o setor de desenvolvimento hoteleiro em razão dos estudos de viabilidade para os projetos. Quanto a queda na taxa de ocupação, assim como a diária média, eles acreditam que em breve as medidas adotadas na economia comecem a surtir os efeitos e o retorno comece a aparecer.
Ao mesmo tempo, os painelistas Telma Bartholomeu, advogada especializada em Direito Ambiental; Alexandre Zubaran, ex-presidente do Costa do Sauípe e Nelson Ferraz Cury, Presidente da Topema, falaram sobre “Gestão de Resíduos Sólidos na hotelaria – Responsabilidades e Penalidades”, moderados pelo consultor Mario Cezar Nogales. Entre os pontos relevantes debatidos, destaque a Dra. Telma. “É preciso ter responsabilidade ambiental, que
está legislada no País e no município. A esfera civil é a reparação de eventuais danos e a administrativa pode levar ao embargo do negócio. O gerador de resíduos sólidos é sempre responsável. Se você não estiver calçado em documentos sobre o destino dos resíduos, isso pode acarretar em problemas legais. A multa para quem desrespeitar as leis ambientais vai de R$ 5 mil a R$50 milhões”, afirma a especialista. Alexandre Zubaran, que já foi Presidente do Complexo Costa do Sauípe, contou sobre sua experiência na gestão do empreendimento baiano, onde treinou equipes para separação de lixo, em que na época gerava 9 toneladas de lixo orgânico por dia, que precisavam ser armazenados a administrados. “Aprendi a tomar diversos cuidados, pois vamos com um pensamento
pragmático empresarial, mas também estamos lidando com gente, e cada um tem seu tempo”, disse.
Depois de um intervalo, o consultor Arthur Medeiros moderou o tema “O desafio de contratar fornecedores e implantar um hotel”, debatido por Francisco Santos, Sócio-Diretor da Padrão Argil; Daniela Facchini, Diretora da FH&S Hotelaria; Adriana Avalone, Gerente de Contratos Hamam Development e Maria José Gamballe, DiretoraExecutiva da G2 Implantação e Consultoria Hoteleira. Entre os principais pontos debatidos, destaque para a cumplicidade que na visão dos painelistas, deve ser o ponto ¬chave entre cliente e fornecedor como uma via de mão dupla: quando os dois trabalham juntos e em sintonia, ambos firmam uma relação de continuação do trabalho. Além desta sintonia, Francisco Santos completou
que a grande maioria dos profissionais que atuam no setor desconhecem o papel do implantador hoteleiro e criam rótulos. “Implantar um hotel é necessário muito planejamento e responsabilidade, pois você trabalhar com milhões de reais, é necessário seguir rígidos padrões das redes e confiar muito nos fornecedores para que eles entreguem os produtos dentro do prazo”.
Sempre atual, o tema “Eficiência energética na hotelaria” foi moderado por Caio Calfat, da Caio Calfat Estate Consulting, e levantado pelo especialista Ricardo Bezamat, Consultor na FBHA — Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação; Júlio Consentino, Diretor da Rentv; Dilson Jatahy Fonseca Jr, Presidente da ABIH Nacional e Márcia Arnoldi Donato, Engenheira na Green Haus.
Entre os debates, destaque para Ricardo Bezamat que apontou uma redução de 20 a 30% nos custos a partir de estudos e conhecimento na área, com processos administrativos de acordo com a demanda contratada do segmento. Segundo ele, todas as ações em prol da eficiência energética reunidas (painéis solares, reuso de água e gás, aquecimento de água, iluminação por LED, etc) permitem a redução de até 80% nos custos. “Hoje já existe o IPTU verde, que consiste na redução do imposto se comprovada a redução de energia em 30%. Palmas, no Tocantins, já está à frente neste sentido”.
Após o almoço, os fornecedores assistiram a palestra “Compra Inteligente – Gestão Eficiente”, debatido por Gabriela Gonzaga, Gerente de compras do hotel InterContinental São Paulo; Lucia Leite, Gerente de compras do Renaissance Hotel e Marriott Executive Apartments São Paulo e Waldir Alves, Gerente de compras corporativo do Hotel Unique e Unique Garden Hotel & Spa. Mesmo sendo redes ‘concorrentes’, em comum os painelistas afirmaram que os critérios para um fornecedor ser homologado é muito variável, tudo depende do tipo e categoria do produto/serviço que está sendo oferecido mas um coisa é
certa. As demandas e as exigências do hotel precisam ser atendidas, além de possíveis emergências que venham surgir no meio do caminho.
Manutenção preventiva
Enquanto isso na outra sala, os hoteleiros debateram a importância da manutenção preventiva na hotelaria, com a presença do Presidente da FBHA, Alexandre Sampaio; Lara Teixeira, Project Management Director Strategic da Wyndham Vacation e a arquiteta Marina Dillon, responsável pela área de retrofit da rede IHG – InterContinental Hotels Group. O debate foi moderado por Peter Kutuchian, Publisher do site Hôtelier News. Houve muitos pontos em comuns debatidos, mas o principal é que a manutenção planejada é mais barata que a emergencial, mas ainda a segunda etapa acaba acontecendo mais. No caso de hotéis franqueados da rede existe uma vistoria contratual de manutenção anualmente, com análise de qualidade, para ter a visão do hóspede. Muitas vezes esta visão pode ser expressada no feedback dos hóspedes em sites de avaliação como o TripAdvisor, que muitas vezes tratam sobre a
manutenção da estrutura e limpeza.
No fim da tarde, o processo de homologação de compras de redes e hotéis independentes foi tema levantado por Regina Segui, Diretora de Produto e Suprimentos da Atlantica Hotels; Joel Rosário, Gerente Corporativo de Compras do Royal Palm Resorts e Gabriela Spinola, Head of Procurement South America da AccorHotels, sob a moderação do jornalista Luiz Henrique Miranda.
Os critérios e procedimentos de homologação para os fornecedores que querem oferecer seus produtos e serviços para um determinado hotel foi o ponto alto dos debates. De acordo com Regina Segui, as homologações são categorizadas por bandeiras que vão de budget a luxo. Testes operacionais dos produtos e análise do possível fornecedor também são realizados para que se certifique da qualidade do que estão aprovando. Para Gabriella, da AccorHotels, o fato do fornecedor ser homologado não significa necessariamente que ele terá exclusividade sob a venda do produto, pois tudo depende da categoria em que estará. A participante enfatizou ainda a importância de estudar todo o histórico do fornecedor, se os impostos são pagos corretamente, se há o registro dos funcionários, etc. O pós-venda ainda foi muito citado como um ponto importante para a homologação da empresa uma vez que é fundamental saber como será o relacionamento com o fornecedor após a formalização do contrato.
Na outra sala, os painelistas Edison Passafaro, Coordenador de Acessibilidade da ABIH-SP; Silvana Cambiaghi, arquiteta e especialista em projetos de acessibilidade e Ricardo Shimosakai, Diretor Geral da empresa Turismo Adaptado e Consultor em Acessibilidade e Turismo alertaram o público sobre a nova legislação de acessibilidade que os hotéis devem atender o quanto antes. A moderação ficou a cargo de Gabriela Otto, Consultora e Diretora da HSMAI Brasil. A arquiteta Silvana Cambiaghi explicou que a necessidade de criar um desenho universal para os hotéis se deu a partir do aumento de mercado, com crescente número de cidadãos com deficiência provisória ou permanente, bem como pais com carrinhos de bebês, contemplando a diversidade. Shimosakai disse que todos devem
saber que acessibilidade é uma obrigação, mas nem todos sabem como fazer. Segundo ele, a falta de conhecimento e de enxergar este assunto com profissionalismo é o que atrasa o processo de adaptação dos empreendimentos. Já Passafaro apontou que o comportamento dos players envolvidos na implantação de um empreendimento acessível – engenheiros, arquitetos, proprietários e hoteleiros – é o que impacta na evolução da cultura deste tema.
Em seguida, Samuel Koch, Presidente da ABIH/SC – Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Santa Catarina moderou o painel “Como elaborar um bom projeto de arquitetura de interiores para um hotel?”, debatido pela arquiteta Consuelo Jorge, Diretora da Consuelo Jorge Arquitetos; Eduardo Manzano,
Diretor do escritório da Perkins + Will no Brasil e Thomas Michaelis, Diretor da Michaelis Arquitetos. Koch questionou os debatedores de como elaborar um projeto de arquitetura de um hotel. Segundo Michaelis, o tempo de duração gira em torno de sete ou oito meses e destaca o amplo conhecimento e a maneira de condução para sempre perceber com novos olhos a necessidade do vasto conhecimento a se explorar. Para Consuelo, tão importante quanto
o projeto arquitetônico é fundamental estudar a parte de interiores, a bandeira e as características de cada hotel, uma vez que sempre há algo novo e criativo para apresentar. Manzano aponta que resort é um caminho a ser investido e pode se tornar tendência no Brasil, junto com a chegada de hotéis lifestyle, com uma pegada mais jovem. Além disso, ressalta que o projeto deve ser desenvolvido com os funcionários do hotel, como a camareira, o técnico da manutenção e o gerente, pois eles vão conviver com o seu projeto no dia a dia.
Simultaneamente, o evento debateu a Segurança na Hotelaria com a presença do consultor hoteleiro Maarten Van Sluys; Adilson de Toledo Souza, Coronel e Diretor da On Time – Consultoria e Gestão de Segurança e Jessé Resende, Diretor da empresa SAGA Systems Brasil, que encerraram o evento sob a moderação do jornalista Paulo Atzingen, Publisher do Diário do Turismo. Maarten comentou sobre a importância de medidas preventivas que evitam determinadas situações que põem em risco a segurança e até a vida dos hóspedes. Segundo ele, existe fragilidades fortes dentro da operação hoteleira e o Brasil está muito atrás no que devemos fazer em relação à segurança. Jessé concordou e disse que o brasileiro ainda se preocupa muito pouco com a segurança, e é uma questão que deve ser controlada o tempo inteiro. Já Adilson de Toledo, que é coronel PM aposentado, compara a segurança no hotel com o seguro de um veículo, que só é valorizado por aqueles que um dia já precisaram dela. “Segurança não é só um problema da polícia. Devemos nos preocupar com tranquilidade, dignidade e salubridade, que são garantidos com a segurança – o que não acontece nos nossos dias. Esta é a primeira coisa que as pessoas visam quando vão escolher um destino turístico. Precisamos de uma mudança cultural”.
Encerramento e premiação
A Colortel, uma das mais atuantes empresas de locação de equipamentos para a hotelaria no Brasil, aproveitou o coquetel de encerramento do Fórum de Soluções Hoteleiras que aconteceu no Club Homs, na capital paulista para
sortear uma TV de led de última geração de 32 polegadas da marca Samsung. E o ganhador, foi Joel Rosário, Gerente Corporativo de Compras do Royal Palm Hotels & Resorts de Campinas (SP). Joel foi um dos vários profissionais do segmento hoteleiro que participou deste Fórum, e cada um deles possui bons motivos para comemorar. Puderam ter contato com 85 fornecedores de vários segmentos, assim como assistir a várias palestras com temas muito atuais e importantes. Os fornecedores, por sua vez, puderam encontrar renomados painelistas. No total o evento reuniu 258 participantes e nomes de peso da hotelaria nacional, como Manuel Gama (Presidente do FOHB), Roland de Bonadona (ex-CEO da Accor Hotels para as Américas), Rafael Guaspari (ex-VP de desenvolvimento da Atlantica Hotels), entre outros. Vários diretores e gerentes de desenvolvimento de redes nacionais e internacionais que operam no Brasil participaram do evento, assim como gestores da área de compras e suprimentos. A ACOHR Brasil — Academia Brasileira dos Compradores para Hospitalidade e Restaurantes foi quem promoveu o coquetel no final do Fórum para os hoteleiros e os fornecedores se confraternizarem e fazerem network.
Confira na galeria de fotos a seguir alguns dos participantes do I Fórum de Soluções Hoteleiras Revista Hotéis: