Mercado livre de energia
menor custo por serem produzidas por fontes renováveis”, completou Bezamat.
Com a previsão de queda acentuada de custo das placas fotovoltaicas nas próximas duas décadas, consumidores comerciais, residenciais e industriais vão começar a olhar para a energia fotovoltaica como uma excelente oportunidade para alcançarem independência energética.
Representando 25% de todo o consumo no Brasil, o Mercado Livre de Energia tem sido a solução para alguns hotéis no País. Os consumidores com demanda igual ou superior 500 kW negociam livremente as condições comerciais do seu contrato, como preço, índice de reajuste e prazo. No mercado livre, o consumidor tem dois tipos de contrato: o de energia, no qual firma diretamente com comercializadoras e geradores negociando livremente as condições comerciais, e o relativo ao uso da rede elétrica, pago às distribuidoras, cuja tarifa é regulada pela Aneel - Agência Nacional de Energia Elétrica.
Uma das empresas que tem acordo firmado com o fornecimento elétrico oriundo de usinas elétricas, térmicas a biomassa, pequenas centrais hidrelétricas e usina solar é a rede pernambucana Pontes Hotéis, administradora do Mar Hotel Conventions, Hotel Atlante Plaza e Summerville Beach Resort. De acordo com o Diretor Executivo do grupo, Luis Guilherme Pontes, a economia mensal na rede, representa uma redução média mensal em torno de R$ 60.000. “Através de contrato firmado com a CPFL Brasil, comercializadora do Grupo CPFL Energia, nos tornamos a primeira rede hoteleira a usar energia 100% limpa nos três empreendimentos. Começamos a operar com a energia do mercado livre em abril de 2016”, contou o Diretor.
O investimento realizado na subestação da rede foi em torno de R$ 50.000, obedecendo aos projetos técnicos solicitados pela concessionária. “O motivo da adesão ao mercado livre de energia não foi apenas o aspecto financeiro, que sem dúvida é importante, mas também o viés sustentável. Visto que a energia consumida é proveniente de fontes alternativas como usinas eólicas, pequenas centrais hidrelétricas e usina solar. Temos orgulho do fato de sermos a primeira rede do Nordeste, que temos conhecimento, a operar com energia ‘100% limpa’”, comemorou.
Os hotéis também trabalham com várias vertentes que ajudam a redução do consumo de energia. Realizam a troca dos equipamentos motores dos elevadores que foram substituídos por mais eficientes, a substituição gradativa da iluminação por luminárias de LED nas instalações e a conclusão da substituição dos equipamentos motores, em geral, por modelos novos e mais eficientes. “Também investimos em ar condicionado em versões ecofriendly. Todos os nossos hotéis estão operando com 100% de energia limpa: Mar Hotel Conventions e o Hotel Atlante Plaza, em Recife, bem como, o Summerville Beach Resort, em Porto de Galinhas. Juntos totalizam 822 unidades habitacionais. A torre mais recente do Mar Hotel, por ter sido construída em tempos mais tecnológicos, possui ainda outros mecanismos sustentáveis como sistema de aquecimento de água via solar e uma tecnologia que permite o reuso da água do chuveiro em descargas”, destacou Luis Pontes.
O Grupo Rio Quente, controlado pelas holdings Algar e FCL Participações e Investimentos S.A., atingiu 47% de economia energética após migrar do mercado cativo para o mercado livre de energia. A migração, que teve início em junho de 2016, já apresentou resultados: após a mudança, foi observada uma redução no custo pago de aproximadamente R$ 1.7 milhão, em oito meses, além de uma redução expressiva no consumo de combustível dos geradores de dentro da área do complexo, que funcionavam de segunda a sexta-feira, em horário de ponta (das 18h às 21h) por conta dos custos do mercado cativo, e que, agora, funcionam apenas quando falta energia da distribuidora. Quando comparados, o ano de 2016 teve um consumo de diesel 88% mais baixo que o anterior (foram cerca de 201.021,14 litros de diesel a menos). O consumo de gases também foi menor e apresentou redução de 492 tCO2e de Gases de Efeito Estufa.