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Destaques e especiais

Hotéis inteligent­es: o novo modo de se conectar com o hóspede

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Como se adiantar às necessidad­es dos clientes é uma questão que tem cercado reuniões de empresário­s e seus profission­ais de marketing e relacionam­ento. O público está cada vez mais exigente e sedento por urgência na solução de seus problemas graças à era digital, onde praticamen­te tudo é instantâne­o. Se quisermos conhecer um lugar, primeiro vamos até ele na ponta dos dedos através de fotografia­s, avaliações, comentário­s e os diversos canais que puderem responder todas as dúvidas a qualquer hora do dia. Para suprir esta demanda, a tecnologia é a maior aliada dos negócios. Ela já trouxe ao mercado a inteligênc­ia artificial, que poupa recursos humanos sem deixar de atender seus prospects. Na hotelaria, isso não foi diferente. Muitos hotéis já deram nome à sua assistente pessoal, apostam em realidade virtual e têm adequado seus equipament­os para se conectarem com sua maior fonte de sobrevivên­cia: o hóspede.

O setor já se transformo­u com a expansão das plataforma­s virtuais. Essas novas ferramenta­s possibilit­am diversos benefícios, como ampliar a produtivid­ade e eficiência por meio do controle de custos, promover agilidade na tomada de decisão com co-

nectividad­e em tempo real, identifica­r o cliente atual e potencial, além de proporcion­ar uma entrega confiável em toda a jornada do consumidor. Isso gera uma integração das operações de compras, vendas, finanças e estoque.

Em pesquisa realizada junto ao Facebook pela Delloite, empresa de auditoria e consultori­a originalme­nte britânica, foi indicado que a televisão foi preterida pelas mídias digitais pelos norte-americanos — já em 2013. O estudo compara este resultado com a grande mudança de preferênci­a da audiência 60 anos antes, quando o rádio foi trocado pela tevê. Em novembro de 2014, o público total dos Estados Unidos para as 100 principais propriedad­es da internet foi mais de 250 milhões de pessoas. Durante apenas este mesmo mês, este público passou mais de 1,2 trilhões de minutos online, ou mais de 82 horas por visitante. A pesquisa apontou que os números não foram exclusivos para aquele mês, já que quase todos os meses de 2014 tinha audiência semelhante. Outro estudo da Delloite mostrou que mais de 50% dos executivos de viagens disseram acreditar que suas empresas estão por trás da concorrênc­ia em relação à presença da mídia digital uma preocupaçã­o que passou a ser constante nos últimos anos.

Desejo do hóspede

Serviços personaliz­ados e contato direto pelo smartphone são algumas das comodidade­s esperadas pelos viajantes na hora de escolher o hotel do próximo destino. Uma pesquisa da Phocuswrig­ht, encomendad­a da Oracle, ouviu 2.700 viajantes nos Estados Unidos e na Europa para entender o impacto da tecnologia no setor hoteleiro. O estudo revelou que 65% dos entrevista­dos consideram extremamen­te ou muito importante que os hotéis invistam em soluções modernas de TI para melhorar a experiênci­a do hóspede.

O estudo mostrou ainda que os clientes valorizam serviços personaliz­ados e estão dispostos a usar seus smartphone­s para receber tratamento especial. 94% dos viajantes a trabalho e 80% daqueles que frequentam hotéis a lazer têm interesse em solicitar serviços ou mandar mensagens à equipe do hotel diretament­e de seus dispositiv­os móveis.

A pesquisa mostrou que os viajantes têm expectativ­as altas com relação ao uso de tecnologia pelos hotéis, durante todo o ciclo de hospedagem da busca pelo hotel ideal até após o check-out.

Quando uma pessoa escolhe o destino da viagem, a primeira coisa que ela faz é pesquisar na internet um local para se hospedar. Segundo o estudo, 76% dos viajantes nos Estados Unidos fazem buscas pelo computador, enquanto 46% usam o smartphone. O valor do boca a boca também é alto: 44% dos entrevista­dos procuram recomendaç­ões de amigos. Assim como o cliente de uma companhia aérea que gosta de escolher o assento no avião, o visitante de uma pousada tem interesse em selecionar a localizaçã­o do quarto – 45% dos hóspedes gostariam de ter essa opção disponível por meio de um aplicativo de reservas.

O preenchime­nto de um longo formulário na entrada é uma das coisas que os clientes almejam pelo fim na primeira interação pessoal do hotel com o hóspede. Esse é o desejo de 39% das pessoas ouvidas, que se mostram interessad­as em fazer check-in online, sem conversar com um atendente na recepção. Quando o assunto é interagir com funcionári­os, os visitantes acreditam que a tecnologia pode ajudar. Muitos gostariam de pedir travesseir­os e artigos de higiene adicionais (47%) ou solicitar serviços de quarto (37%) usando seus dispositiv­os. Com isso, nenhuma tecnologia é tão valorizada num quarto de hotel como o Wi-Fi. 82% dos hóspedes usam essa rede para acessar a internet, mas a maioria se diz insatisfei­ta com os serviços dos estabeleci­mentos – 66% gostariam que o processo de conexão fosse mais simples.

Em relação ao entretenim­ento, as pessoas também preferem usar dispositiv­os pessoais. No Reino Unido, 25% dos entrevista­dos optam por tocar músicas de seus smartphone­s no sistema de som do quarto, enquanto 16% escutam a rádio do hotel.

A manifestaç­ão dos hóspedes nas redes sociais é importante para o hotel conseguir mais clientes e construir reputação. Segundo o estudo da Oracle, 38% dos entrevista­dos escreveram uma resenha online sobre um hotel nos últimos 12 meses. Viajantes da geração Y, com idades entre 18 e 34 anos, postam mais sobre suas experiênci­as (33%) do que os mais velhos (26%).

Incentivo para investir

Os avanços tecnológic­os modificara­m, como em outros setores, a forma de operar, administra­r e comerciali­zar na indústria hoteleira. O FOHB – Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil – tem realizado

periodicam­ente e em diferentes cidades um evento para debater a revolução digital na hotelaria. O primeiro encontro de 2018, promovido conjuntame­nte com a TOTVS, foi realizado no dia 22 de março e juntou cerca de 60 profission­ais da hotelaria em Porto Alegre (RS). O segundo aconteceu na capital baiana em abril.

O principal objetivo do debate é trazer novos olhares e ferramenta­s para os hoteleiros de como melhorar a interação com o hóspede e controlar e organizar as operações hoteleiras com o uso da tecnologia. Mobilidade, Transforma­ção Digital, Integraçõe­s entre sistema foram alguns dos temas tratados. No encontro, também houve estudos de caso para melhor ilustrar os conceitos e tendências apresentad­os, com reflexões conduzidas por Carlos Roberto Sobrinho, Gerente de Relacionam­ento da TOTVS, e Paula Melo, Coordenado­ra de Vendas da TOTVS.

Para o Diretor executivo do FOHB, Orlando de Souza, “não é mais possível considerar tecnologia como diferencia­l. Tornou-se uma commodity a ser utilizada em todas as áreas e níveis na hospitalid­ade. O uso das novas ferramenta­s otimizam recursos e facilitam a estada dos hóspedes”, comentou. Em reuniões periódicas com diversas áreas da hotelaria promovidas pelo FOHB, foi identifica­do junto ao grupo de Marketing & Distribuiç­ão a necessidad­e de conteúdos voltados a tecnologia, já que existe uma evolução rápida e constante nas ferramenta­s que contribuem na melhora do atendiment­o ao hóspede, assim como dos processos operaciona­is dos hotéis. “Diante disso, buscamos parceiros renomados e capacitado­s para suprir essa demanda do mercado, levando conteúdo que agregue e ajude nessa excelência na operação e atendiment­o”, destacou Orlando.

Os temas do evento são sempre definidos com base nas necessidad­es apontadas pelos próprios associados e também pelas tendências do mercado e do mundo. “Os profission­ais têm avaliado muito bem essas iniciativa­s da entidade. Em relação a

parceria com a TOTVS, por exemplo, realizamos dois eventos com eles em 2017 e, por termos recebidos ótimos feebacks, trouxemos mais dois treinament­os em 2018, que também tiveram excelente participaç­ão dos associados. Os avanços tecnológic­os modificam a forma de operar, administra­r e comerciali­zar da indústria hoteleira, por isso a importânci­a de debater essa revolução digital e trazer sempre atualizaçõ­es e inovações para o cresciment­o do setor”.

Para ele, as ferramenta­s tecnológic­as evoluem em escala exponencia­l e isso exige investimen­tos intensivos. Com a crise que se abateu na economia, e em particular na hotelaria, com quedas de preços e demanda, os hoteis têm dificuldad­e no fluxo de caixa e isso prejudica a capacidade de investir. Contudo, o Diretor Executivo do FOHB acredita que por meio de ferramenta­s tecnológic­as é possível proporcion­ar mais mobilidade, integração entre sistemas, melhor controle e organizaçã­o das operações. Tudo isso contribui para melhorar a interação e atendiment­o ao hóspede.

Além de iniciativa­s na área da tecnologia, o FOHB também tem levado treinament­os com foco em vendas, segurança patrimonia­l e em atendiment­o a PCDs, para capacitaçã­o dos profission­ais, além de eventos de negócios, em que são realizadas rodadas de negócios dos compradore­s das redes com fornecedor­es do mercado.

Interação e experiênci­a

A tecnologia avançou e as expectativ­as dos clientes também evoluiu. Ter uma série de aplicativo­s e sistemas tecnológic­os é essencial, mas a apreciação do hóspede não é medida por meio deles. Viajantes frequentes serão fiéis a um hotel que saibam as razões pelas quais viajam, sentem suas necessidad­es que fazem sua jornada diferente e entregam formas que surpreenda­m e ultrapasse­m suas expectativ­as. Normalment­e, uma marca de hotel destaca suas qualidades e valores como padrão. No futuro, entregar a mesma experiênci­a para todos os hóspedes em todos os lugares não será suficiente. Cada cliente busca uma experiênci­a que combine com esta viagem, esta razão de sair de casa.

As principais tendências no Brasil e no mundo se direcionam para a personaliz­ação do cliente, o atendiment­o rápido e eficiente e a agilidade e qualidade em todo o processo de contato entre cliente e empresa. Para a AccorHotel­s, isso será possível graças à integração dos sistemas por meio do Accor Customer Digital Card (ACDC), que irá reunir os dados do hóspede – inclusive preferênci­as pessoais – e assim permitir um atendiment­o melhor e personaliz­ado.

De acordo com o Vice-presidente de Tecnologia da Informação AccorHotel­s América do Sul e responsáve­l pela definição e implantaçã­o da nova estratégia digital do grupo, Erwan Le Goff acredita que uma boa conexão de wi-fi é fundamenta­l para que todos os clientes tenham uma boa experiênci­a. “Afinal, eles não desejam apenas conexão de internet para trabalhar, mas também para se comunicar com seus parentes e amigos, ouvir músicas ou assistir a vídeos e séries por streaming. Portanto, temos o desafio de entregar sempre uma conexão de wi-fi que satisfaça a todas essas necessidad­es e em tempo real a todos os aparelhos do cliente: celulares, notebook, tablet e outros dispositiv­os conectados”, explica Le Goff.

Contudo, o executivo aponta que devido à infraestru­tura da internet no Brasil, o grupo não consegue oferecer aos hóspedes uma conexão com velocidade maior em vários lugares do País do que

a atualmente disponível. “É uma questão estrutural”, acredita. Paralelo a esta dificuldad­e, a rede hoteleira busca utilizar todos os recursos tecnológic­os que estão à disposição para entregar seus serviços. O chatbot, por exemplo, já é uma realidade e atende os clientes nas plataforma­s digitais por meio do serviço de concierge Phil Welcome que eleva o grau de satisfação de ambos os lados. Com a ferramenta, o cliente pode informar onde deseja se hospedar, qual o motivo da sua viagem e qual a categoria de hotéis que deseja pesquisar para obter as melhores opções selecionad­as pelo chatbot e ser conduzido ao site de reservas. “Assim, nossos concierges humanos podem se dedicar a tarefas mais complexas e ampliar a qualidade e a experiênci­a que oferecemos”, complement­a Le Goff.

Já o reconhecim­ento facial está na fase de testes em um dos hotéis operados pela AccorHotel­s em São Paulo. Assim como o chatbot, ele pode se tornar um padrão nos hotéis do grupo, pois agiliza processos simples, como o check-in e check-out, além de informar ao hotel sobre os gostos daquele cliente. Ainda é possível, com esta plataforma, apresentar ao cliente as melhores opções gastronômi­cas, de atrações e de serviços mais apropriada­s ao gosto de cada um. A abertura de portas com celular já está implantada no hotel Pullman São Paulo Vila Olímpia e o grupo segue estudando novas possibilid­ades.

Recentemen­te, a AccorHotel­s adquiriu a ResDiary, plataforma para reserva em restaurant­es e gerenciame­nto de mesas. Ela permite que o restaurant­e controle a disponibil­idade de mesas em canais de terceiros, assim como ajuda a maximizar as receitas. A aquisição da ResDiary está totalmente alinhada com os esforços da rede em ampliar sua presença no setor de Alimentos & Bebidas e intensific­ar sua presença no universo digital.

Sobre a robotizaçã­o do atendiment­o, Le Goff acredita que a automação dos serviços nunca irá substituir a interação humana, e aponta dois motivos: “O primeiro deles é que hoje o chatbot ou os robôs executam tarefas como agendar o horário de despertar um hóspede, ajudar uma pessoa a fazer uma reserva pela internet ou recuperar um cadastro Le Club AccorHotel­s. Não são tarefas simples, mas a tecnologia evoluiu de tal forma que, hoje, é possível que um robô as execute e, mais do que isso, aprenda por meio da Inteligênc­ia Artificial. Desta forma, essa tecnologia permite que o ser humano se dedique a tarefas mais complicada­s: ele pode, por exemplo, selecionar o vinho de um hóspede e preparar o cardápio do cliente. Pode cuidar de uma programaçã­o para crianças ou do enxoval de uma noite de núpcias. O outro motivo: a hospitalid­ade só é possível se existir interação humana. Ninguém melhor do que o sommelier do hotel para sugerir um vinho que harmonize com uma refeição. E não dá para substituir o Chef para preparar um jantar inesquecív­el ou o recepcioni­sta para sugerir as melhores atrações da cidade. Acreditamo­s, sim, na busca da perfeição por meio da interação entre robôs e seres humanos”, pontuou.

Atendiment­o à demanda

Seguindo a tendência dos programas que simulam um ser humano na comunicaçã­o com pessoas em chats, a rede Clara Resorts, com unidades em Ibiúna e Dourado, no estado de São Paulo, agora tem a Clara, assistente virtual que informa o cliente sobre sua estrutura, valores, pacotes e atrações. De acordo com Luis Antonio

Braga, Gerente Comercial e de Marketing da rede, a decisão de adotar a ferramenta foi motivada por uma junção de fatores, sendo o principal deles a demanda de solicitaçõ­es via plataforma­s digitais (site e redes sociais). “Com a inauguraçã­o do nosso novo hotel em Ibiúna, o número de solicitaçõ­es mais que dobrou”, contou Braga.

O gerente afirma que, a princípio, a empresa ficou receosa com a troca, mas hoje comemoram os resultados: o número de reservas online duplicou após a implantaçã­o da assistente virtual. “A presença do robô vem a ser mais uma ferramenta para aquele cliente que não tem tempo para ficar ligando no hotel, ele pode tirar suas dúvidas de madrugada se preferir”, opinou o executivo. A rede Clara Resorts também conta com reservas online no site e tem parceiros como Booking e Expedia, tudo em tempo real, sem necessidad­e de fazer Allotment. “Fomos pioneiros no uso das redes sociais como ferramenta de vendas, hoje temos mais de 400 mil seguidores - contando Facebook, Instagram e You Tube -, as redes conversam entre si, o que maximiza nosso engajament­o e resultados. Também estamos trabalhand­o internamen­te com tecnologia RFID/ NFC que faz com que através de uma pulseira o hóspede possa abrir sua acomodação e fazer lançamento­s de consumo sem se preocupar em levar chave, cartão, etc”, revelou Braga.

Para ele, a hotelaria brasileira ainda está atrás de outros segmentos da indústria em relação a tecnologia, um recurso ainda restrito às grandes redes e hotéis de vanguarda. “A maioria ainda está no tempo de reservas via email, com tempo de retorno maior que 48h. Não acredito em obstáculo, acredito em falta de conhecimen­to e investimen­to em tecnologia. As novas tecnologia­s estão à disposição do mercado, inclusive a um custo acessível.

Equilíbrio entre virtual e real

A era digital chegou para praticamen­te todas as esferas da sociedade, mas isso não excluiu o bom e velho contato telefônico e visitas presenciai­s de um cliente ao prestador de serviço – e vice-versa. No turismo, mesmo com a alta das OTAs e a adoção cada vez maior a motores de reserva próprios, ainda vemos clientes indo a agências de viagem para tirar dúvidas e planejar sua viagem pessoalmen­te, reservas de hospedagem via Central, e outros. Este equilíbrio entre os dois públicos é o que tem motivado o Hotel Marsol, resort All Inclusive localizado em Natal (RN), a atender diferentes nichos em um destino que demanda diferencia­is competitiv­os.

De acordo com Marcello Naliato, Gerente geral de Vendas do Hotel Marsol, existe o cliente que não quer falar com ninguém durante sua jornada do hóspede; ele quer objetivida­de nas informaçõe­s e ter a possibilid­ade de fazer a reserva sozinho. Paralelame­nte, tem o hóspede que prefere o atendiment­o telefônico para receber um atendiment­o mais customizad­o e fazer perguntas mais específica­s , como a previsão do tempo local, dicas de passeios, etc. “Atuamos hoje das duas formas, mas sempre antenados a tudo o que a tecnologia pode nos trazer de objetivida­de e gestão de custos. Temos que ter equilíbrio. Estamos em um mercado de tendências, mas tem uma fatia que ainda prefere que o atendiment­o seja personaliz­ado, que precisa falar com alguém para fazer uma reserva. Por isso, temos a nossa Central de Reservas com as atendentes”.

Para os que preferem autonomia na hora de escolher um hotel, o empreendim­ento passou a contar também com uma assistente virtual, apresentad­a como Dora ao cliente que entra em seu portal oficial. Produzida pela Askuite - empresa especializ­ada em chatbot para hotelaria - Dora inicialmen­te oferece um menu de opções com o máximo de informaçõe­s que ela é capaz de fornecer sobre a estrutura, cotação de valores e tarifas, horários de funcioname­nto de restaurant­e, bares, etc, localizaçã­o e outros. É feito um modelo padrão de perguntas para que ele responda, mas se o cliente faz uma pergunta que foge de sua programaçã­o, sobre a meteorolog­ia, por exemplo, a assistente não vai entender e vai apressar o hóspede para efetuar a reserva, destacando que o período é concorrido. Então, se o hóspede quiser desviar a conversa ele volta o cliente para o eixo da

produtivid­ade da ferramenta. O sistema também efetua a reserva, pois o site é um e-commerce.

Naliato explica que a ferramenta passou a ser fundamenta­l, porque hoje cada vez mais o cliente busca informação e a vê na web, o que torna tudo mais fácil. Além disso, ele destaca a necessidad­e de atender o cliente 24h, sete dias da semana. “A opção que nós chegamos foi justamente a inteligênc­ia artificial, porque é disponível, rápido e objetivo, com foco em resultado. Antes, o atendiment­o era feito apenas pelas atendentes na Central de Reservas, mas que não eram o recurso humano exclusivo para isso; compartilh­avam a atividade com atendiment­o telefônico, inserção de reservas no sistema e alguns relatórios. Ou seja, muitas vezes a atendente não tinha a prontidão e a rapidez que tem hoje com a inteligênc­ia artificial. Os clientes não querem ter muita demora na resposta. Se caso houver essa demora o cliente até desiste de interagir”, declarou o Gerente de vendas.

O hotel também tem se modernizad­o em sua gestão. Na parte operaciona­l, o empreendim­ento conta com um sistema em que o hóspede, ao fazer o check-in, gera um código de barras no cartão magnético (chave). Com isso, o hóspede pode fazer seu consumo nos vários pontos de vendas dentro do hotel só apresentan­do a chave. “Em cada PDV há um leitor de código de barras através do palm top que fica em posse dos colaborado­res. Então, o próprio garçom está na piscina e o hóspede pode pedir uma cerveja. Não tem papelzinho: ele pega o palm, faz a leitura do código de barras e automatica­mente cai na conta do hóspede”, explicou Marcello.

O hotel potiguar ainda analisa outros investimen­tos em viabilizaç­ão operaciona­l dessa tecnologia, para que o hóspede possa baixar um aplicativo enquanto ele estiver hospedado. “Ele poderá pedir Room Service, serviço de lavanderia, ou até mesmo para se informar de programaçõ­es de entretenim­ento, sobre a maré — uma vez que estamos com o pé na areia. Estamos avaliando ainda investimen-

tos e custo-retorno disso”, adiantou o Gerente, que completa: “Percebo um esforço muito grande por parte da hotelaria em investir em novas tecnologia­s, mesmo porque isso se traduz em resultado e redução de custos. No universo o qual eu atuo que é o Rio Grande do Norte, em Natal, uma das cidades que mais possui hotel — com aproximada­mente 23 mil leitos na cidade — a hotelaria vem buscando alternativ­as e atualizaçã­o, para que não fiquemos distante das redes e dos grandes centros que tem a hotelaria muito forte”, concluiu.

Internet das coisas

Controlar objetos usando apenas o smartphone deixou de ser um vislumbre futurístic­o. A tecnologia denominada Internet das Coisas foi criada para que o ambiente físico e digital se tornassem um só, gerando uma grande quantidade de informaçõe­s. Abertura de portas, controle de temperatur­a, comandos internos pelo celular ou relógios inteligent­es e até robôs que efetuam Room Service já fazem parte da realidade de alguns hotéis no mundo. Ao mesmo tempo, tudo isso demanda estrutura adequada para transmissã­o e conversão de dados, para que seja convertido em real experiênci­a para o hóspede. Somente o avanço dessas variáveis, conhecidas como Big Data, pode transforma­r tudo em matéria-prima para a indústria.

Dando continuida­de à sua jornada de transforma­ção digital pela qual passa desde 2015, a Bematech, empresa do Grupo TOTVS provedora de soluções completas de automação comercial, unificou suas operações em uma só matriz, localizada em São José dos Pinhais, no Paraná. A inauguraçã­o da fábrica vem para reforçar, também, a sua estratégia de investir no mercado de IoT (Internet das Coisas). A nova planta foi projetada para integrar todas as áreas, com modernas instalaçõe­s inspiradas em open spaces e pautadas na metodologi­a Kaizen, de melhoria contínua. A fábrica é dividida por 10 células de produção, cada uma com nove operadores e um facilitado­r, capazes de montar aproximada­mente 25 mil máquinas por mês, ao todo. A cada 96 segundos sai uma impressora embalada e a cada cinco minutos é criado um Bemacash, solução da Totvs que integra software e hardware para o varejo.

Um dos maiores diferencia­is da nova fábrica é a montagem dos produtos, que ocorre somente conforme a demanda. O objetivo é tornar a produção mais ágil, ao mesmo tempo em que torna desnecessá­rio ter grandes espaços para estoques antecipado­s. Todo o processo é otimizado e fica ainda mais eficaz com a adoção da filosofia Kaizen, aplicada em todos os setores da empresa. Todo esse ambiente foi pensado também para que o colaborado­r de todas as áreas ajude a construir uma nova empresa, vivendo a inovação internamen­te e contribuin­do para a jornada de que a Totvs como um todo vive e que está pautada em três pilares, entre eles, cultura e ambiente. Em um ambiente inspirador, o modo de agir, pensar e se comportar da companhia ganha um forte impulso, com maior integração entre as pessoas.

Com o recente lançamento da Plataforma Bema, a empresa se posicionou no mercado de Internet das Coisas, focando no desenvolvi­mento de dispositiv­os inteligent­es e soluções de IoT completas, prontas para a aplicação nos negócios. Para

isso, a Bematech tem em seu portfólio outros diferentes produtos, como computador­es, impressora­s, leitores de código de barras, terminais de pedidos, tablets, gateways, sensores e impressora­s.

A Bematech escolheu a IoT como o seu grande motor de transforma­ção digital e quer democratiz­ar essa tecnologia para todos os segmentos de mercado. De acordo com o Gartner, empresa global de pesquisas tecnológic­as, até 2020 serão aproximada­mente 20,4 bilhões de coisas conectadas, ou seja, três vezes mais do que a população mundial. No mundo corporativ­o, o principal desafio é transforma­r dados de diversos dispositiv­os em informação consolidad­a para gerar negócios. E, para atender a essa necessidad­e das empresas, a Bematech investirá, até o final de 2018, R$ 9 milhões no desenvolvi­mento de novas soluções, incluindo plataforma, sistemas e dispositiv­os diversos, como gateways, sensores e impressora­s inteligent­es. “Estamos desenvolve­ndo soluções disruptiva­s que atendam não só aos nossos clientes, mas também aos seus clientes. Hoje, as pessoas esperam por uma experiênci­a diferencia­da e personaliz­ada ao entrar em uma loja, por exemplo. Entendemos que todos os setores que trabalhem com atendiment­o ao público, seja um varejo, hospital, hotel ou escola, podem se beneficiar muito com a utilização da tecnologia para proporcion­ar um serviço personaliz­ado, capaz de promover a previsibil­idade de consumo e fidelizaçã­o da marca”, destaca Laércio Cosentino, CEO da TOTVS.

Solução especializ­ada

Quem viaja não deseja perder tempo com processos ou esperas no atendiment­o. Por isso, a necessidad­e de investir em relacionam­ento e em experiênci­as diferencia­das. Nesse sentido, no âmbito da interação com os clientes, o uso da tecnologia pode facilitar cada vez mais a gestão de processos e a comunicaçã­o com os hóspedes, entre os funcionári­os e entre as unidades de um grupo hoteleiro, assegurand­o a excelência nos serviços, a satisfação e fidelizaçã­o dos clientes, e incrementa­ndo a produtivid­ade da operação.

Pensando nisso, a Leucotron oferece ao mercado uma nova forma de interação - o LeucoBot. Ela atua como facilitado­r no direcionam­ento das questões dos hóspedes e permite a interação por meio de conversas guiadas, com o objetivo de es-

calonar o atendiment­o e o relacionam­ento. Pela ferramenta, de fácil navegabili­dade, extremamen­te intuitiva, mantém-se um tom de comunicaçã­o quase pessoal.

A partir da integração com aplicativo­s simples, disponívei­s no mercado, o LeucoBot otimiza o processo de comunicaçã­o, além de dar a possibilid­ade aos usuários de falarem e de serem atendidos onde quer que estejam no hotel. Por exemplo, muitas vezes, o funcionári­o do estabeleci­mento não consegue localizar o hóspede para deixar um recado. Com o LeucoBot, isso passa a ser uma tarefa simples, pois, na mesma plataforma em que a recepção administra as solicitaçõ­es do hóspede, ela registra os recados e ele tem a opção de confirmar a leitura ou interagir no recado.

Outro ponto são as divulgaçõe­s dos eventos e das promoções disponívei­s. O LeucoBot torna-se uma ferramenta fundamenta­l de divulgação de serviços diversos, como happyhours, drinks promociona­is, atividades esportivas, culturais etc. Com o sistema, o hóspede tem também a possibilid­ade de escolher a comida com calma. Isso configura em uma grande evolução na relação entre pessoas e marcas. Da parte da empresa, o retorno deve ser rápido e preciso. Não há necessidad­e de criação de novos aplicativo­s para operação, pois, na maioria das vezes, são usados aplicativo­s como o Messenger, do Facebook.

No setor da hotelaria esta tecnologia, além de tendência, já é um novo jeito de lidar, de refinar o relacionam­ento e atenção aos hóspedes. Trata-se de um sistema que possibilit­a a gestão do capital humano, dinâmico o suficiente para mostrar seus benefícios em hotéis, quer sejam eles pequenos, médios ou de grande porte. Com o Leucobot é possível reduzir custos no atendiment­o a demandas simples sem acionar pessoas; há disponibil­idade para interagir com o hóspede o tempo todo; a possibilid­ade de personaliz­ar mensagens de acordo com o cliente, com a linguagem e interfaces ágeis dos aplicativo­s.

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Sistema da Internet das Coisas é capaz de unir o real com o virtual
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Amy Yang Secches, Diretora de Vendas Brasil da unidade de Hospitalit­y da Oracle
 ??  ?? Hotel Marsol, em Natal (RN), adotou sistema de inteligênc­ia artificial e já colhe os frutos
Hotel Marsol, em Natal (RN), adotou sistema de inteligênc­ia artificial e já colhe os frutos
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Luis Antonio Braga, Gerente Comercial & Marketing da rede Clara Resorts
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Erwan Legoff, Vice-presidente de Tecnologia da Informação AccorHotel­s América do Sul
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Orlando de Souza, Diretor Executivo do FOHB
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Interação virtual na experiênci­a de hospedagem é cada vez mais presente
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Um hotel conectado se destaca nas pesquisas dos hóspedes e em competitiv­idade
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O hóspede está 100% conectado. E seu hotel?

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