Como a tecnologia pode impactar a experiência do hóspede nos hotéis
Ninguém quer perder tempo em uma fila para fazer check-in ou check-out ou mesmo esperar dias para confirmar uma solicitação de reserva de hospedagem
Encontrar uma boa cama, um bom chuveiro e quem sabe um café da manhã incluso, era tudo que o hóspede queria encontrar antigamente em sua reserva feita pelo fax, mas as coisas mudaram e a realidade hoje é completamente diferente. A tecnologia e a internet agilizaram não apenas o processo de busca por um hotel, como também todas as fases dessa jornada, antes, durante e depois. E esse é um processo contínuo pois a tecnologia se renova a uma velocidade espantosa, sempre com a missão de facilitar o cotidiano das pessoas, cujo nível
de exigência cresce quase na mesma rapidez da modernização dos produtos e serviços que utilizam. Viajantes em busca de um lugar para passar a noite atualmente são mais criteriosos na sua escolha. Sustentabilidade, cardápio com opção vegana e livre de glúten, agilidade de serviços, localização estratégica, política petfriendly, espaços para trabalho e principalmente, um bom sinal de internet, são itens que têm peso na tomada de decisão, com o sinal de internet ganhando disparado.
Mas não para por aí. Tanto quem viaja a lazer quanto a trabalho, prioriza a agilidade e a rapidez nos processos e solicitações. Ninguém quer perder tempo em uma fila para fazer check-in ou checkout, ou ter complicações para regular a iluminação ou temperatura de seu quarto. Menos ainda esperar ajustes no sinal de internet que sumiu e o impediu de continuar trabalhando. Atender ao viajante moderno cada vez mais exigente e manterse bem posicionado entre a concorrência, é o que faz hotéis investirem em tecnologias, das mais “comuns” às mais disruptivas, como robôs e reconhecimento facial.
A GJP Hotéis & Resorts é um dos exemplos de pioneirismo neste nicho. A rede acaba de inaugurar em sua unidade no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, totens para check-in e check-out que funcionam por meio do reconhecimento facial. A medida, segundo o Chief Information Officer da companhia, Matheus Garcia, foi implementada para diminuir o tempo de espera dos hóspedes em filas na recepção. “Além disso, proporciona à recepção que se concentre na inteligência, na estratégia e na governança dentro da operação. Coloca o colaborador no papel da mente e a automação no papel de executor”, observa o executivo.
Garcia explica o passo a passo na utilização da nova tecnologia: “O hóspede faz o pré-checkin por meio de um link que enviamos a ele. Ali são colhidas informações como dados pessoais, documentos e imagem do rosto do usuário. Quando ele chega ao hotel, basta se dirigir a um dos totens que, por meio da tecnologia de reconhecimento facial, vai reconhece-lo e concluir o trâmite de sua chegada, emitindo inclusive a chave. Assim o hóspede nem precisa passar pela recepção”, detalha o especialista em tecnologia. “A mesma coisa quando ele parte, pode fazer o check-out e o pagamento pelo totem”, complementa.
Segundo o gestor, no caso da GJP, o grande diferencial residiu em um mesmo fornecedor para todas as soluções que compõem o totem. “Fizemos pesquisas e percebemos que, se contratássemos diferentes empresas para desenvolver cada parte, sairia caro. Tivemos a sorte de contar com uma start-up e foi uma relação ganha-ganha. Esse modelo, de unificar todas as soluções em um só fornecedor, torna o investimento mais leve para o bolso do hoteleiro”, revela Garcia.
O totem – que foi planejado em um primeiro momento para hotéis de aeroportos – também pode ser adaptado para outras funcionalidades como prover os hóspedes de informações, registrar a entrada de participantes em eventos, entre outras. “Nós também queremos levar a solução para nossos resorts. Mas estamos estudando como fazê-lo dentro da atual legislação, que exige a presença de um documento físico no caso de crianças. É um desafio para o qual encontraremos uma solução. A expectativa é de que até o final do ano, os hotéis dos aeroportos Galeão, no Rio, e Confins, em Minas Gerais, contem com totens para facilitar a estadia dos hóspedes”, finaliza Matheus, revelando ainda que o número de feedbacks positivos por parte dos hóspedes do Prodigy Santos Dumont já é notório.
Analisando como a tecnologia atende o lazer, encontramos no Grupo Tauá, um case pioneiro. Especializado em famílias, o empreendimento – que mantém uma série de atividades monitoradas para crianças – adotou um sistema que visa proporcionar mais tranquilidade aos pais ao mesmo tempo em que potencializa a experiência dos pequenos no complexo, que ficam mais livres para explorar os espaços. Trata-se do localizador de crianças por meio de aplicativo. Quem explica a novidade é Pedro Vieira, Gerente de Marketing do Grupo Tauá: “O Tauá vem já há algum tempo, investindo cada vez mais em tecnologia, sempre tendo como foco principal a experiência do cliente. No início desse ano, lançamos uma das principais funções do aplicativo Tauá, o check-in e check-out express, todo integrado com o nosso PMS. Além de reduzir em muito as filas e conferência de contas, a função ajuda os hóspedes a ter mais tempo para aproveitar com a família. Já o localizador de crianças – uma inovação recente nunca antes explorada na hotelaria nacional, funciona por meio do aplicativo Tauá, que localiza as crianças que estiverem fazendo uso da pulseira com GPS”.
Vieira também destaca como importantes aquisições em tecnologia para os empreendimentos, a adoção da pulseira com tecnologia Near Field Communication, que permite ao hóspede acessar seu quarto aproximando-a da fechadura eletrônica e registrar seus consumos nos pontos de venda; e os mapas de localização interativos, disponíveis em totens em localizações estratégicas.
Para o Gerente, o sistema de localização de crianças é a mais disruptiva e inovadora das novidades. “Apesar de toda a segurança dos resorts e a constante presença da equipe de monitoria, enxergamos a oportunidade de proporcionar aos pais um acompanhamento ainda mais próximo. Confiança é um ponto
decisivo na escolha de um destino de férias”, pontua Vieira, ressaltando ainda que a possibilidade de check-in e check-out express foi a novidade que mais recebeu feedbacks positivos por parte dos hóspedes. “Sabemos que o tempo de espera em filas é um ponto crítico em qualquer operação hoteleira”, finaliza.
Robotização no atendimento
Quem na infância não assistiu seriados, filmes e desenhos animados com robôs como protagonistas? Nesses programas que encantavam crianças e adolescentes, os robôs desempenhavam diferentes papéis e desde essa época já se vislumbrava a possibilidade de um dia, de fato, os robôs ocuparem cargos e funções antes desempenhada somente por seres humanos. Os benefícios resultantes dessa operação seriam inúmeros, mas no caso da hotelaria, dois deles se destacam: o encantamento por parte dos hóspedes e a possibilidade da equipe dedicar mais tempo
em tarefas de relevância, deixando para os robôs, incumbências como levar pedidos de hóspedes até os quartos, fornecer informações, realizar check-in e checkout (como visto no case da GJP) entre outras amenidades.
A Shangri-la Hotels & Resorts, rede de hotéis de luxo com forte presença em países asiáticos, acreditou no potencial da robótica na hotelaria e lançou, em abril de 2018, os robôs Jeno e Jena. Os dois dispositivos, que usam uniformes de mordomos (Jeno de azul-turquesa e Jena, de cor-de-rosa), são acionados pelo room service do empreendimento para a entrega de águas, toalhas, entre outras solicitações de rotina. Jeno e Jena despertam as mais diversas reações tanto em adultos como em crianças sempre que tocam a campainha dos quartos para realizar os atendimentos.
Ambos são equipados com sensores que evitam obstáculos e os permitem realizar as tarefas com
eficiência, podendo inclusive subir elevadores e fazer chamadas telefônicas para os quartos no momento da chegada. Os dois robôs possuem um metro e meio de altura cada, e se movimentam a uma velocidade de 2,5 km/hora, ou seja, metade da caminhada humana. Integrados a um software que rastreia a lista de tarefas, tanto Jena como Jeno – que vivem no lobby do hotel Jen, em Singapura – podem aguardar até 15 minutos até que um dos dois entregue o pedido no quarto. Funcionam entre as 0h00 e as 6h00 da manhã e também entregam pequenas refeições.
A mecânica de funcionamento é simples: os hóspedes podem solicitar os serviços telefonando para a recepção do hotel. Ao receber o pedido, a comodidade, comida ou bebida solicitada é preparada e colocada no compartimento do robô. Um funcionário do hotel desbloqueia o compartimento interno do robô com uma senha, coloca os itens dentro e digita o número do quarto para entrega. Uma vez que a entrega foi concluída, o hóspede pressiona pode avaliar a experiência de estadia em um ranking de uma a cinco estrelas.
Quem atesta o crescimento desse nicho da indústria de tecnologia é Jorge Della Via Junior, Gerente da Pluginbot, empresa brasileira especializada em Inteligência Artificial, Robótica, IOT e Indústria 4.0. Atualmente a hotelaria é uma das frentes de atuação da companhia, conforme explica o executivo: “A Pluginbot é a primeira plataforma de gestão de robôs e Inteligência Artificial da América Latina, capaz de integrar chatbots e robôs humanoides em uma plataforma multicanal com o uso de tecnologia cognitiva. A startup traz ao mercado brasileiro os robôs Pepper, NAO e Cruiser, oferecendo a possibilidade de criar soluções com o uso de robôs e IA para os mercados de hospitalidade, saúde, segurança e varejo”.
De acordo com o executivo, robôs já possuem diversas finalidades no segmento hoteleiro: “Na Hotelaria, os robôs tem algumas aplicabilidades como Concierge / Interativo / Room Service / Reconhecimento Facial / Limpeza / Recepção para Eventos. No Japão e na China também já temos exemplos do uso dos robôs no dia a dia da Hotelaria”.
Porém, mesmo com a tecnologia andando a passos largos, Della Via afirma que no Brasil ainda há de se implementar uma cultura de tecnologia mais profunda dentro dos hotéis: “A hotelaria principalmente no Brasil ainda é muito tradicional, a mudança cultural é o principal desafio do segmento, quebrar paradigmas e olhar o uso da inteligência artificial / robôs como um benefício que visa a melhora dos processos operacionais e traz uma experiência positiva aos hóspedes.
Mesmo assim, o especialista acredita em um futuro onde os robôs terão maior lugar de destaque. “Com certeza daqui uns dois anos os robôs estarão inseridos cada vez mais no mercado brasileiro, em áreas como Saúde, Varejo, Logísticas e Hospitalidade também. Não podemos deixar que essa grande transformação passe pelo Brasil e nada seja feito. Grande empresas hoteleiras tem menos de 30 % do mercado e precisam inserir em seu DNA que inteligência artificial bem aplicada só vai auxiliar e trazer benefícios a todo Eco sistema da hospitalidade”, finaliza.
Apesar do ineditismo de ter um robô presente na recepção ou fazendo pequenas entregas, os hotéis também trabalham para que seus hóspedes tenham uma experiência repleta de relaxamento, descanso e estrutura para trabalho, sem sentir, no entanto, o peso dos trâmites burocráticos desse processo. É fato também que cada vez mais pessoas estão conectadas e condicionadas ao uso de equipamentos eletrônicos, como smartphones, tablets e notebooks. Uma pesquisa conduzida pela Global Web Index em novembro de 2017, apontou que, em média, cada pessoa possui 3,2 dispositivos eletrônicos.
Pensando nisso, a OCL – Objetividade Consultoria, empresa mineira fundada em 1993 com foco em soluções para gerenciar e otimizar as operações hoteleiras, criou o OCL-Volux, que permite, a partir de diversos mecanismos, o check-in express por meio de smartphones ou em totens instalados na recepção dos hotéis. A empresa também fornece pulseiras de RFID ou cartões de acesso ao apartamento, nos quais todos os consumos realizados pelos hóspedes são registrados diretamente na base de dados do OCLVolux, eliminando erros de lançamento e agilizando a etapa do check-out. A consulta dos consumos, a realização de check-out e o pagamento via cartão de crédito são outras facilidades disponibilizadas pela solução.
A ferramenta também auxilia o hoteleiro a entender os gargalos da sua operação de vendas a partir de dashboards que demonstram a evolução em tempo real dos consumos dos hóspedes, tornando possível identificar tendências e gerar estratégias que melhorem a experiência do hóspede dentro do hotel.
Otimização de tempo
A tecnologia valoriza o que há de mais importante nos dias atuais: o tempo. Independente de qual seja a situação, se há perda de tempo, há espaço para a tecnologia agir. Onde se perde tempo em um hotel? A Zoox Smart Data, empresa de tecnologia do Rio de Janeiro, busca a resposta. Com a tecnologia do Smart Pass, o hóspede pode fazer check-in por meio de reconhecimento facial, sem enfrentar filas e sem precisar de atendentes. As câmeras fazem a leitura da biometria facial e enviam para o celular do hóspede as informações necessárias.
Com o Zoox Pay – outra solução da companhia – o pagamento de contas e checkout também pode ser feito via reconhecimento facial, em um aplicativo simples e intuitivo. Todos registros e dados ficam disponíveis em um dashboard de acesso exclusivo para os gerentes do hotel. Eles podem extrair dados, relatórios, perfis e insights para melhorar a experiência do hóspede continuamente. Todas
essas ferramentas podem ser conectadas pelo Zoox WiFi, outro serviço da empresa, que fornece a estrutura de Wi-Fi gratuito e de alta velocidade. Ao se conectar, o hóspede compartilha dados e concorda em receber pesquisas de satisfação ou campanhas publicitárias. Deste modo, o Zoox Wi-Fi constrói um banco de dados com perfis aprofundados de cada hóspede, auxiliando o hotel no desenvolvimento de campanhas personalizadas. Tudo isso integrado mundialmente - após o primeiro cadastro, o hóspede será reconhecido automaticamente em qualquer outro estabelecimento coberto pela Zoox.
Gigante brasileira
Ao longo da sua trajetória, a Totvs – talvez o case de maior destaque dentro da indústria de tecnologia para o varejo e outros segmentos no Brasil – expandiu, evoluiu e multiplicou seus negócios, tornando-se líder no desenvolvimento de soluções no Brasil e na América Latina para empresas de todos os perfis e tamanhos e uma das maiores provedoras de ERP em todo mundo. Hoje, são mais de 13 mil “Totvers”; R$ 2,3 bilhões de receita líquida em 2018; 50,6% de marketshare no Brasil e 30,7% de marketshare na Argentina; mais de 30 mil clientes de diversos portes e segmentos; R$ 2,2 bilhões em faturamento registrado em 2017; e presença em 40 países com filiais e centros de desenvolvimento.
Claudio Cordeiro, Diretor de Hospitality da companhia, explica as novidades da Totvs para o segmento: “O foco das soluções de Hospitality da Totvs é apoiar nossos clientes a oferecerem a melhor experiência possível aos hóspedes, enquanto garantimos que as atividades operacionais sejam realizadas em agilidade, precisão e eficiência. Diante disso, foi natural a evolução do nosso PDV para o formato mobile. Isso permite que todas as operações do PDV estejam disponíveis em qualquer aparelho móvel sem a necessidade de instalação do aplicativo, o que facilita o atendimento aos hóspedes em restaurantes e bares de hotéis e elimina totalmente a necessidade de comandas físicas. Além da expansão dos pontos de uso, que deixam de ser fixados em balcão de atendimento, o PDV mobile conta com uma nova
tela de lançamento em que é possível oferecer até três taxas de serviços distintas e dividir o pagamento entre dois ou mais clientes”, revela.
Cordeiro também ressalta a recente criação do cardápio digital, serviço em formato mobile que também não exige instalação de aplicativos, e pelo qual o hóspede pode realizar pedidos de alimentos e bebidas, ou outros serviços, como lavanderia e SPA, via smartphone. Esses pedidos são registrados e é possível, por meio da tecnologia, determinar o local exato do empreendimento onde devem ser entregues, além do quarto do hóspede. “A principal vantagem do novo PDV é a possibilidade de uso off-line quando for necessário. Isso torna dispensável o uso de alternativas físicas e informais, o que garante maior controle das vendas, além de serem hospedadas totalmente em nuvem, evitando custos com instalação de software. Um dos desafios do setor é integrar diferentes sistemas e áreas e operação, o que no nosso caso não acontece já que as ofertas de Hospitality da Totvs são compatíveis com nosso ERP de Backoffice”, completa o executivo.
Atualmente, a Totvs é líder no fornecimento de soluções de tecnologia para a hotelaria na América Latina, com 83% do marketshare nas grandes e médias redes hoteleiras pertencentes ao FOHB – Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil. “Nós nos preocupamos em desenvolver produtos que atendam às necessidades reais dos nossos clientes e apoiá-los no gerenciamento inteligente das atividades diárias hoteleiras. Com certeza, oferecer soluções únicas e integráveis é um grande diferencial. Hoje, nossas soluções de Hospitality estão presentes em 11 países”, finaliza Cordeiro.
O mercado de plataformas para gestão de hotéis atualmente já possui grande oferta e concorrência acirrada. Prova disso é o surgimento de players de peso como a Bitz Softwares, empresa desenvolvedora da plataforma Meu Hotel.
Quem explica as funções e benefícios do produto é o CEO Thiago Guilherme Santin: “O Meu Hotel é um software em nuvem (SaaS) para gestão hoteleira, totalmente inovador com tecnologia de ponta voltado a usabilidade e performance. Trata-se de um produto completo com front e back interagindo com todas as áreas do hotel, com rotinas de Recepção, Governança, Financeiro, Compras, Estoque, Restaurante, Eventos, A&B, Emissões Fiscais, Integrações com Motores de Reservas e o aplicativo exclusivo, para o gestor acompanhar tudo que acontece na unidade. Dados e Backup armazenados on-line e sem necessidade de investimentos com servidores locais, ou licenças de sistemas operacionais.
Outro destaque em tecnologia para a indústria da hospitalidade é a Faitec Tecnologia. A empresa, que possui 18 anos no mercado atendendo mais de dois mil hotéis no Brasil e em países como Chile e Paraguai, lançou na 57ª edição da Equipotel o you check.in, um totem de auto-atendimento com reconhecimento facial, que promete ser a solução para as longas filas dos hotéis no momento do check-in e do check-out. “Ao chegar ao hotel pela primeira vez, o hóspede posiciona seu rosto em frente ao equipamento e segue as instruções para a realização do cadastro. Já nas futuras visitas, isso não será
mais necessário. Com a tecnologia, o you check.in reconhecerá todas as informações do visitante”, diz o CEO da Faitec Tecnologia, Fabio Santana, que ressalta a encomenda de 50 totens em apenas dois dias de Equipotel.
Segurança e acesso
O aumento do número de pessoas conectadas e possuidoras de um smartphone, pelo qual efetuam diferentes tarefas, também motivou a criação de um acesso ao apartamento do hotel por meio do próprio dispositivo móvel – item que, segundo pesquisa, é um dos três mais lembrados pelos viajantes quando saem em viagem de negócios. Os cartões magnéticos, apesar de ainda não serem considerados obsoletos, possuem alguns pormenores que podem causar contratempos: o esquecimento em alguma área comum; a desmagnetização, que obriga o hóspede a retornar à recepção; e o mais preocupante de todos: o furto.
Com tudo isso em mente, a Onity, empresa de solução de acesso e segurança com forte atuação no segmento hoteleiro, criou a Direct
Key, que permite que o hotel disponibilize ao hóspede a possibilidade de acessar o quarto por meio de seu telefone celular, com o aplicativo da Onity ou o aplicativo do hotel com as devidas integrações. Com isso, o hóspede recebe um e-mail com todas as instruções incluindo o quarto em que ficará hospedado. No momento em que chegar no hotel, o hóspede pode ir diretamente para o quarto, sem passar pela recepção ou ter que esperar na fila do check-in. Desta forma a recepção passa a ser um “espaço de relacionamento com o hóspede”, a fim de acolher, orientar e esclarecer eventuais dúvidas.
A Onity explica a motivação por trás da criação da Direct Key em comunicado: “Entendemos que acontecerá com a hotelaria o mesmo que ocorreu com as companhias áreas há anos. Um passageiro antigamente tinha que passar na fila do check-in mesmo que não precisasse despachar bagagem. Atualmente, já pode ir diretamente para a sala de embarque e com isso agilizar o processo, aumentando o conforto. Existem ainda barreiras de legislação que precisam ser alteradas para fazer com que
a tecnologia ganhe escala na hotelaria, porém essa é apenas uma etapa da curva de adesão e aprendizado que, com certeza, trarão grande benefício para o hóspede e para o mercado hoteleiro ao abrir novas oportunidades na oferta de serviços”.
Tecnologia para experiência do hóspede
O cenário econômico no Brasil, após anos marcados por uma crise que afetou todos os segmentos da indústria, assiste uma lenta recuperação, inclusive no segmento de hospitalidade. No entanto, existem fatores que merecem atenção e cautela por parte dos hoteleiros. Mauricio Reis, Product Owner da Nonius, empresa portuguesa de tecnologia para hotéis com forte atuação no Brasil, observa: “O mercado hoteleiro passa por um momento de muitos desafios, como competição acirrada, achatamento das tarifas, perdas de receita, perda do controle de reservas para as OTA´s, entre outros. Nesse contexto e levando em conta as transformações digitais por qual o mundo vem passando, acreditamos que a tecnologia é uma das possibilidades para romper este cenário, que a primeira vista parece desanimador”.
Reis integra a equipe da Nonius, que detém uma boa fatia do mercado de tecnologia para hotéis em nível mundial. Para ele, o segredo para os hotéis não sentirem o impacto em caso de retração do mercado reside em uma tecnologia atualizada “por meio de ferramentas que os ajudem a conhecer o seu hóspede, aprimorar a sua experiência durante a sua estada, fidelizá-lo e criar novas receitas”.
O especialista explica ainda que a tecnologia pode ser uma importante aliada em diversas frentes que compõem a operação de um empreendimento: “Nós sabemos que eventos corporativos como reuniões e conferências podem ser uma importante fonte de receitas para a indústria hoteleira. No entanto, muitos hotéis, por falta de conhecimento, não exploram toda a sua potencialidade. Para esse caso, a Nonius tem um conjunto de produtos e serviços que permitem que os hotéis melhorem suas ofertas para este nicho e assim possam vender redes Wi-Fi dedicada, alocação de banda de internet e alarmes, para citar alguns exemplos”, afirma Reis.
Dentre os destaques da companhia, estão as atualizações dos produtos IPTV, Cast e WiFi com Guest Intelligence, que ajudam os hotéis a conhecerem melhor os seus hóspedes e a rentabilizarem o seu ROI.
O IPTV além de disponibilizar experiência de TV de alta definição, é um meio de comunicação direta e personalizada com os hóspedes, o que ajuda a promover o Cross-sell e a disponibilizar informações úteis. O Cast possibilita aos hóspedes manterem a mesma programação que acompanham de suas casas no ambiente de hotel, acessando de maneira simples e segura os seus conteúdos de interesse do Netflix, Amazon Prime e YouTube, por exemplo.
A Nonius tem um sistema de emparelhamento de casting com usabilidade e que funciona em qualquer infraestrutura de rede. O Wi-Fi com Guest Intelligence fornece ferramentas para coletar dados dos hóspedes, middleware e APIs para integração com ferramentas de terceiros que analisam os dados coletados, além da plataforma de marketing para editar e segmentar campanhas.
Dependência da tecnologia
De acordo com a edição 2019 do estudo Pesquisa de Etiqueta em Hotéis e Aviões realizado pela Expedia, o sinal Wi-Fi é a amenidade hoteleira mais valorizada pelos brasileiros, citado como importante por 97% do total de entrevistados. É também considerado o item mais importante na hora de efetuar a reserva, empatado com preço e localização (todos citados por 96% dos entrevistados).
O estudo também revela que já é alto o número de brasileiros que resolvem toda a sua viagem pelo smartphone. Do total, 77% citaram como “muito provável” ou “extremamente provável” que usem o aparelho para reservar um voo, e 80% deram as mesmas respostas em relação aos hotéis. Das 23 nacionalidades pesquisadas, apenas os indianos se mostraram mais dispostos do que os brasileiros a usar a tecnologia nesses momentos.
Já entre os viajantes de negócios – um nicho bastante específico – a maioria é favorável ao emprego de novas tecnologias para reservas de voos e hotéis, entre outros processos que fazem parte da viagem. Segundo levantamento da CWT, empresa de gestão de viagens B2B4E (Business to Business for Employees), 71% dos viajantes de negócios buscam inovações tecnológicas em suas viagens, com os viajantes das Américas e da região Ásia-Pacífico como os mais propensos à utilização de novidades, com 75% e 71%, respectivamente. No Brasil, 83% dos viajantes dizem estar abertos à inovação durante uma viagem a trabalho.
A mesma pesquisa apontou que, em uma viagem de negócios, os três dispositivos mais importantes a serem levados são telefones celulares (81%), computadores (52%) e carregadores portáteis de bateria (41%). Vale destacar que os carregadores têm sido cada vez mais lembrados pelos viajantes, e este ano ficaram com o terceiro lugar que, antes, era dos tablets. Para os viajantes brasileiros, a preferência é o telefone celular (81%), seguido pelo computador (43%) e carregadores portáteis (41%), este último item, no levantamento anterior, era apontado por apenas 25% das pessoas.