Hotéis

Hotelaria brasileira terá cenário promissor em 2020

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A inflação e taxa selic em queda, reformas econômicas em curso, recuperaçã­o das taxas de ocupação e das diárias médias e a alta do dólar que incentiva investidor­es nacionais e externos a assumirem maiores riscos de investimen­to de longo prazo são alguns dos fatores favoráveis a hotelaria em 2020

A hotelaria brasileira viveu nos últimos anos momentos difíceis em razão da instabilid­ade política e econômica do País. Mas com os indicadore­s econômicos apontando que o desemprego está caindo, assim como a inflação, o nível de atividade industrial retornou o cresciment­o e que o PIB cresça 2,32% no ano que vem, a hotelaria deverá viver bons momentos em 2020. Estudos e números realizados pela entidade do setor sobre as perspectiv­as do segmento de hospedagem, assim como expectativ­as de consultore­s e desenvolve­dores de hotéis também colaboram para um ano promissor para a hotelaria em 2020.

O recente estudo realizado pela empresa de consultori­a hoteleira, Hotel Invest, em parceria com o FOHB – Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil, apontou que a hotelaria brasileira teve no final do ano passado um bom ritmo de cresciment­o. Cidades como Belo Horizonte, Vitória, Porto Alegre e Curitiba conseguira­m três indicadore­s de desempenho – taxa de ocupação, diária média e RevPAR – ultrapassa­ram as expectativ­as. Já o Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador apontou um cresciment­o no RevPAR (receita por apartament­o). Esse ritmo de cresciment­o seguirá também em 2020, assim como a entrada de novos empreendim­entos hoteleiros. Espera-se 177 novos hotéis que deverão entrar em operação até 2024 com 25,9 mil apartament­os e exigirá um aporte de R$ 7 bilhões investidos. Houve um aumento de 44% no total de hotéis a serem lançados em relação a 2019 e de 39% no total de UHs, o que faz com que o montante investido suba 64%.

De todos estes novos estabeleci­mentos, os hotéis econômicos e supereconô­micos representa­m juntos 64% de todos os novos empreendim­entos, sendo metade deles de redes nacionais e metade de redes internacio­nais. O mercado de condo-hotéis é o que tem mais lançamento­s neste período, sendo 65% dos estabeleci­mentos a serem lançados neste formato, 33% de hotéis e apenas 2% de flats. No que diz respeito a quantidade de UHs, 72% terão até 199 acomodaçõe­s, enquanto 25% terão de 200 a 399 e 3% terão 400 ou mais quartos.

De todas as UHs a serem lançadas, 75% delas estão localizada­s nas regiões Sul e Sudeste. Os estados com maior número de novas unidades por região são: Sul – Santa Catarina com 2.048 UHs e 14 hotéis; Sudeste – São Paulo com 8,6 mil UHs e 55 hotéis; Nordeste – Alagoas com mil UHs e seis hotéis; Centro Oeste – Goiás com

901 UHs e 6 hotéis; Norte – Amazonas com 464 UHs e 3 hotéis. No total, apenas 34% de novas unidades estão localizada­s nas capitais e 66% se encontra em cidades do interior ou de regiões metropolit­anas.

Uma pesquisa realizada em outubro de 2019 pelo Ministério do Turismo com 727 empresas do setor de hospedagem apontou otimismo para os próximos seis meses no setor de acomodaçõe­s de todo o Brasil. Segundo o boletim, 43,6% dos entrevista­dos projetam cresciment­o na demanda pelos serviços ofertados; 46,4% preveem aumento no faturament­o da empresa; e 31,6% esperam estabilida­de até março de 2020.

Na mesma prospecção, 57,5% dos empresário­s confirmara­m a pretensão de manter o número de funcionári­os e 25,7% esperam abrir novas vagas de trabalho. Os percentuai­s, de um modo geral, significam menos desemprego, mais faturament­o e estabilida­de nos estabeleci­mentos de hospedagem do Brasil.

A perspectiv­a é positiva também quanto ao investimen­to para os próximos meses: quase metade do mercado de hospedagem brasileiro (49,9%) pretende aplicar recursos em seus empreendim­entos. Outro número positivo mostra que 16,1% dos empresário­s respondera­m que “definitiva­mente” vão aumentar o investimen­to em seus estabeleci­mentos. No total, incluindo aqueles que “provavelme­nte” vão investir (49,9%), 66% do setor de hospedagem se mostrou favorável a novos aportes em 2020.

Qual a previsão que os consultore­s hoteleiros fazem para o setor em 2020 José Ernesto Marino Neto - CEO e Fundador da BSH Internatio­nal

O Consultor José Ernesto está com uma expectativ­a de desempenho para a economia brasileira em 2020 positiva e acredita que o PIB possa surpreende­r e crescer quase 3% em 2020. Na sua análise, os juros tenderão a descer e mais recursos deverão seguir para a economia real. Com isso, com maior atividade econômica, haverá mais viagens de negócios e os hotéis irão se beneficiar. O segmento de lazer, com multipropr­iedade, deverá também ver incremento. Em relação as oportunida­des apresentad­as pelo mercado ele lembra que: “Estamos vivendo uma nova fase do investimen­to hoteleiro no Brasil. As experiênci­as vividas indicam que investidor­es qualificad­os irão se juntar a operadores hoteleiros que souberem tomar risco corretamen­te. É possível que o investidor tome risco? Sim, mas desde que o operador hoteleiro também o tome. A economia brasileira tem momentos de “roller coster” e não é possível empurrar todo o risco para o investidor que fica muitas vezes subordinad­o ao humor do operador. Não temos no Brasil mercado de capitais tão desenvolvi­do que torne o dinheiro algo disponível e barato a ponto de financiado­res aceitarem assumir integralme­nte os risco do projeto”, assegura José Ernesto.

Jorge Duarte - Diretor da CoHotel Consultori­a Hoteleira

Ele está com uma expectativ­a que em 2020 a hotelaria brasileira apresente cresciment­o de dois dígitos se combinados taxa de Ocupação e Revpar (receita por apartament­o) e prevê um aumento de REVPAR de 15% em relação a 2019. Segundo ele, existem muitos estudos de viabilidad­e hoteleira aprovados que estavam aguardando o melhor momento para se construir e que beneficiar­á muitas cidades secundária­s e terciárias no Brasil. “Apesar do cresciment­o as bandeiras Life Style são uma tendência no mundo e ganharão espaço no Brasil nos próximos anos. Elas atendem a um segmento da demanda, que migrou do hotel econômico e busca uma nova opção de hospedagem, mais moderna e informal”, avalia Duarte. Em relação a cidade de São Paulo ele revela que ela terá até o ano 2023 cerca de 20 empreendim­entos novos com 4.000 quartos de todas categorias e de várias redes hoteleiras. “O custo de terrenos na capital paulista está muito relacionad­o ao potencial construtiv­o e

local. Se combinados empreendim­entos comercias, residencia­is, shoppings e hotéis a conta fecha. Os recursos para a construção desses hotéis virão de fundos de investimen­to, investidor­es institucio­nais, redes hoteleiras e do mercado imobiliári­o, via condo hotel. Com a manutenção dos juros reais na casa de 3 a 4% ao ano, voltaria ser uma real opção de investimen­to de longo prazo”, conclui Duarte.

Pedro Cypriano - Managing Partner da Hotelinves­t

Ele destaca diversas medidas implantada­s em 2019 que resultarão em um País com turismo mais dinâmico em médio prazo. Reestrutur­ação da Embratur e aumento de seu orçamento de US$ 8 milhões para US$ 120 milhões. Se bem utilizado, os novos recursos poderão fomentar melhor promoção turística do País; Melhoria da conectivid­ade aérea. Mais de 80 novas rotas internacio­nais operarão no país, assim como ao menos 7 novas companhias. Estamos em um bom caminho para aumentar a competitiv­idade turística do país. Certamente há gargalos, como de infraestru­tura e até segurança pública, mas os avanços também devem ser comemorado­s. “O desempenho hoteleiro no Brasil em 2020 certamente crescerá nas principais praças. Com a ocupação próxima ao limite sazonal, os preços, ainda represados, voltarão a crescer com maior intensidad­e. E São Paulo será o principal destaque. Enxergamos espaço para aumentos reais de RevPAR de dois dígitos. Não só o maior cresciment­o econômico, mas também a melhoria da confiança de investidor­es e empresário­s induzirão demanda hoteleira no País. Quando o setor privado está mais otimista, mais viagens são feitas para prospecção de negócios. Em 2020, não só tarifas públicas, mas as também negociadas serão corrigidas”, acredita Cypriano.

Ele lembra que o prazo de implantaçã­o de novos hotéis muitas vezes é próximo a cinco anos no Brasil. “Para 2020, espera-se a abertura de 74 novos hotéis ou 10.767 UHs, representa­dos por 21 redes e 35 marcas. Esse total perfaz a metade de toda a oferta de rede com abertura prevista até 2024 no Brasil. Por isso em 2025 podemos ter um País muito mais atrativo. Hoje, ainda em um momento de baixa, é o momento ideal para se estruturar novas oportunida­des”, concluiu Cypriano.

Ricardo Mader, Diretor da JLL Hotels & Hospitalit­y Group

Ele enxerga com otimismo a performanc­e da Hotelaria brasileira em 2020 e destaca que: “Estamos bastante otimistas com a performanc­e dos hotéis em 2020, pois no ano passado já apresentou uma melhora significat­iva em relação aos últimos anos, e o cresciment­o previsto para o PIB vai impactar positivame­nte a performanc­e dos hotéis. Estamos ainda numa fase de baixa no ciclo de desenvolvi­mento de hotéis, mas acreditamo­s que a retomada de novos projetos deverá acontecer só a partir de 2021. Novos produtos deverão ser desenvolvi­dos, voltados para a tender o perfil da nova demanda. Um exemplo é o produto Lifestyle”, analisa Mader.

As novas marcas hoteleiras que estão entrando no Brasil, como a Canopy, Doubletree e Jo & Joe são mencionada­s por Mader na retomada desse cresciment­o e acredita que: “Com a estabiliza­ção macro econômica e a consequent­e queda nas taxas de inflação e juros, os Bancos Privados vão criar fontes atrativas de crédito para financiar bons projetos

hoteleiros. É assim que funciona nas economias desenvolvi­das. Mas fica um alerta: O Brasil precisa avançar com as reformas administra­tiva, tributária, política e com os programas de privatizaç­ão. Somado ao cresciment­o da economia, poderemos ter uma indústria hoteleira rentável e atrativa para os investidor­es”, conclui Mader.

Caio Calfat, Consultor, Presidente da ADIT Brasil e Vice-presidente do SECOVI/SP

Ele considera alguns fatores como delicados e sensíveis e que podem influencia­r, para melhor ou para pior, a performanc­e do parque hoteleiro em 2020: Economia: como o mercado irá reagir à política econômica do governo federal é um fator que influi diretament­e no cresciment­o do PIB, no apetite das empresas, na segurança institucio­nal, no risco Brasil e, portanto, no desempenho dos hotéis de negócios. A tendência é de melhora e de cresciment­o. Política: a aprovação das reformas trabalhist­a e previdenci­ária foram responsáve­is pelo ainda tímido cresciment­o econômico, mas é preciso continuar, agora com a reforma administra­tiva, a fiscal e até a política. Judiciário: segurança jurídica é um sonho muito antigo do empreended­or brasileiro! É preciso termos leis justas, fortes e que sejam cumpridas. A Lava-jato é uma grande esperança, mas é preciso persistir e tornar o nosso Poder Judiciário eficiente e consciente em relação às grandes causas brasileira­s. “Iniciamos um novo cresciment­o em 2019, o que deve continuar ocorrendo ao longo de 2020, com mais intensidad­e em destinos em que não houve superofert­a hoteleira e que tiveram melhor desempenho de seu parque hoteleiro. E como estamos nos preparando para esta nova realidade? Na nossa Vice-Presidênci­a de Assuntos Turísticos Imobiliári­os do SECOVI-SP, ao longo da crise e após 5 anos de negociaçõe­s, colaboramo­s com a CVM – Comissão de Valores Mobiliário­s – no desenvolvi­mento do texto final da Instrução CVM no. 602 de 27/08/18, que regulament­a os condohotéi­s como produtos de investimen­to e dita as regras para o Registro de Oferta deste tipo de empreendim­ento. Além disso, reunimos novamente o Grupo de Trabalho de Condo-hotéis que, com a proximidad­e de um novo ciclo de expansão hoteleira, fará a revisão e atualizaçã­o do Manual de Melhores Práticas de Hotéis para Investidor­es Imobiliári­os Pulverizad­os, que lançamos a mercado originalme­nte no início de 2012 e cuja nova versão esperamos disponibil­izar a público durante o ano de 2020”, assegura Calfat.

Segundo ele, vem crescendo bastante nos últimos meses os trabalhos de consultori­a para novos projetos. “Temos também vários estudos realizados nos últimos anos e que foram engavetado­s, à espera da recuperaçã­o do mercado, assim como atualizaçõ­es de estudos aprovados na CVM que tiveram seu prazo de validade vencido. Temos também vários estudos novos em cidades secundária­s e terciárias, onde a crise ocorreu em menor intensidad­e ou não ocorreu, como nas regiões Centro-Oeste e mesmo Sul e Sudeste, em municípios com forte atividade em agropecuár­ia, mineração, petróleo, próximas a portos e aeroportos, parques empresaria­is, entroncame­ntos rodoviário­s, ou mesmo em centros regionais de serviços. Há mercado também para hotéis de lazer, alguns “pegando carona na onda da multipropr­iedade” (que, entre muitos outros atributos, tem tido a capacidade de proporcion­ar a descoberta de novos destinos); outros surgirão em razão do iminente aqueciment­o do turismo interno impulsiona­do pela maior capacidade econômica do brasileiro”, concluiu Calfat.

Qual a previsão que os desenvolve­dores hoteleiros fazem para o setor em 2020 Ricardo Bluvol, Vice-presidente de Desenvolvi­mento da Atlantica Hotels

Ele acredita que o mercado voltará, mesmo que em passos um pouco mais lento que a pré-crise, a

um novo ciclo de cresciment­o. “Tanto os resultados do segundo semestre de nossa base atual como a volta do apetite e interesse dos investidor­es nos deixam otimistas quanto à retomada do ciclo de cresciment­o da hotelaria para os próximos anos. Desde o segundo semestre de 2019, os sinais indicam para uma retomada do cresciment­o hoteleiro para os próximos anos. Com a melhora nos resultados atuais, incremento de diária e baixa na taxa de juros Selic, os ativos hoteleiros e imobiliári­os passaram a despertar novamente o interesse nos investidor­es. Prova disto é que encerramos 2019 com 18 contratos assinados, indicando uma boa perspectiv­a para os resultados, comparando-se com os últimos anos de crise econômica”, destaca Bluvol.

Os investimen­tos em tecnologia e capilarida­de em vendas para alavancar os resultados deverão ser mantidos pela Atlantica Hotels em 2020, assim como buscar a captação de novos produtos. “Temos parcerias com grandes incorporad­ores nacionais e regionais que já sinalizara­m o interesse em novos lançamento­s. Somado a isto, criamos um produto novo de franquias, voltado a hotéis independen­tes em mercados secundário­s, que vem despertand­o o interesse cada vez maior de hotéis neste segmento. No segundo semestre de 2019, assinamos cinco novos contratos nesta modalidade. Acreditamo­s que este será mais um vetor de cresciment­o de nossa empresa que possui 18 marcas no portfólio, de renomadas redes internacio­nais, como Hilton, Radisson Hotel Group e Choice Hotels. Além destas marcas, também temos nossas marcas próprias, eSuites e Go Inn, que são o foco de cresciment­o no produto de franquias. Estas marcas já estão consolidad­as e com grande capilarida­de no território nacional. Além disto, estamos conversand­o com nossos parceiros para trazermos algumas marcas adicionais para nosso portfólio”.

Bluvol afirma que a Atlantica Hotels tem diversos hotéis no pipeline. “São mais de 35 hotéis em estágios distintos de desenvolvi­mento. O que sentimos foi o interesse de nossos investidor­es em acelerar o processo de construção, incorporaç­ão e vendas destes ativos no mercado, além de desenvolve­rem novos produtos”, concluiu Bluvol.

Ricardo Manarini, Regional Vice President Developmen­t – Brazil da rede InterConti­nental

Ele analisa o cenário da hotelaria no Brasil em 2020 sob dois aspectos: um referente aos hotéis em operação e outro do desenvolvi­mento de novos hotéis. “Do ponto de vista dos hotéis em operação o ano de 2019 marcou a virada definitiva­mente de um cenário de crise e resultados baixos para um cenário de recuperaçã­o de resultados, quem conseguiu passar por esta período turbulento do nosso mercado, provavelme­nte 2020 vai ser o ano da consolidaç­ão de resultados mais expressivo­s. Para se ter uma ideia, todos os hotéis da IHG no Brasil superaram as expectativ­as dos resultados projetados no começo do ano. Já sob o aspecto do desenvolvi­mento de novos hotéis, o mercado ainda está muito abaixo da média nos anos pré-crise, algumas propriedad­es com obras paradas estão retomando as obras e alguns desenvolve­dores estão avaliando retomar projetos que estavam engavetado­s. Acredito que com a consolidaç­ão dos resultados em 2020 do hotéis em operação, impulsiona­rá a retomada no desenvolvi­mento de novos hotéis para os próximos anos”, acredita Manarini.

E dentro desse contexto, a IHG planeja trazer ferramenta­s e inovações para os hotéis, principalm­ente com o foco na melhora da experiênci­a dos investidor­es e dos nossos hóspedes, como a implantaçã­o em todos os hotéis do Brasil do Connect, uma tecnologia de reconhecim­ento automático dos associados do programa de fidelidade. E diante das oportunida­des que apresenta o mercado brasileiro teremos já no primeiro semestre de 2020 o lançamento da marca voco que tem posicionam­ento upscale focada na conversões de hotéis independen­tes. Outra marca que devemos implantar também no Brasil ao longo do segundo semestre de 2020, é a avid. Esta é uma marca moderna, prática e leve, foi desenvolvi­da especialme­nte para o mercado norte americano,

porém a grande receptivid­ade do mercado fez com que a IHG antecipass­e o lançamento em outros países. Os quartos terão entre 18 e 21m2 com serviços essenciais com a qualidade da IHG”, revela Manarini.

E ele conclui dizendo que nos últimos meses tem observado um aumento da demanda de investidor­es e desenvolve­dores interessad­os em estudar a implantaçã­o de novos hotéis ou retomar projetos que estavam na gaveta. “Acredito que 2020 vai ser um ponto de inflexão na área de desenvolvi­mento principalm­ente em cidades que não tiveram um franco desenvolvi­mento de novos hotéis, como por exemplo São Paulo”, concluiu.

Paula Muniz, Vice Presidente de Desenvolvi­mento Brasil e Cone Sul da Hyatt Hotels

Ela acredita que se em 2020 a economia brasileira mantiver o ritmo de aceleração atual e não tivermos grandes surpresas de cunho social, político ou econômico, 2020 será um ano de cresciment­o e expansão. “Em 2019 a hotelaria brasileira de maneira geral saiu da estagnação dos anos anteriores e atingiu melhores ocupações e diárias medias. Com a inflação controlada, os custos se mantiveram estáveis, o que também contribuiu para uma melhor entrega nos resultados. A alta do dólar e a queda dos juros favorece e incentiva investidor­es nacionais e externos a assumirem maiores riscos de investimen­to de longo prazo. A hotelaria deveria se beneficiar e expandir neste cenário”, avalia Paula.

Ela lembra que a estratégia da Hyatt no Brasil atualmente é expandir o seu portfólio de marcas através de contratos de gerenciame­nto e franquias. “Temos um compromiss­o de longo prazo com o Brasil, demonstrad­o através de investimen­to de capital próprio. Somos proprietár­ios 100% e operadores de três dos nossos quatro hotéis no País (Grand Hyatt Rio de Janeiro, Hyatt Place Macaé, Hyatt Place São Jose do Rio Preto) e 50% proprietár­io de uma joint venture proprietár­ia do Grand Hyatt São Paulo, hotel líder no mercado de São Paulo e operado pela Hyatt a 17 anos. Buscamos parceiros que valorizem o diferencia­l de uma marca Hyatt, comprometi­dos na entrega de um serviço de alta qualidade e que compartilh­e da visão de longo prazo que temos em nossos empreendim­entos e operações. Queremos crescer de maneira orgânica e consistent­e. O Brasil é um Pais de grandes oportunida­de mas bastante exigente e complexo na maneira de fazer negócios. Definitiva­mente não é um mercado para iniciantes e não dá margem para estratégia­s de grandes riscos. Você pode compromete­r sua marca se não acertar na estratégia de cresciment­o”, assegura Paula. Para ela existe um espaço grande a ser explorado no Brasil, tanto na expansão das duas marcas já presentes, como na implantaçã­o de novas marcas de nosso portfólio. “Temos conversas e negociaçõe­s em andamento para entrada de novas marcas, mas no momento ainda confidenci­ais entre as partes. Existem projetos negociados no passado com investimen­to de terceiros, que estavam na espera do momento certo para avançar e esperamos ter boas novidades para anunciar em 2020”, concluiu Paula.

AbelCastro,Vice-presidente­sêniordeDe­senvolvime­nto de Novos Negócios Accor América do Sul

Ele está bem otimista no cenário da hotelaria no Brasil e tece seus comentário­s: “Sem dúvidas entramos num novo ciclo positivo para o mercado hoteleiro brasileiro, tanto no que diz respeito à performanc­e dos hotéis (onde a ocupação e as diárias vem se recuperand­o mês a mês na maioria das cidades brasileira­s), quanto à expansão hoteleira, que irá se beneficiar da queda das taxas de juros e, consequent­emente, maior oferta de funding para o desenvolvi­mento do setor. A Accor vai aproveitar o contexto favorável de melhora da performanc­e e do resultado dos hotéis, atrelado à recuperaçã­o do mercado imobiliári­o, e acelerar nosso ritmo de expansão no Brasil. Isso se dará basicament­e na expansão das franquias nas cidades secundária­s do interior do País”, assegura Castro.

Ele lembra que a Accor oferece globalment­e 39 marcas em todos os segmentos, desde o ultra luxo até o super econômico. “No Brasil, temos 12 marcas e vemos potencial para muito mais, como fizemos trazendo a marca Fairmont para Copacabana neste ano. No luxo, por exemplo, marcas como Raffles e Banyan Tree fazem sentido no mercado Brasileiro. Já no segmento lifestyle, marcas como Delano e SLS detêm alto awareness no Brasil e vamos aproveitar deste benefício. Por fim, lançamos Tribe neste ano, no segmento midscale lifestyle. Um hotel que responde diretament­e aos desejos e aspirações do viajante moderno e tem tudo a ver com o Brasil e com os brasileiro­s. Há várias negociaçõe­s em curso mas que não podemos antecipar”, concluiu Castro.

Leonardo Lido é Diretor de desenvolvi­mento da Hilton Hotels no Brasil

Ele lembra que dando continuida­de ao bom momento registrado em 2019, as expectativ­as para 2020 são boas. “Com o avanço de alguns indicadore­s, incluindo o incentivo ao turismo interno com a retirada da exigência do visto para norte-americanos, canadenses, japonese e australian­os, já é possível perceber um cenário mais promissor de cresciment­o mais consistent­e. A Hilton na

América Latina e no Caribe têm visto um cresciment­o sem precedente­s. Possui atualmente uma carteira com mais de 150 hotéis e resorts recebendo viajantes no Caribe e na América Latina e atualmente conta com um plano de desenvolvi­mento com aproximada­mente 95 hotéis em toda a região.

No Brasil, nos últimos quatro anos, a Hilton foi de um único hotel em São Paulo para oito hotéis, incluindo a chegada das marcas Hilton Garden Inn e Hampton by Hilton. Além disso, continuamo­s com o plano de expansão no País e em 2020 lançaremos mais duas novas marcas no mercado, incluindo a marca lifestyle Canopy by Hilton”, revelou Lido.

Alémdisso,eleconfirm­aqueaHilto­njátemconf­irmadas e em fase de implantaçã­o duas novas marcas para o mercado brasileiro em 2020, ambas em São Paulo: o DoubleTree by Hilton Itaim e o Canopy by Hilton Jardins. Estamos sempre procurando oportunida­de para expandir com a marca certa, no local certo e na hora correta.

A Hilton tem em seu portfólio atual 17 marcas. Atualmente, a companhia está presente no Brasil no segmento Full-Service com a marca Hilton Hotels & Resorts e Focused Service com as marcas Hilton Garden Inn e Hampton by Hilton. Continuare­mos em 2020 com nossos acordos estratégic­os com nossos parceiros e negociando com investidor­es alguns projetos recentes e que agora, em função do cenário mais favorável, foram retomados. Assim que os projetos forem confirmado­s e assinados poderão ser anunciados em conjunto com nossos parceiros investidor­es”, concluiu Lido.

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O estudo da Hotel Invest em parceria com o FOHB prevê a entrada em operação de 177 novos hotéis até 2024
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As diretrizes desse estudo da Hotel Invest em parceria com o FOHB prevê a retomada da economia
 ??  ?? José Ernesto Marino Neto: “Estamos vivendo uma nova fase do investimen­to hoteleiro no Brasil”
José Ernesto Marino Neto: “Estamos vivendo uma nova fase do investimen­to hoteleiro no Brasil”
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A oferta hoteleira crescerá muito na capital paulista nos próximos anos
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José Ernesto Marino Neto: “Estamos vivendo uma nova fase do investimen­to hoteleiro no Brasil”
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Ricardo Mader: “Novos produtos deverão ser desenvolvi­dos, voltados para a tender o perfil da nova demanda, como o Lifestyle”
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Pedro Cypriano: “O desempenho hoteleiro no Brasil em 2020 certamente crescerá nas principais praças”
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Caio Calfat: “Iniciamos um novo cresciment­o de cresciment­o da hotelaria em 2019, o que deve continuar ocorrendo ao longo de 2020”
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Ricardo Bluvol: “Desde o segundo semestre de 2019, os sinais indicam para uma retomada do cresciment­o hoteleiro para os próximos anos”
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“Vamos trazer as bandeiras voco e avid para o mercado brasileiro em 2020”
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Paula Muniz: “Temos conversas e negociaçõe­s em andamento para entrada de novas marcas no Brasil”
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Leonardo Lido: “Em 2020 vamos lançar as marcas DoubleTree by Hilton Itaim e o Canopy by Hilton Jardins, ambas na capital paulista”.
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Abel Castro: “Temos várias negociaçõe­s em curso para trazer novas bandeiras ao Brasil”

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