Hotelaria brasileira terá cenário promissor em 2020
A inflação e taxa selic em queda, reformas econômicas em curso, recuperação das taxas de ocupação e das diárias médias e a alta do dólar que incentiva investidores nacionais e externos a assumirem maiores riscos de investimento de longo prazo são alguns dos fatores favoráveis a hotelaria em 2020
A hotelaria brasileira viveu nos últimos anos momentos difíceis em razão da instabilidade política e econômica do País. Mas com os indicadores econômicos apontando que o desemprego está caindo, assim como a inflação, o nível de atividade industrial retornou o crescimento e que o PIB cresça 2,32% no ano que vem, a hotelaria deverá viver bons momentos em 2020. Estudos e números realizados pela entidade do setor sobre as perspectivas do segmento de hospedagem, assim como expectativas de consultores e desenvolvedores de hotéis também colaboram para um ano promissor para a hotelaria em 2020.
O recente estudo realizado pela empresa de consultoria hoteleira, Hotel Invest, em parceria com o FOHB – Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil, apontou que a hotelaria brasileira teve no final do ano passado um bom ritmo de crescimento. Cidades como Belo Horizonte, Vitória, Porto Alegre e Curitiba conseguiram três indicadores de desempenho – taxa de ocupação, diária média e RevPAR – ultrapassaram as expectativas. Já o Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador apontou um crescimento no RevPAR (receita por apartamento). Esse ritmo de crescimento seguirá também em 2020, assim como a entrada de novos empreendimentos hoteleiros. Espera-se 177 novos hotéis que deverão entrar em operação até 2024 com 25,9 mil apartamentos e exigirá um aporte de R$ 7 bilhões investidos. Houve um aumento de 44% no total de hotéis a serem lançados em relação a 2019 e de 39% no total de UHs, o que faz com que o montante investido suba 64%.
De todos estes novos estabelecimentos, os hotéis econômicos e supereconômicos representam juntos 64% de todos os novos empreendimentos, sendo metade deles de redes nacionais e metade de redes internacionais. O mercado de condo-hotéis é o que tem mais lançamentos neste período, sendo 65% dos estabelecimentos a serem lançados neste formato, 33% de hotéis e apenas 2% de flats. No que diz respeito a quantidade de UHs, 72% terão até 199 acomodações, enquanto 25% terão de 200 a 399 e 3% terão 400 ou mais quartos.
De todas as UHs a serem lançadas, 75% delas estão localizadas nas regiões Sul e Sudeste. Os estados com maior número de novas unidades por região são: Sul – Santa Catarina com 2.048 UHs e 14 hotéis; Sudeste – São Paulo com 8,6 mil UHs e 55 hotéis; Nordeste – Alagoas com mil UHs e seis hotéis; Centro Oeste – Goiás com
901 UHs e 6 hotéis; Norte – Amazonas com 464 UHs e 3 hotéis. No total, apenas 34% de novas unidades estão localizadas nas capitais e 66% se encontra em cidades do interior ou de regiões metropolitanas.
Uma pesquisa realizada em outubro de 2019 pelo Ministério do Turismo com 727 empresas do setor de hospedagem apontou otimismo para os próximos seis meses no setor de acomodações de todo o Brasil. Segundo o boletim, 43,6% dos entrevistados projetam crescimento na demanda pelos serviços ofertados; 46,4% preveem aumento no faturamento da empresa; e 31,6% esperam estabilidade até março de 2020.
Na mesma prospecção, 57,5% dos empresários confirmaram a pretensão de manter o número de funcionários e 25,7% esperam abrir novas vagas de trabalho. Os percentuais, de um modo geral, significam menos desemprego, mais faturamento e estabilidade nos estabelecimentos de hospedagem do Brasil.
A perspectiva é positiva também quanto ao investimento para os próximos meses: quase metade do mercado de hospedagem brasileiro (49,9%) pretende aplicar recursos em seus empreendimentos. Outro número positivo mostra que 16,1% dos empresários responderam que “definitivamente” vão aumentar o investimento em seus estabelecimentos. No total, incluindo aqueles que “provavelmente” vão investir (49,9%), 66% do setor de hospedagem se mostrou favorável a novos aportes em 2020.
Qual a previsão que os consultores hoteleiros fazem para o setor em 2020 José Ernesto Marino Neto - CEO e Fundador da BSH International
O Consultor José Ernesto está com uma expectativa de desempenho para a economia brasileira em 2020 positiva e acredita que o PIB possa surpreender e crescer quase 3% em 2020. Na sua análise, os juros tenderão a descer e mais recursos deverão seguir para a economia real. Com isso, com maior atividade econômica, haverá mais viagens de negócios e os hotéis irão se beneficiar. O segmento de lazer, com multipropriedade, deverá também ver incremento. Em relação as oportunidades apresentadas pelo mercado ele lembra que: “Estamos vivendo uma nova fase do investimento hoteleiro no Brasil. As experiências vividas indicam que investidores qualificados irão se juntar a operadores hoteleiros que souberem tomar risco corretamente. É possível que o investidor tome risco? Sim, mas desde que o operador hoteleiro também o tome. A economia brasileira tem momentos de “roller coster” e não é possível empurrar todo o risco para o investidor que fica muitas vezes subordinado ao humor do operador. Não temos no Brasil mercado de capitais tão desenvolvido que torne o dinheiro algo disponível e barato a ponto de financiadores aceitarem assumir integralmente os risco do projeto”, assegura José Ernesto.
Jorge Duarte - Diretor da CoHotel Consultoria Hoteleira
Ele está com uma expectativa que em 2020 a hotelaria brasileira apresente crescimento de dois dígitos se combinados taxa de Ocupação e Revpar (receita por apartamento) e prevê um aumento de REVPAR de 15% em relação a 2019. Segundo ele, existem muitos estudos de viabilidade hoteleira aprovados que estavam aguardando o melhor momento para se construir e que beneficiará muitas cidades secundárias e terciárias no Brasil. “Apesar do crescimento as bandeiras Life Style são uma tendência no mundo e ganharão espaço no Brasil nos próximos anos. Elas atendem a um segmento da demanda, que migrou do hotel econômico e busca uma nova opção de hospedagem, mais moderna e informal”, avalia Duarte. Em relação a cidade de São Paulo ele revela que ela terá até o ano 2023 cerca de 20 empreendimentos novos com 4.000 quartos de todas categorias e de várias redes hoteleiras. “O custo de terrenos na capital paulista está muito relacionado ao potencial construtivo e
local. Se combinados empreendimentos comercias, residenciais, shoppings e hotéis a conta fecha. Os recursos para a construção desses hotéis virão de fundos de investimento, investidores institucionais, redes hoteleiras e do mercado imobiliário, via condo hotel. Com a manutenção dos juros reais na casa de 3 a 4% ao ano, voltaria ser uma real opção de investimento de longo prazo”, conclui Duarte.
Pedro Cypriano - Managing Partner da Hotelinvest
Ele destaca diversas medidas implantadas em 2019 que resultarão em um País com turismo mais dinâmico em médio prazo. Reestruturação da Embratur e aumento de seu orçamento de US$ 8 milhões para US$ 120 milhões. Se bem utilizado, os novos recursos poderão fomentar melhor promoção turística do País; Melhoria da conectividade aérea. Mais de 80 novas rotas internacionais operarão no país, assim como ao menos 7 novas companhias. Estamos em um bom caminho para aumentar a competitividade turística do país. Certamente há gargalos, como de infraestrutura e até segurança pública, mas os avanços também devem ser comemorados. “O desempenho hoteleiro no Brasil em 2020 certamente crescerá nas principais praças. Com a ocupação próxima ao limite sazonal, os preços, ainda represados, voltarão a crescer com maior intensidade. E São Paulo será o principal destaque. Enxergamos espaço para aumentos reais de RevPAR de dois dígitos. Não só o maior crescimento econômico, mas também a melhoria da confiança de investidores e empresários induzirão demanda hoteleira no País. Quando o setor privado está mais otimista, mais viagens são feitas para prospecção de negócios. Em 2020, não só tarifas públicas, mas as também negociadas serão corrigidas”, acredita Cypriano.
Ele lembra que o prazo de implantação de novos hotéis muitas vezes é próximo a cinco anos no Brasil. “Para 2020, espera-se a abertura de 74 novos hotéis ou 10.767 UHs, representados por 21 redes e 35 marcas. Esse total perfaz a metade de toda a oferta de rede com abertura prevista até 2024 no Brasil. Por isso em 2025 podemos ter um País muito mais atrativo. Hoje, ainda em um momento de baixa, é o momento ideal para se estruturar novas oportunidades”, concluiu Cypriano.
Ricardo Mader, Diretor da JLL Hotels & Hospitality Group
Ele enxerga com otimismo a performance da Hotelaria brasileira em 2020 e destaca que: “Estamos bastante otimistas com a performance dos hotéis em 2020, pois no ano passado já apresentou uma melhora significativa em relação aos últimos anos, e o crescimento previsto para o PIB vai impactar positivamente a performance dos hotéis. Estamos ainda numa fase de baixa no ciclo de desenvolvimento de hotéis, mas acreditamos que a retomada de novos projetos deverá acontecer só a partir de 2021. Novos produtos deverão ser desenvolvidos, voltados para a tender o perfil da nova demanda. Um exemplo é o produto Lifestyle”, analisa Mader.
As novas marcas hoteleiras que estão entrando no Brasil, como a Canopy, Doubletree e Jo & Joe são mencionadas por Mader na retomada desse crescimento e acredita que: “Com a estabilização macro econômica e a consequente queda nas taxas de inflação e juros, os Bancos Privados vão criar fontes atrativas de crédito para financiar bons projetos
hoteleiros. É assim que funciona nas economias desenvolvidas. Mas fica um alerta: O Brasil precisa avançar com as reformas administrativa, tributária, política e com os programas de privatização. Somado ao crescimento da economia, poderemos ter uma indústria hoteleira rentável e atrativa para os investidores”, conclui Mader.
Caio Calfat, Consultor, Presidente da ADIT Brasil e Vice-presidente do SECOVI/SP
Ele considera alguns fatores como delicados e sensíveis e que podem influenciar, para melhor ou para pior, a performance do parque hoteleiro em 2020: Economia: como o mercado irá reagir à política econômica do governo federal é um fator que influi diretamente no crescimento do PIB, no apetite das empresas, na segurança institucional, no risco Brasil e, portanto, no desempenho dos hotéis de negócios. A tendência é de melhora e de crescimento. Política: a aprovação das reformas trabalhista e previdenciária foram responsáveis pelo ainda tímido crescimento econômico, mas é preciso continuar, agora com a reforma administrativa, a fiscal e até a política. Judiciário: segurança jurídica é um sonho muito antigo do empreendedor brasileiro! É preciso termos leis justas, fortes e que sejam cumpridas. A Lava-jato é uma grande esperança, mas é preciso persistir e tornar o nosso Poder Judiciário eficiente e consciente em relação às grandes causas brasileiras. “Iniciamos um novo crescimento em 2019, o que deve continuar ocorrendo ao longo de 2020, com mais intensidade em destinos em que não houve superoferta hoteleira e que tiveram melhor desempenho de seu parque hoteleiro. E como estamos nos preparando para esta nova realidade? Na nossa Vice-Presidência de Assuntos Turísticos Imobiliários do SECOVI-SP, ao longo da crise e após 5 anos de negociações, colaboramos com a CVM – Comissão de Valores Mobiliários – no desenvolvimento do texto final da Instrução CVM no. 602 de 27/08/18, que regulamenta os condohotéis como produtos de investimento e dita as regras para o Registro de Oferta deste tipo de empreendimento. Além disso, reunimos novamente o Grupo de Trabalho de Condo-hotéis que, com a proximidade de um novo ciclo de expansão hoteleira, fará a revisão e atualização do Manual de Melhores Práticas de Hotéis para Investidores Imobiliários Pulverizados, que lançamos a mercado originalmente no início de 2012 e cuja nova versão esperamos disponibilizar a público durante o ano de 2020”, assegura Calfat.
Segundo ele, vem crescendo bastante nos últimos meses os trabalhos de consultoria para novos projetos. “Temos também vários estudos realizados nos últimos anos e que foram engavetados, à espera da recuperação do mercado, assim como atualizações de estudos aprovados na CVM que tiveram seu prazo de validade vencido. Temos também vários estudos novos em cidades secundárias e terciárias, onde a crise ocorreu em menor intensidade ou não ocorreu, como nas regiões Centro-Oeste e mesmo Sul e Sudeste, em municípios com forte atividade em agropecuária, mineração, petróleo, próximas a portos e aeroportos, parques empresariais, entroncamentos rodoviários, ou mesmo em centros regionais de serviços. Há mercado também para hotéis de lazer, alguns “pegando carona na onda da multipropriedade” (que, entre muitos outros atributos, tem tido a capacidade de proporcionar a descoberta de novos destinos); outros surgirão em razão do iminente aquecimento do turismo interno impulsionado pela maior capacidade econômica do brasileiro”, concluiu Calfat.
Qual a previsão que os desenvolvedores hoteleiros fazem para o setor em 2020 Ricardo Bluvol, Vice-presidente de Desenvolvimento da Atlantica Hotels
Ele acredita que o mercado voltará, mesmo que em passos um pouco mais lento que a pré-crise, a
um novo ciclo de crescimento. “Tanto os resultados do segundo semestre de nossa base atual como a volta do apetite e interesse dos investidores nos deixam otimistas quanto à retomada do ciclo de crescimento da hotelaria para os próximos anos. Desde o segundo semestre de 2019, os sinais indicam para uma retomada do crescimento hoteleiro para os próximos anos. Com a melhora nos resultados atuais, incremento de diária e baixa na taxa de juros Selic, os ativos hoteleiros e imobiliários passaram a despertar novamente o interesse nos investidores. Prova disto é que encerramos 2019 com 18 contratos assinados, indicando uma boa perspectiva para os resultados, comparando-se com os últimos anos de crise econômica”, destaca Bluvol.
Os investimentos em tecnologia e capilaridade em vendas para alavancar os resultados deverão ser mantidos pela Atlantica Hotels em 2020, assim como buscar a captação de novos produtos. “Temos parcerias com grandes incorporadores nacionais e regionais que já sinalizaram o interesse em novos lançamentos. Somado a isto, criamos um produto novo de franquias, voltado a hotéis independentes em mercados secundários, que vem despertando o interesse cada vez maior de hotéis neste segmento. No segundo semestre de 2019, assinamos cinco novos contratos nesta modalidade. Acreditamos que este será mais um vetor de crescimento de nossa empresa que possui 18 marcas no portfólio, de renomadas redes internacionais, como Hilton, Radisson Hotel Group e Choice Hotels. Além destas marcas, também temos nossas marcas próprias, eSuites e Go Inn, que são o foco de crescimento no produto de franquias. Estas marcas já estão consolidadas e com grande capilaridade no território nacional. Além disto, estamos conversando com nossos parceiros para trazermos algumas marcas adicionais para nosso portfólio”.
Bluvol afirma que a Atlantica Hotels tem diversos hotéis no pipeline. “São mais de 35 hotéis em estágios distintos de desenvolvimento. O que sentimos foi o interesse de nossos investidores em acelerar o processo de construção, incorporação e vendas destes ativos no mercado, além de desenvolverem novos produtos”, concluiu Bluvol.
Ricardo Manarini, Regional Vice President Development – Brazil da rede InterContinental
Ele analisa o cenário da hotelaria no Brasil em 2020 sob dois aspectos: um referente aos hotéis em operação e outro do desenvolvimento de novos hotéis. “Do ponto de vista dos hotéis em operação o ano de 2019 marcou a virada definitivamente de um cenário de crise e resultados baixos para um cenário de recuperação de resultados, quem conseguiu passar por esta período turbulento do nosso mercado, provavelmente 2020 vai ser o ano da consolidação de resultados mais expressivos. Para se ter uma ideia, todos os hotéis da IHG no Brasil superaram as expectativas dos resultados projetados no começo do ano. Já sob o aspecto do desenvolvimento de novos hotéis, o mercado ainda está muito abaixo da média nos anos pré-crise, algumas propriedades com obras paradas estão retomando as obras e alguns desenvolvedores estão avaliando retomar projetos que estavam engavetados. Acredito que com a consolidação dos resultados em 2020 do hotéis em operação, impulsionará a retomada no desenvolvimento de novos hotéis para os próximos anos”, acredita Manarini.
E dentro desse contexto, a IHG planeja trazer ferramentas e inovações para os hotéis, principalmente com o foco na melhora da experiência dos investidores e dos nossos hóspedes, como a implantação em todos os hotéis do Brasil do Connect, uma tecnologia de reconhecimento automático dos associados do programa de fidelidade. E diante das oportunidades que apresenta o mercado brasileiro teremos já no primeiro semestre de 2020 o lançamento da marca voco que tem posicionamento upscale focada na conversões de hotéis independentes. Outra marca que devemos implantar também no Brasil ao longo do segundo semestre de 2020, é a avid. Esta é uma marca moderna, prática e leve, foi desenvolvida especialmente para o mercado norte americano,
porém a grande receptividade do mercado fez com que a IHG antecipasse o lançamento em outros países. Os quartos terão entre 18 e 21m2 com serviços essenciais com a qualidade da IHG”, revela Manarini.
E ele conclui dizendo que nos últimos meses tem observado um aumento da demanda de investidores e desenvolvedores interessados em estudar a implantação de novos hotéis ou retomar projetos que estavam na gaveta. “Acredito que 2020 vai ser um ponto de inflexão na área de desenvolvimento principalmente em cidades que não tiveram um franco desenvolvimento de novos hotéis, como por exemplo São Paulo”, concluiu.
Paula Muniz, Vice Presidente de Desenvolvimento Brasil e Cone Sul da Hyatt Hotels
Ela acredita que se em 2020 a economia brasileira mantiver o ritmo de aceleração atual e não tivermos grandes surpresas de cunho social, político ou econômico, 2020 será um ano de crescimento e expansão. “Em 2019 a hotelaria brasileira de maneira geral saiu da estagnação dos anos anteriores e atingiu melhores ocupações e diárias medias. Com a inflação controlada, os custos se mantiveram estáveis, o que também contribuiu para uma melhor entrega nos resultados. A alta do dólar e a queda dos juros favorece e incentiva investidores nacionais e externos a assumirem maiores riscos de investimento de longo prazo. A hotelaria deveria se beneficiar e expandir neste cenário”, avalia Paula.
Ela lembra que a estratégia da Hyatt no Brasil atualmente é expandir o seu portfólio de marcas através de contratos de gerenciamento e franquias. “Temos um compromisso de longo prazo com o Brasil, demonstrado através de investimento de capital próprio. Somos proprietários 100% e operadores de três dos nossos quatro hotéis no País (Grand Hyatt Rio de Janeiro, Hyatt Place Macaé, Hyatt Place São Jose do Rio Preto) e 50% proprietário de uma joint venture proprietária do Grand Hyatt São Paulo, hotel líder no mercado de São Paulo e operado pela Hyatt a 17 anos. Buscamos parceiros que valorizem o diferencial de uma marca Hyatt, comprometidos na entrega de um serviço de alta qualidade e que compartilhe da visão de longo prazo que temos em nossos empreendimentos e operações. Queremos crescer de maneira orgânica e consistente. O Brasil é um Pais de grandes oportunidade mas bastante exigente e complexo na maneira de fazer negócios. Definitivamente não é um mercado para iniciantes e não dá margem para estratégias de grandes riscos. Você pode comprometer sua marca se não acertar na estratégia de crescimento”, assegura Paula. Para ela existe um espaço grande a ser explorado no Brasil, tanto na expansão das duas marcas já presentes, como na implantação de novas marcas de nosso portfólio. “Temos conversas e negociações em andamento para entrada de novas marcas, mas no momento ainda confidenciais entre as partes. Existem projetos negociados no passado com investimento de terceiros, que estavam na espera do momento certo para avançar e esperamos ter boas novidades para anunciar em 2020”, concluiu Paula.
AbelCastro,Vice-presidentesêniordeDesenvolvimento de Novos Negócios Accor América do Sul
Ele está bem otimista no cenário da hotelaria no Brasil e tece seus comentários: “Sem dúvidas entramos num novo ciclo positivo para o mercado hoteleiro brasileiro, tanto no que diz respeito à performance dos hotéis (onde a ocupação e as diárias vem se recuperando mês a mês na maioria das cidades brasileiras), quanto à expansão hoteleira, que irá se beneficiar da queda das taxas de juros e, consequentemente, maior oferta de funding para o desenvolvimento do setor. A Accor vai aproveitar o contexto favorável de melhora da performance e do resultado dos hotéis, atrelado à recuperação do mercado imobiliário, e acelerar nosso ritmo de expansão no Brasil. Isso se dará basicamente na expansão das franquias nas cidades secundárias do interior do País”, assegura Castro.
Ele lembra que a Accor oferece globalmente 39 marcas em todos os segmentos, desde o ultra luxo até o super econômico. “No Brasil, temos 12 marcas e vemos potencial para muito mais, como fizemos trazendo a marca Fairmont para Copacabana neste ano. No luxo, por exemplo, marcas como Raffles e Banyan Tree fazem sentido no mercado Brasileiro. Já no segmento lifestyle, marcas como Delano e SLS detêm alto awareness no Brasil e vamos aproveitar deste benefício. Por fim, lançamos Tribe neste ano, no segmento midscale lifestyle. Um hotel que responde diretamente aos desejos e aspirações do viajante moderno e tem tudo a ver com o Brasil e com os brasileiros. Há várias negociações em curso mas que não podemos antecipar”, concluiu Castro.
Leonardo Lido é Diretor de desenvolvimento da Hilton Hotels no Brasil
Ele lembra que dando continuidade ao bom momento registrado em 2019, as expectativas para 2020 são boas. “Com o avanço de alguns indicadores, incluindo o incentivo ao turismo interno com a retirada da exigência do visto para norte-americanos, canadenses, japonese e australianos, já é possível perceber um cenário mais promissor de crescimento mais consistente. A Hilton na
América Latina e no Caribe têm visto um crescimento sem precedentes. Possui atualmente uma carteira com mais de 150 hotéis e resorts recebendo viajantes no Caribe e na América Latina e atualmente conta com um plano de desenvolvimento com aproximadamente 95 hotéis em toda a região.
No Brasil, nos últimos quatro anos, a Hilton foi de um único hotel em São Paulo para oito hotéis, incluindo a chegada das marcas Hilton Garden Inn e Hampton by Hilton. Além disso, continuamos com o plano de expansão no País e em 2020 lançaremos mais duas novas marcas no mercado, incluindo a marca lifestyle Canopy by Hilton”, revelou Lido.
Alémdisso,eleconfirmaqueaHiltonjátemconfirmadas e em fase de implantação duas novas marcas para o mercado brasileiro em 2020, ambas em São Paulo: o DoubleTree by Hilton Itaim e o Canopy by Hilton Jardins. Estamos sempre procurando oportunidade para expandir com a marca certa, no local certo e na hora correta.
A Hilton tem em seu portfólio atual 17 marcas. Atualmente, a companhia está presente no Brasil no segmento Full-Service com a marca Hilton Hotels & Resorts e Focused Service com as marcas Hilton Garden Inn e Hampton by Hilton. Continuaremos em 2020 com nossos acordos estratégicos com nossos parceiros e negociando com investidores alguns projetos recentes e que agora, em função do cenário mais favorável, foram retomados. Assim que os projetos forem confirmados e assinados poderão ser anunciados em conjunto com nossos parceiros investidores”, concluiu Lido.