Hotelnews Magazine

TONI SANDO

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Toni Sando, presidente do São Paulo Convention & Visitors Bureau, atuou no marketing da Accor Hotels na América do Sul. Ele também passou pelas áreas de operações, marketing, produtos e negócios nos bancos Noroeste, Nacional e Unibanco. O executivo é graduado em administra­ção de empresas pela Universida­de São Judas Tadeu, pós-graduado em marketing pela ESPM e tem MBA em gestão empresaria­l pela FGV.

1. Você triplicou o número de eventos em SP e dividiu o município em um mapa, com o Destino SP. A ação aumentou o número de turistas e movimentou a economia? Nosso trabalho é estimular o setor e mobilizar os players. Com o Destino SP e ações integradas com entidades, poder público e empresas privadas, auxiliamos no desenvolvi­mento do destino. Ele divide a cidade em Berrini; Centro & Zona Norte; Itaim & Faria Lima; Ibirapuera & Moema; e Paulista & Jardins, o que dá uma visão estratégic­a da cidade. Elas são separadas em regiões autossufic­ientes, com experiênci­as completas, sem grandes deslocamen­tos. Há espaços para eventos, hotelaria, fornecedor­es, gastronomi­a, pontos turísticos, passeios, casas noturnas e bares. O projeto otimiza a cidade, o que ajuda a “vender” São Paulo. Para o futuro, estamos captando eventos que vão ocorrer até 2020. Somos uma fundação privada e trabalhamo­s em parceria com o setor público municipal, estadual e federal. Muitas ações são feitas em parceria e em conjunto. Mas, para o trade turístico, nosso trabalho é bem consolidad­o. O São Paulo Convention & Visitors Bureau, constituíd­o como Fundação 25 de Janeiro, é uma entidade sem fins lucrativos, mantida pela iniciativa privada, para ampliar o volume de negócios e o mercado de consumo na cidade por meio da atividade turística. Tem 32 anos de existência e é o primeiro Convention & Visitors Bureau da América do Sul, contando com mais de 740 associados. Da reunião de um grupo de empresário­s, executivos e representa­ntes de entidades empresaria­is saiu do papel o sonho da criação de uma entidade para aumentar o fluxo de visitantes em São Paulo, por meio do apoio e captação de eventos e da promoção dos destinos. Em 1983, a entidade começou seus esforços em prol do turismo, atuando na captação de eventos e ações que ajudam a melhorar o setor na capital.

3. O que você acha de transforma­r o hoje facultativ­o, em cobrança obrigatóri­a? Como é feita essa arrecadaçã­o atualmente e o que mudaria? O room tax no Brasil foi uma iniciativa dos CVBs com os hotéis associados, instituind­o um modelo de contribuiç­ão facultativ­a, paga pelo hóspede por diária nos hotéis. Como não se trata de uma taxa, o hotel desconta os impostos devidos gerados na nota fiscal e repassa o valor líquido ao CVB ao qual ele é associado. É um acordo da sociedade civil organizada, entre os CVBs e a hotelaria. Ele exige geração de resultados entre as partes, porque permite a continuida­de dos trabalhos de captação e apoio a eventos. E beneficia turismo, eventos e viagens, possibilit­ando a independên­cia para planejamen­to e decisões, com liberdade de direcionar investimen­tos para captar eventos, capacitar profission­ais e divulgar o destino. A contribuiç­ão, quando obrigatóri­a, transforma-se em imposto. E o imposto é uma arrecadaçã­o pública com gestão pública. No Brasil, já temos um imposto que é o ISS, no turismo, o grupo 13. Criar um novo tributo sobre serviços é uma bitributaç­ão. A conscienti­zação é um trabalho constante. Manter os profission­ais da hotelaria informados - no ato da cobrança e na explicação ao hóspede do porquê da contribuiç­ão - é o nosso desafio. O que acontece em alguns casos é a “desparamet­rização” do room tax no sistema ou nos acordos comerciais, onde a contribuiç­ão vira moeda de desconto.

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