Hotelnews Magazine

Hoteleiro Aurélio Guzzoni

O FILHO DO FUNDADOR DO CA’D’ORO ESTÁ A FRENTE DE SEU RELANÇAMEN­TO

- AURÉLIO GUZZONI

Nascido na Itália, na bela cidade de Bergamo, Aurélio Guzzoni veio bem cedo para São Paulo, com apenas três anos de idade. Foi em terras tupiniquin­s que ele foi criado e aprendeu a arte da hospitalid­ade e, por conta disso, se considera brasileiro. “Quando joga Brasil e Itália eu torço para o Brasil”, confessa.

Guzzoni faz parte da terceira geração de hoteleiros, que teve início lá atrás na Suíça. Seu avô, também batizado de Aurélio Guzzoni, entrou para o ramo ao adquirir um hotel em Lausanne e, posteriorm­ente, na Itália. “Meu avô tinha um hotel em Bergamo e meu pai, Fabrizio, começou a namorar com uma brasileira que se hospedou lá”, conta.

A brasileira era sua mãe, Antonieta, que ficou no hotel com sua família por um mês. “Eles apaixonara­m-se e continuara­m se correspond­endo depois que minha mãe voltou para o Brasil. Depois, meu pai foi para Campinas, onde ela morava, eles se casaram e voltaram para a Itália”, explica.

Alguns anos depois, Antonieta quis voltar para o Brasil. A promessa de prosperida­de no continente americano, aliada ao fato de Fabrizio ter gostado de São Paulo fizeram a cabeça do italiano, e o casal e seu dois filhos, Aurélio e Eugênio, mudaram-se para cá.

Nos anos 1950, a família abriu o restaurant­e Ca’d’Oro na Barão de Itapetinin­ga, no centro de São Paulo. “Essa rua era considerad­a a Oscar Freire da época”, relembra. Depois, Fabrizio abriu um hotel com 50 quartos no mesmo endereço. “Na época não era chique, mas tinha um restaurant­e muito bom que se tornou ponto de encontro de artistas e intelectua­is. Foi ali que começou o grande sucesso”, conta. Posteriorm­ente, o Ca’d’Oro mudou de endereço e acabou se consolidan­do na Rua Augusta.

O hoteleiro cresceu no centro de São Paulo, em uma época em que a cidade ainda não era uma grande metrópole. “Eu andava de bicicleta e jogava futebol na rua. Moramos no Largo do Arouche, na Avenida São Luís, no hotel”, relata.

Apesar de nunca ter abandonado a tradição hoteleira da família, formou-se em direito. “Meu irmão (que já é falecido) cuidava da parte comercial e eu da parte administra­tiva e legal da empresa”, explica. Em 1999, Guzzoni se mudou com sua esposa e seus três filhos para os Estados Unidos, para trabalhar no escritório de um amigo. “Eu queria que meus filhos tivessem uma experiênci­a no exterior. Foi um período interessan­te, eu gostei muito de morar lá, os norte-americanos são muito eficientes”, diz.

Nas horas vagas, gosta de praticar jardinagem em sua casa em Campos do Jordão, no interior de São Paulo. “Eu pretendo, com o tempo, ficar mais tempo lá do que em São Paulo”, diz. Seu outro hobby é tocar piano. “Sou amador, toco música popular. Eu gosto muito de música, vivi na época da bossa-nova, cresci ouvindo Elis Regina”, conta ele.

Nenhum dos três filhos de Guzzoni é casado ou tem filhos. Mas ele não apressa seus herdeiros. “Tem que ser no ritmo deles. Eu curti muito os meus avós. Quando meu avô italiano ficou viúvo ele vinha bastante para cá quando era inverno na Itália. Eu compartilh­ava o meu quarto com ele”, relembra.

Atualmente, Guzzoni atua como presidente do novo hotel Ca’d’Oro, que foi reinaugura­do em outubro deste ano. Seu sobrinho, também chamado Fabrizio, é o gerente geral do empreendim­ento. “Eu tenho 66 anos, já está na hora de passar o bastão para os mais jovens. O Fabrizio trabalhou muito tempo no Ca’d’Oro, é um apaixonado e está pronto para manter nossa tradição, mas trazendo coisas novas”, conta. “No ano que vem, eu pretendo ficar no conselho administra­tivo”, completa.

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