Hotelnews Magazine

DRINQUES PERSONALIZ­ADOS

COQUETELAR­IA GANHA VISIBILIDA­DE E INCREMENTA OS CARDÁPIOS DE HOTÉIS

- POR NATHALIA ABREU

O s bares de hotéis em todo o mundo são, certamente, um atrativo tanto para hóspedes, quanto para visitantes em geral e, até mesmo, para moradores locais. Nos últimos anos, a oferta desses espaços tem crescido considerav­elmente, e a procura constante fez com que os empresário­s do setor hoteleiro prestassem cada vez mais atenção nesta área do empreendim­ento, investindo em novas tendências. Desde a percepção da importânci­a de renovar os bares, foi-se o tempo em que os ambientes totalmente clássicos e os pianos tomavam conta do saguão de entrada. Acima de tudo: foi-se também a época em que o bom e velho Dry Martini com azeitonas era o drinque “queridinho” entre os frequentad­ores. Surgiram, aos poucos, novos conceitos, principalm­ente em relação às bebidas, que, para agradar os mais diversos paladares, focam em particular­idades da mixologia (releitura de clássicos e criação de bebidas autorais) e na ideia de oferecer novas experiênci­as aos clientes.

Coquetéis na capital paulista

nida O Paulista,Tivoli Mofarrejtr­ouxe para– São o Paulo,Seen, na seu região recém-inau-da avegurado totalmente restaurant­e personaliz­adae bar, e uma autoral. carta De de acordo drinques com Miguel Garcia, diretor geral do empreendim­ento, a principal proposta é torná-lo referência na cidade. “Esta é uma demanda vinda de ‘bares de rua’, e outras cidades cosmopolit­as, na qual a presença de um mixologist­a nos permite conectar mais com o mercado de bebidas mundial. Queremos nos tor

nar referência para a coquetelar­ia local, desmistifi­cand‘ a ideia de “ue ba”es l‘calizad‘s em h‘–éis apostam apenas nos clássicos”, explica.

O bartender Heitor Marin foi quem deu vida às c”iações d‘ l‘cal. O ’”‘fissi‘nal c‘n–a “ue, desde o início, o intuito é oferecer coquetéis que agradem a todos os paladares, abrangendo o doce, o cítrico e o amargo. Ente os mais pedidos estão o Liffey e versões diferentes de Gin Tônica. “O Liffey, por exemplo, conta a história da minha experiênci­a quando participei de um mundial de coquetéis em Dublin, na I”landa”, afi”ma. Segundo Garcia, até o momento o estabeleci­mento recebe ainda mais frequentad­ores de fora do que os próprios hóspedes. Entretanto, de forma geral, o feedback de quem se hospeda no Mofarrej –em sid‘ ’‘si–iv‘. “C‘m a chegada d‘ Seen, n‘ fim de abril, atraímos clientes locais que não frequentav­am restaurant­es de hotéis. A demanda de hóspedes antigos também se manteve, gerando um restaurant­e com ótima frequência durante toda a semana. Notamos também que os clientes preferem ir ao Seen em vez de saírem do hotel, aproveitan­do então a conveniênc­ia de utilizar apenas o elevador como meio de locomoção. Aqui, eles estão conectados com a noite paulistana, mesmo sem sai” d‘ h‘–el”, afi”ma. No que diz respeito ao faturament­o, os drin“ues c‘””es’‘ndem a uma fa–ia significa–iva n‘ setor de A&B: o diretor reitera que o bar representa

40% no faturament­o do setor de A&B e 55% no que diz respeito ao consumo de bebidas do restaurant­e. O Maksoud Plaza, também na região da movimentad­a avenida paulistana, investiu em novidades a partir de 2015, que inseriram o Frank Bar. Henry Maksoud Neto, presidente do hotel, relata que foi um ótimo investimen­to, já que a cidade carece deste conceito. “Temos o prazer de trabalhar com o especialis­ta Spencer Amereno, que é um amante da coquetelar­ia, trazendo ainda mais resultados positivos para o negócio que, anualmente, conta com uma nova carta”, diz. Rapidament­e, sob comando de Amereno, o estabeleci­mento tornou-se um dos mais respeitado­s não apenas em São Paulo, como também no Brasil, e parada obrigatóri­a para turistas que querem conhecer a noite paulistana. “O bartender sempre realiza viagens de pesquisa para procurar o que há de mais inovador no mundo da mixologia. Sendo assim, nos surpreende a cada temporada desde que inauguramo­s o ba””, ga”an–e Ne–‘. O ’”esiden–e ce”–ifica “ue há clien–es fiéis, mas que novos visitantes são conquistad­os a cada lançamento ou novidade. “Apesar de existir há muito tempo, essa concepção mais artesanal caiu há pouco no gosto da sociedade em geral”, reitera. Spencer Amereno é um dos bartenders mais conhecid‘ s n‘ País. À f”en–e das c”iações d‘ F”ank, ele c‘n–a “ue a especialid­ade são os drinques clássicos e clássicos esqueci

dos, mas com uma interpreta­ção moderna. “Entendi o que bons bares de hotel pelo mundo estavam fazendo e me inspirei para criar minhas concepções, que naturalmen­te teriam meu DNA, mas que coubessem nesse contexto. Geralmente me baseio também em livros antigos de coquetelar­ia. Gosto de explorar drinques desconheci­dos, mas que já foram bastante consumidos em alguma época ou lugar”, aponta. Para o bartender, os ingredient­es mais marcantes são os feitos na casa. “Acreditamo­s que assim aperfeiçoa­mos sabores e aromas, da mesma maneira que um bom chef faz em sua cozinha, utilizando ingredient­es frescos e exclusivos. Fazemos as sodas, os xaropes, as infusões, o suco de tomate, as tônicas, a coalhada, o chutney, entre outros”, esclarece.

Mixologia fluminense

No Rio de Janeiro (RJ), o cenário não é diferente. O Ipanema Praia Hotel abriga o Espaço 7zero6, que, segundo o gerente de Alimentos e Bebidas, Victor Hugo Santos, sempre prezou ideias inovadoras. Recentemen­te, com a chegada do especialis­ta Alex Mesquita, o bar desenvolve­u uma nova carta de coquetéis temáticos. “Para criar o cardápio, Mesquita fez algumas visitas ao hotel e realizou um day use para vivenciar a experiênci­a. Após a divulgação das novidades, tivemos muito retorno nas redes sociais. Desde então, a procura de

pessoas interessad­as em conhecer os novos coquetéis só aumen–‘ u”, afi”ma.

Mesquita conta que o bar apresenta uma carta bem en

xuta, porém com receitas requintada­s e apresentaç­ão bem elaborada. Entre as mais pedidas estão a Seasons of Love, que na receita leva gin, manjericão, pepino, uva verde e tônica; e o intitulado Nectar 706, com Grey Goose L’Orange, framboesa, limoncello, simple syrup e suco de maçã verde.

Entre os ingredient­es mais utilizados, ele menciona manjericã‘, fl‘” de sabuguei”‘ e chá de cam‘mila. N‘ H‘–el San–a Te”esa Ri‘ MGalle”y by S‘fi–el, –ambém na ca’i–al fluminense, ‘ Ba” d‘s Descasad‘s vem chamand‘ a atenção de hóspedes e não-hóspedes por conta das bebidas autorais. “Decidimos atualizar a nossa carta em agosto deste ano, com a chegada do chefe de bar, Renato Tavares, e a divulgação tem mostrado resultados. O público de visitantes é composto 80% por não hóspedes e 20% de hóspedes. O ba” a–”ai ‘ ’úblic‘ em ge”al. Às sex–as-fei”as –”azem‘s DJ, portanto temos uma clientela mais jovem; já aos domingos agradamos os apreciador­es de jazz com música ao vivo”, conta Bruna Guedes, gerente de A&B do empreendim­ento. O chefe de bar Renato Tavares acredita que uma carta de bebidas vai muito além de utilizar apenas ingredient­es disponívei­s no bar. “Criar um coquetel não é apenas misturar ingredient­es. O cardápio precisa fazer sentido, contar uma história, passar para o cliente a proposta do estabeleci­mento no qual ele se encontra, e isso também se aplica a um coquetel”. O menu criado pelo especialis­ta, portanto, é dividido em categorias, sendo elas: “Signature”, que são coquetéis e se dividem em contar a história de alguns dos pontos turísticos

mais visitados de Santa Teresa, e homenagear alguns dos famosos que se hospedaram no hotel; “Ao pé da letra”, com receitas originais de clássicos; “Do fundo do baú”, com clássicos esquecidos; “Gin & Tonic”, com versões de gin tônica bem trabalhada­s; além dos coquetéis sem álcool. Os drinques mais inusitados são o Back to Black, em homenagem a Amy Winehouse, que tem uma releitura do coquetel favorito da cantora: o Rickstasy cocktail; e o Snoop, que homenageia o cantor Snoop Dog. A receita no segundo caso é inspirada no single de maior sucesso do primeiro álbum do artista: a música Gin and Juice. “A particular­idade deste drinque, que rende muitas fotos e risadas dos clientes, é a folha de Cannabis desenhada com Bitter de especiaria­s sobre a espuma de gengibre”, conta Mesquita.

Um único drinque

No centro histórico de Paraty (RJ), o hotel boutique Casa Turquesa investiu em dois diferencia­is para fortalecer a identidade do local. A proprietár­ia Tetê Etrusco explica que o welcome drink oferecido na recepção virou parte do cardápio após o sucesso entre os visitantes. “Quis oferecer aos hóspedes algo que fosse personaliz­ado, como tudo é no hotel. Nada mais óbvio do que um drinque turquesa”, explica. O Dry Turquesa é realmente azul e leva as bebidas Curaçao Blue e uma cachaça especial, com o rótulo desenvolvi­do para o hotel. A cachaça utilizada na Casa, aliás, é da produtora Maria Isabel, a única mulher da região que desenvolve este tipo de produto. A bebida premiada é engarrafad­a e conta com um rótulo especial para o hotel. Distante dos destinos mais badalados, o Malai Manso Resort Iate Golf Convention & Spa, na Chapada dos Guimarães (MT), investiu, como a Casa Turquesa, em um único drinque autoral, que gera curiosidad­e nos hóspedes e se tornou o mais pedido no menu do bar. “A ideia foi traduzir a atmosfera da Chapada dos Guimarães e do Lago do Manso e se ins’i”a” nela ’a”a ‘fe”ece” um ’”‘du–‘ únic‘”, afi”ma Eduardo Cardoso Guedes, gerente de Gastronomi­a do local. O coquetel Malai é feito à base de leite de coco, vodka e leite condensado. O resultado é um conjunto de sabores marcantes com uma concentraç­ão alcoólica bem presente.

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Drinque Liffey do restaurant­e Seen
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 ??  ?? Welcome drink, Casa Turquesa
Welcome drink, Casa Turquesa

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