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COMO A ENERGIA LIVRE PODE EMPODERAR AS EMPRESAS

- MIKIO KAWAI JR. CEO E FUNDADOR DO GRUPO SAFIRA. MESTRE E DOUTOR PELA UNICAMP, POSSUI 23 ANOS DE EXPERIÊNCI­A NO MERCADO DE ENERGIA

Aregulamen­tação de um novo cenário amplia os caminhos para a consolidaç­ão do Mercado Livre de Energia (MLE) no Brasil. Pequenas e médias empresas que usam alta tensão e pagam uma fatura mensal de cerca de R$ 10 mil agora podem escolher seus próprios fornecedor­es. Na prática, isso quer dizer que mais de 100 mil empresas brasileira­s atualmente podem negociar contratos diretament­e com os geradores e comerciali­zadores de energia.

Apesar de o MLE existir no País desde 1998, só grandes indústrias estavam habilitada­s a participar desse ambiente. Com a atual abertura do mercado, as vantagens são inúmeras para pequenas e médias empresas. A primeira é a liberdade de escolher entre diferentes fornecedor­es, negociando contratos personaliz­ados que atendam às suas necessidad­es específica­s. Essa liberdade empodera os clientes ao permitir que busquem preços competitiv­os, serviços personaliz­ados e fontes mais sustentáve­is. É um modelo de mercado que vigora há anos em países como Alemanha, Inglaterra e França, o que já sinaliza como deve ser produzida e consumida a energia do futuro.

Além disso, a competição fomentada pelo MLE impulsiona a eficiência e a inovação. Com diversas empresas disputando a preferênci­a dos consumidor­es, há um estímulo natural para melhorar processos, reduzir custos e investir em tecnologia­s mais avançadas. Esse ambiente competitiv­o não beneficia apenas as organizaçõ­es, mas também resulta em vantagens reais para os consumidor­es, como tarifas mais acessíveis, serviços de melhor qualidade e maior oferta de fontes renováveis.

Em seguida, mas não menos importante, aparece a sustentabi­lidade, outra frente de destaque no Mercado Livre de Energia. Em um momento em que a conscienti­zação ambiental é uma prioridade global, a possibilid­ade de escolher fornecedor­es de energia comprometi­dos com práticas mais ecológicas pressiona as empresas do setor a alinharem as suas operações com metas ambientais, contribuin­do para a construção de um futuro mais sustentáve­l.

Fornecedor­es que oferecem energia provenient­e de fontes renováveis, como solar, eólica e hidrelétri­ca, por exemplo, saem na frente na busca pelo consumo consciente, que visa libertar o planeta da dependênci­a de combustíve­is fósseis. Ao promover o uso de fontes renováveis, o MLE contribui para a diminuição das emissões de gases de efeito estufa, ajudando a atenuar as mudanças climáticas.

Outro cenário beneficiad­o pelo Mercado Livre de Energia é o contexto econômico. A abertura cria oportunida­des de investimen­to e de geração de empregos. Com a expansão do setor, surgem novos negócios, que vão desde os pequenos fornecedor­es de energia renovável às startups especializ­adas em soluções energética­s inovadoras. Essa diversific­ação não apenas fortalece a economia, mas também promove um ambiente empreended­or mais dinâmico e receptivo a novas ideias.

No entanto, é importante ressaltar que o sucesso do Mercado Livre de Energia no Brasil depende da implementa­ção de uma regulação eficaz, que garanta transparên­cia, proteção dos consumidor­es e prevenção de práticas anticompet­itivas. As questões ambientais e sociais devem ser considerad­as como prioridade­s nesta trajetória, a fim de que se estabeleça um desenvolvi­mento sustentáve­l do setor.

É inegável que o ano de 2024 trouxe uma evolução significat­iva para setor energético brasileiro com a ampliação do acesso ao MLE para pequenos e médios empresário­s. A liberdade de escolha, a sustentabi­lidade, a inovação e os benefícios econômicos são aspectos que permitem um vislumbre de como este caminho possibilit­a transforma­ções positivas para o país como um todo. O futuro da energia já bate em nossa porta, e não podemos esperar.

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