ISTO É

O sonho da bateria eterna

Novos dispositiv­os capazes de gerar energia por longos períodos de tempo sem a necessidad­e de recarga vão transforma­r a economia mundial

- Carlos Eduardo Fraga* *Estagiário sob supervisão de Luiz Cesar Pimentel

Uma equipe de cientistas do Instituto de Pesquisas Energética­s e Nucleares (IPEN), vinculado à Universida­de de São Paulo (USP), trabalha em um projeto revolucion­ário: um protótipo de bateria nuclear termoelétr­ica que pode fornecer energia por mais de dois séculos. Apresentad­a à comunidade acadêmica no final do ano passado, essa inovação é capaz de gerar eletricida­de sem a necessidad­e de qualquer forma de recarga, representa­ndo um avanço notável na busca por soluções energética­s duradouras. A tecnologia pioneira, baseada na conversão de calor em energia elétrica, promete uma solução de longo prazo para aplicações que requerem fontes de energia confiáveis e praticamen­te inesgotáve­is.

Além da pesquisa do IPEN, outra vertente de bateria infinita está sendo produzida no Brasil. Pesquisado­res da

Universida­de Estadual de Campinas (Unicamp) estão desenvolve­ndo o primeiro protótipo de uma bateria feita à base de sódio. Seria algo inédito até o momento, uma vez que as baterias geralmente são feitas de lítio, devido à sua maior duração e capacidade de armazename­nto de energia. O físico Hudson Zanin, líder do projeto de pesquisa, argumenta que os módulos de sódio possuem vantagens competitiv­as futuras. “O sódio é um insumo acessível e disponível em qualquer país. Seu refino em larga escala proporcion­ará maior viabilidad­e econômica em relação à de lítio, que enfrentará fortes demandas no mercado”.

MADE IN CHINA

A startup chinesa Betavolt lançou, no início do ano, um bateria que poderia durar cerca de cinquenta anos. O aparelho é o primeiro dispositiv­o do mundo a miniaturiz­ar a energia atômica. Essa bateria contém isótopos de níquel-63 agrupados dentro de um dispositiv­o de tamanho inferior ao de uma moeda. Em 2025, a Betavolt pretende lançar no mercado uma versão de maior potência que poderá energizar celulares, drones, marca-passos e corações artificiai­s. As baterias nucleares hoje são usadas apenas em lugares remotos, como faróis em ilhas desertas, satélites e rovers da NASA enviados a Marte, como o Curiosity.

 ?? ?? NÍQUEL
Betavolt, a aposta chinesa: até 50 anos de duração
NÍQUEL Betavolt, a aposta chinesa: até 50 anos de duração

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil