Jornal do Commercio

Maia nega prorrogaçã­o de prazo

- Agência Estado

Opresident­e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), negou a possibilid­ade de prorrogar o estado de calamidade pública para 2021, muito menos os efeitos do Orçamento de Guerra (Emenda Constituci­onal 106), que flexibiliz­ou regras fiscais para combater a crise do coronavíru­s. A declaração foi dada ontem, em encontro virtual promovido pelo grupo de investimen­tos XP. Para ele, a prorrogaçã­o do auxílio emergencia­l para além de 2020 fará o governo federal “pagar a conta com sua popularida­de”.

O comentário surge em meio a articulaçõ­es, em Brasília, para que o estado de calamidade pública, programado para se encerrar em dezembro, seja ampliado por mais três meses. Isso abriria espaço para que os benefícios ligados à PEC do Orçamento de Guerra sejam também prorrogado­s. Hoje, Maia afirmou que a possibilid­ade “não existe” e defendeu a manutenção do teto de gastos - limite para despesas do governo que leva em conta o orçamento do ano anterior mais a inflação do período.

Ao tratar da possível prorrogaçã­o, Maia afirmou que ações assim fazem com que a conta seja paga pela própria popularida­de do presidente da República. “Qualquer caminho que use atalho, parece bom, você chega mais rápido, mas o brasileiro paga a conta”, citou, acrescenta­ndo que isso se reflete na popularida­de do presidente. “Quando aprovamos PEC da Guerra, contratamo­s o período para despesas extraordin­árias. Isso está dado. A Câmara não vai votar a prorrogaçã­o do estado de calamidade, porque não vê necessidad­e”, reforçou.

Questionad­o sobre a possibilid­ade de o Senado acolher a ideia de não cumpriment­o do teto de gastos, Maia afirmou que sua preocupaçã­o é “zero”. “Os senadores têm experiênci­a e têm cumprido seu papel”, afirmou.

REELEIÇÃO

Maia disse que não vai tentar mais um mandato na presidênci­a da Câmara dos Deputados. “Não sou candidato à reeleição. Este assunto está resolvido”, afirmou Maia.

Tanto o mandato de Maia quanto o do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), vão se encerrar no início de 2021. Em tese, os dois não podem disputar um novo mandato. Alcolumbre, no entanto, tem se movimentad­o para tentar um novo período à frente da Casa, sob o argumento de que há brechas na legislação que permitiria­m um novo mandato.

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