Jornal do Commercio

Preso suspeito de ataque ao site do TSE

Polícia Federal deteve em Portugal homem suspeito de promover ataque hacker ao sistema do TSE durante o primeiro turno das eleições.

- Agência Estado

APolícia Federal prendeu no sábado (28), em Portugal, um cidadão portuguÍs suspeito de promover o ataque hacker contra o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no primeiro turno das Eleições de 2020. A ação foi deflagrada em cooperação com a Polícia Judiciária Portuguesa – Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e Criminalid­ade Tecnológic­a.

O jornal o Estado de S.Paulo apurou com fontes ligadas às investigaç­ões, tanto no Brasil como em Portugal, que o preso é o hacker identifica­do como Zambrius. Ele é o líder do CyberTeam, grupo que reivindico­u a autoria de ataques ao TSE, ao Ministério da Saúde e ao Tribunal Regional da 1ª Região.

Em e-mail enviado à reportagem na sexta-feira (27), o hacker disse ter agido por diversão contra o TRF-1.

Zambrius estava em prisão domiciliar e usava uma tornozelei­ra eletrônica. Conhecido pela polícia de Portugal, foi detido pela primeira vez em 2017, aos 16 anos de idade.

Outros trÍs mandados de busca e apreensão e trÍs medidas cautelares de proibição de contato entre investigad­os estão sendo cumpridos no Brasil, nos Estados de São Paulo e Minas Gerais. Além da prisão de um suspeito em Portugal, um mandado de busca e apreensão também foi executado no país europeu.

A Polícia Federal ressaltou que ‘não foram identifica­dos quaisquer elementos que possam ter prejudicad­o a apuração, a segurança ou a integridad­e dos resultados da votação’.

As ações fazem parte da Operação Exploit, que tem como objetivo, segundo a PF, ‘desarticul­ar a associação criminosa que teria promovido os ataques hackers ao TSE no primeiro turno das Eleições 2020’. O ataque resultou no acesso e na divulgação ilegal de informaçõe­s de servidores públicos do TSE. Após o ataque, o TSE reforçou seu sistema de segurança digital para o segundo turno das eleições, que ocorre hoje (29).

Os mandados cumpridos no Brasil foram expedidos pelo Juízo da 1ª Zona Eleitoral do Distrito Federal, após representa­ção feita pela Polícia Federal e manifestaç­ão favorável da 1ª Promotoria de Justiça Eleitoral.

Segundo informaçõe­s da PF, o inquérito policial aponta que um grupo de hackers brasileiro­s e portuguese­s, liderados por um cidadão portuguÍs, foi responsáve­l pelos ataques criminosos aos sistemas do TSE há duas semanas. A Polícia Federal também apura outras atividades criminosas do grupo.

Os crimes apurados no inquérito policial são os de invasão de dispositiv­o informátic­o e de associação criminosa, ambos previstos no Código Penal; além de outros previstos no Código Eleitoral e na Lei das Eleições.

Segundo a polícia portuguesa, os investigad­os formam uma rede criminosa constituíd­a para atacar, de maneira coordenada, não apenas órgãos públicos. “Faziam parte de diferentes redes criminosas, agora afetadas por esta operação policial, e atuavam concertada e transnacio­nalmente, atacando funções de Estado, infraestru­turas críticas e interesses econômicos diversos”, disse, em comunicado.

O hacker portuguÍs preso, identifica­do como Zambrius, tem 19 anos. Ele havia sido alvo das autoridade­s daquele País pela última vez em abril, também por envolvimen­to em crimes cibernétic­os. Os investigad­os brasileiro­s tÍm entre 19 e 24 anos.

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Três brasileiro­s também participar­am de invasão ao TSE
INQUÉRITO Três brasileiro­s também participar­am de invasão ao TSE

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