Jornal do Commercio

João prefeito

Com 56,27% dos votos válidos, contra 43,73% de Marília Arraes (PT), João Campos (PSB) foi eleito prefeito do Recife no dia de ontem. Aos 27 anos, o mais jovem a gerir a capital pernambuca­na, ele dará continuida­de aos 8 anos do PSB à frente do município.

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Principal aposta do PSB para as eleições deste ano, o deputado federal João Campos saiu das urnas vitorioso no Recife com 56,27% dos votos válidos — depois de uma disputa de quase 60 dias, se somados o primeiro e o segundo turno. Em meio ao acirrament­o da disputa na reta final, João subiu o tom contra sua adversária e prima, a também deputada Marília Arraes (PT) — que obteve 43,73% dos votos —, e liquidou a fatura. A vitória do socialista, além de cacifá-lo dentro do próprio partido, turbina o projeto político do PSB para o governo em 2022, quando cogita-se que o atual prefeito da capital, Geraldo Julio (PSB), se lance na disputa pelo Governo de Pernambuco. Eleger João era prioridade da legenda, sobretudo com a oposição no Estado vencendo em cidades importante­s como Jaboatão dos Guararapes, Caruaru e Petrolina. Ele foi um dos candidatos que mais receberam recursos do fundo partidário em todo o País.

Na avaliação do cientista político e professor da Faculdade Damas Elton Gomes, a vitória de João Campos representa a manutenção daquilo que o especialis­ta chama de “subsistema de poder regional” do PSB. “Muito embora desgastado pela fadiga do material político, o PSB ganha fôlego com essa vitória eleitoral do jovem deputado herdeiro de um clã política forte”, afirma Gomes.

Na mesma linha, a cientista política e professora da Faculdade de Ciências Humanas de Olinda (Facho) Priscila Lapa diz que a vitória dos socialista­s na capital assegura o significat­ivo capital político do PSB e também garante visibilida­de para as lideranças da legenda. “A vitória de João representa uma sobrevida para o projeto do PSB no que se refere às eleições 2022 em Pernambuco”, pontua ela.

Avaliação parecida faz o cientista político Isaac Luna. Para ele, a vitória de João Campos mantém os socialista­s fortalecid­os para a disputa pelo governo do Estado. “A vitória de João prolonga a sobrevivên­cia do PSB no poder central do Estado e mantém o partido como competitiv­o na disputa de 2022, principalm­ente pela possibilid­ade de manter os espaços de acomodação política propiciado­s pela máquina da prefeitura recifense.”

Apesar disso, é consenso entre analistas políticos ouvidos pelo JC que a eleição de João Campos não significa que o PSB chega como franco favorito nas eleições para o Governo de Pernambuco daqui a dois anos. Isso porque, o principal nome do partido para a disputa é o prefeito Geraldo Julio, que deixa a administra­ção da capital com 62% de reprovação pela população, segundo a pesquisa Ibope/JC/Rede Globo. “Isso não é empecilho, mas certamente será usado pelos adversário­s contra o socialista”, diz o analista político e professor da Unicap José Alexandre. Durante a campanha, Geraldo quase não apareceu em programas eleitorais e atos políticos de João.

De acordo com o especialis­ta, esse fator já fez acender o alerta nas hostes socialista­s. “Diante desses números ruins para Geraldo, que deve ser o nome do partido daqui a dois anos, o PSB, certamente, já está revendo algumas práticas dentro do partido.”

Além de isso, a vitória de João Campos impôs ao socialista um papel essencial nos próximos dois anos: ele precisa imprimir sua marca na gestão e resgatar bons índices de popularida­de para o partido na capital para fortalecer o PSB na disputa pelo governo do Estado. “João vai tentar imprimir a sua identidade a esse governo, mas acho que ainda é muito difícil porque a experiênci­a dele ainda é muito incipiente na política. Sem contar que ele será comparado com o pai e precisará de muita desenvoltu­ra para apresentar resultados que revertam a crescente reprovação ao PSB”, diz Vanuccio Pimentel.

FRAGMENTAÇ­ÃO

Se não fizer isso, diz o cientista político Alex Ribeiro, os socialista­s correm sério risco de ver o arco de alianças diminuir para as eleições ao governo estadual. Isso porque, para fortalecer o palanque que garantiu a vitória de Campos no Recife, o PSB precisou abrir mão de importante­s prefeitura­s no interior do Estado para permitir que aliados ganhassem mais espaço. “Como a legenda comanda o Estado, o partido ainda será o protagonis­ta nos diálogos com outras siglas. No entanto, as negociaçõe­s internas e novas alianças serão refeitas até 2022, principalm­ente porque eles perderam cidades chaves no Estado”, pontua Ribei

“O PSB não vislu da de nenhum al se, nem mesmo d depender de nós ( e do governador P ra, a Frente Popula forte e unida em 20 o deputado estad Nascimento (PSB), verno na Assembl tiva de Pernambu rém, faz uma ress depende de como gislação daqui par so, devemos falar d para 2022 apenas

Embora os aliad a dispersão na Fren as eleições deste a tam para rompime te algumas legenda o cientista polític sor da UFPE Ernan um dos partidos qu gram o governo Pa e que devem deixa cialista nos próxim PT. “PSB e PT já vin uma relação de al desde 2014, mas, uma campanha m no antipetism­o e a los petistas de ser fake news, é muito sar que não haver tura entre essas leg gumenta Carvalho

FATO NOVO

Carvalho ressa que, a depender em 2022, as legen voltar a se enco perar a fratura. to, para isso, am glas precisarão ve empecilhos, e o m tem nome e sobre rília Arraes.

Segundo a cien ca Priscila Lapa, consolidou como tante liderança po tado após o fecha urnas nesse segun seráumapeç­acha definir a correlaçã em Pernambuco. “mostraram que M novo e competiti que teve fortaleci ses eleitorais e q disputa pela prefe sar de ter perdido liderança capaz de cabeça ao PSB” ta Lapa. “Marília ção maior do que consolida como ra do PT e das e completa.

A petista pode s rada, também, um sapato da tradici ção à direita em Pe que teve importan declarando apoio na tentativa de der no Recife. Para o tória da neta de Ar portante, pois “m coelhos com um só”: enfraqueci­a rava Marília da di dual. “É possível q gue em 2022 como importante, e aí a cisa ver como va essa conjuntura. P ra a centro-direita tantíssimo que o P esse espaço, o qu teceu”,afirmaoci tico Vanuccio Pim cando que, com a v da disputa na cap tem chances de c nome na disputa são do governado mara, cuja presen panha de João Cam destacada.

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ESTADO Geraldo é cotado como candidato a sucessor de Paulo Câmara

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