Pandemia oxigena governança
O ano de 2020 no Brasil ficará marcado pela pandemia do covid-19 e pela inédita quarentena adotada em nossas cidades. Um de seus reflexos ocorreu nas empresas, de um modo em geral, que tiveram uma queda de receita e aumentos nos custos. Diante da escassez e do reajuste de algumas matérias primas, as indústrias tiveram que absorver esses custos, sem repassá-los integralmente para o consumidor, na expectativa de uma melhora no mercado.
Assim como os prestadores de serviços precisaram se reinventar na pandemia, as empresas tiveram que refinanciar suas dívidas, de forma a se protegerem neste período de incertezas, enquanto aguardamos a tão sonhada vacina, que dê fim ao vírus pandêmico.
Já estamos vivenciando os efeitos dessa pandemia, não só na economia, como também nas dinâmicas sociais, políticas e culturais, pois o confinamento social, uma das principais estratégias adotadas de combate a disseminação do vírus, fez surgir diferentes questionamentos de caráter estrutural.
Tais questionamentos levaram as mudanças profundas nos ambientes empresarial, pessoal e profissional. De início houve
A contrapartida da adoção dos princípios da governança, certamente, será convertida em ganhos a necessidade das empresas de se adaptarem às novas dinâmicas, a fim de viabilizar a continuidade dos negócios, fazendo com que fossem adotadas soluções digitais e remotas nas suas estratégias e nos processos decisórios, para tornar possível o trabalho a distância.
Visando preservar o caixa e honrar os compromissos, as empresas, para garantir acima de tudo a sua viabilidade e sobrevida, preservando o emprego e a renda, tiveram que recorrer as linhas de crédito, exigindo da sua governança mais segurança para a concretização das operações realizadas.
Enquanto isso, os bancos e demais financiadores passaram a se preocupar com as questões de ESG (Environmental, Social and Governance), as quais estão diretamente ligadas ao meio ambiente (eficiência energética, o descarte do lixo, o uso da água); às relações sociais (direitos e obrigações dos trabalhadores) e à governança corporativa (adoção de boas práticas, mediante a observância dos quatro pilares básicos: a transparência, a equidade, a prestação de contas e a responsabilidade corporativa/social). Nesse cenário conturbado, houve um lampejo positivo por parte das empresas, no sentido de aprimorar suas práticas de governança.
Essa inesperada “oxigenação”, possibilitou uma maior confiança dos stakeholders, tornando o ambiente mais propicio ao investimento em empresas que efetivamente possuam modelos de negócio, projetos e ações com visões mais consistentes de longo prazo e que apoiam e respeitam o desenvolvimento sustentável.
A contrapartida da adoção dos princípios da governança, certamente, será convertida em ganhos socioambientais, bem como reduzirá os riscos empresariais e evitará a perda de investimentos.