Tecnologia salvou piloto francês
Duas recentes evoluções tecnológicas da Fórmula 1 foram as responsáveis por salvar a vida do francês Romain Grosjean, que sobreviveu a um grave acidente durante o GP do Bahrein, no último domingo. Se não fossem o halo fixado ao cockpit e o macacão aprimorado para aguentar por mais tempo as chamas, o piloto da Haas teria sérias complicações. Agora ele se recupera no hospital e deve ter alta nesta terça-feira.
O forte impacto do francês no guard-rail seguido de um incêndio mostraram ao mundo do automobilismo o quanto os carros atuais estão mais seguros. Segundo o diretor médico do GP Brasil e vice-presidente da comissão médica da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), Dino Altmann, a situação de Grosjean é bastante animadora diante da gravidade do episódio.
“O halo foi o fator principal para ele escapar com vida. Antes existia um medo de que com uma batida tivesse a deformação do halo e que isso dificultaria a remoção do piloto. Mas agora ficou atestado nesse acidente que o resultado foi muito bom”, explicou.
O halo é utilizado de forma obrigatória desde 2018 na Fórmula 1 e foi desenvolvido para ser fixado ao cockpit e proteger a cabeça do piloto. A inovação foi trazida para evitar acidentes como o sofrido por Felipe Massa, em 2009, quando uma mola se soltou de outro carro e o atingiu na cabeça durante uma volta.
A importância do halo foi comprovada porque na hora da batida, o carro do francês atravessou o guard-rail. Caso não fosse a peça, a cabeça do piloto estaria mais exposta no momento em que a barreira foi “rasgada” pela Haas. “Eu não era fã do halo, mas sem ele eu não conseguiria estar aqui falando com vocês hoje”, disse Grosjean em vídeo gravado dentro do hospital.
MACACÃO
Além da batida, o francês teve de sobreviver também ao fogo. As imagens da TV mostraram que entre o início das chamas e a saída do carro, o piloto levou cerca de 28 segundos. Parte desse tempo ele esteve diretamente exposto às labaredas e, por isso, recebe cuidados agora no hospital para tratar de queimaduras nas mãos.
A situação só não foi mais perigosa porque novamente uma inovação recente da Fórmula 1 ajudou o francês. “O macacão atual está mais resistente ao calor. Pode parecer ridículo, mas antes o tempo de resistência do macacão ao fogo era de 10 segundos. No ano passado, passou para 12 segundos. Esse ganho de 20% é importante. Essa conta entra na matemática de sucesso do acidente”, explicou Altmann.