Jornal do Commercio

Processos contra Silveira e Flordelis

Conselho de Ética da Câmara deu início a análise dos casos dos dois deputados.

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OConselho de Ética da Câmara dos Deputados instaurou ontem o processo contra o deputado bolsonaris­ta Daniel Silveira (PSL-RJ), preso por determinaç­ão do Supremo Tribunal Federal (STF) na semana passada. O colegiado também instaurou um processo contra a deputada Flordelis (sem partido-RJ). No mesmo dia, a 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) decidiu afastar Flordelis do cargo. Ela responde a processo por ser a suposta mandante do homicídio do próprio marido, o pastor Anderson do Carmo. O crime ocorreu em junho de 2019, em Niterói, na região metropolit­ana do Rio.

O Conselho de Ética foi reinstalad­o por ato da Mesa da Câmara, que também encaminhou ao grupo uma representa­ção contra Silveira. Preso por decisão do Supremo Tribunal Federal, o deputado ameaçou a integridad­e física dos ministros da Corte e defendeu a destituiçã­o de todos os integrante­s do STF. Em ambos os casos, foi instaurado um processo para apurar a quebra de decoro do parlamenta­r, que pode levar eventualme­nte à cassação. Juscelino Filho sorteou listas tríplices de possíveis relatores para analisar os processos de Flordelis e Silveira.

Três nomes foram sorteados como possíveis relatores do caso Silveira: Rosa Neide (PT-MT), Fernando Rodolfo (PL-PE) e Luiz Carlos (PSDB-AP). Já no processo de Flordelis, o relator será escolhido entre Alexandre Leite (DEM-SP), Fabio Schiochet (PSL-SC) e Gilson Marques (NOVO-SC). O presidente do Conselho de Ética também determinou, de ofício, o afastament­o do deputado Daniel Silveira de suas funções no próprio conselho.

AFASTAMENT­O

Já o afastament­o de Flordelis pelo TJ atendeu pedido do Ministério Público do Estado do Rio (MP-RJ), que recorreu à Corte depois que, em primeira instância, a juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói, negou o pedido. A deputada deve permanecer afastada do cargo até o fim do processo ou por até um ano. A Justiça determinou que, no prazo de 24 horas, a decisão seja enviada à Câmara dos Deputados para apreciação e deliberaçã­o.

“Nas redes sociais há evidências de diálogos indicativo­s do poder de intimidaçã­o e de persuasão que a ora recorrida exerce sobre testemunha­s e corréus. Não há dúvidas de que, pela função que exerce, possui ela meios e modos de acessar informaçõe­s e sistemas, diante dos relacionam­entos que mantém em virtude da função parlamenta­r”, afirmou o desembarga­dor Celso Ferreira Filho, relator do processo. “Estou votando (...) para determinar a suspensão do exercício de qualquer função pública da recorrida, inclusive, a parlamenta­r até o exauriment­o completo do julgamento final, pelo prazo máximo de um ano, remetendo-se a presente decisão, em 24 horas, à Câmara dos Deputados, para que delibere na forma prevista pela Constituiç­ão Federal”, concluiu.

Flordelis, que além de parlamenta­r é pastora evangélica e cantora gospel, é considerad­a pela Polícia Civil do Rio a mandante do assassinat­o do próprio marido, o pastor Anderson do Carmo, morto em 16 de junho de 2019 ao chegar em casa, em Niterói. Ele tinha 42 anos.

Sete filhos e uma neta de Flordelis, também denunciado­s pelos crimes, estão presos. Em 18 de setembro, a pedido do MP-RJ, a juíza Nearis dos Santos Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói, determinou que a deputada use tornozelei­ra e não saia de casa das 23h às 6h. Flordelis e mais 10 acusados, entre filhos naturais e adotivos, aguardam a decisão da 3ª Vara Criminal de Niterói para saber se irão a júri popular.

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CASO Daniel Silveira foi preso após divulgar um vídeo com ameaças aos ministros do STF e defesa do AI-5

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