As lições de seu Domingos
O empresário Domingos Moreira, que morreu nesta terçafeira, foi certamente um dos maiores empreendedores do varejo de material de construção do Nordeste, pela lógica objetiva como sua companhia abordava o mercado.
Moreira começou a vida de empresário como vendedor pracista de uma empresa que criou no Beco do Sirigado com a Rua das Calçadas, no Recife, onde vendia tintas a pequenos armazéns até que abriu sua primeira loja física. Sua marca era o conhecimento do desejo do cliente.
Ele costumava dizer que o investimento da sua companhia de 32 lojas era um estoque que garantia ao cliente de encontrar o produto na especificação desejada. A lógica era que se não encontrasse o produto, a fidelidade acabava no balcão da concorrência.
E ele apostava tão alto nessa fidelidade que, quando a pandemia da covid-19 chegou, investiu na entrega na porta da loja, que garantia a entrega em domicílio, invertendo totalmente a lógica do e-commerce. Essa fidelidade provou-se tão real que as lojas tinham filas diárias de clientes na porta, e pagando de parte das compras era com dinheiro do Auxílio Emergencial. O Armazém Coral inaugurou, na pandemia, sua loja virtual, mas o freguês parece não desistir de ir às suas lojas. Talvez porque ao lado do nome Armazém Coral esteva a expressão Achaqui, aliás, outra criação de Domingos Moreira.