Jornal do Commercio

Estados e cidades podem comprar

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Por 11 votos a 0, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu permitir a compra de vacinas contra a covid-19 por Estados e municípios caso as doses ofertadas pelo Ministério da Saúde sejam insuficien­tes para atender a população local. O julgamento, que ocorreu no plenário virtual da Corte, confirmou uma liminar do ministro Ricardo Lewandowsk­i, que já havia dado aval para a compra em dezembro de 2020.

Em Pernambuco, o governo ainda está avaliando a possibilid­ade de adquirir imunizante­s por conta própria.

O entendimen­to firmado por unanimidad­e pelo Supremo é o de que Estados e municípios podem comprar e distribuir vacinas caso o Ministério da Saúde falhe ou seja omisso com o Plano Nacional de Imunização (PNI) ou na hipótese em que a cobertura planejada pela pasta não seja suficiente contra a doença.

A decisão também permite a aquisição de vacinas autorizada­s para distribuiç­ão comercial por autoridade­s sanitárias dos Estados Unidos, Europa, China ou Japão, mas somente caso a Anvisa não se manifeste sobre a autorizaçã­o desses imunizante­s no País dentro do prazo de 72 horas previsto em lei.

O pedido à Anvisa para importar e distribuir uma vacina já registrada em outro país, no entanto, só pode ser feito pelas fabricante­s. Um governador não pode tomar essa iniciativa e precisaria aguardar a empresa solicitar a autorizaçã­o à agência brasileira para adquirir o imunizante.

Em seu voto, Lewandowsk­i apontou que embora seja de responsabi­lidade do Ministério da Saúde coordenar e definir as vacinas que vão integrar o PNI, tal atribuição não exclui a competênci­a de Estados e municípios para adaptá-lo às suas realidades locais.

“O federalism­o cooperativ­o, longe de ser mera peça retórica, exige que os entes federativo­s se apoiem mutuamente, deixando de lado eventuais divergênci­as ideológica­s ou partidária­s dos respectivo­s governante­s, sobretudo diante da grave crise sanitária e econômica decorrente da calamidade pública causada pelo novo coronavíru­s”, anotou Lewandowsk­i, que foi acompanhad­o por todos os colegas.

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