Jornal do Commercio

Fernando Castilho

Os investidor­es esqueceram o Brasil e foram comprar títulos do governo americano, prova da desconfian­ça.

- FERNANDO CASTILHO castilho@jc.com.br Twitter: jc_jcnegocios Telefone: (81) 3413.6536

A cotação do dólar no Brasil chegou ontem a R$ 5,51 num dia em que a Bolsa fechou em baixa de quase 3%. Um movimento tão forte que obrigou o Banco Central entrar firme na mercado e, pelo segundo dia seguido, vender dólares para esfriar a procura pela moeda americana.

A tradução desse movimento, numa dia em que a Petrobras anunciou lucro anual de R$ 7,1 bilhões, assumiu a primeira posição dos maiores lucros da história de uma empresa brasileira e, após o Governo enviar ao Congresso os projetos de privatizaç­ão de duas importante­s estatais (Eletrobras e Correios), revela o nível de esgarçamen­to que os investidor­es chegaram em termos de confiança.

Com um pouco de seriedade, os projetos, somados à performanc­e da Petrobras, que teve lucro líquido de R$ 59,89 bilhões no quarto trimestre de 2020, seriam motivos para grandes altas. Mas não aconteceu nada. Ou melhor, aconteceu um movimento inverso com uma pressão pela busca de dólar que obrigou o BC a agir firme. Os investidor­es esqueceram o Brasil e foram comprar títulos do governo americano.

O dia de ontem foi um bom exemplo de como a (má) política está maltratand­o a economia. O governo interfere na Petrobras, nega a pandemia do coronavíru­s, não compra vacina, não resolve a questão do abono emergencia­l, não aprova o orçamento do ano e nem consegue apontar um caminho para reativar a economia. Assim fica difícil para a vida de quem ganha em real.

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