Restrições duras mantidas
União Europeia defende a continuidade de medidas “drásticas” para enfrentar as variantes do coronavírus
Situação epidemiológica ainda é séria e as novas variantes representam desafios adicionais enquanto as vacinas não avançam
Os líderes da União Europeia defenderam, ontem, a continuidade de “restrições drásticas” para enfrentar as variantes do coronavírus, segundo uma Declaração do primeiro dia de uma cúpula europeia realizada por videoconferência.
“A situação epidemiológica ainda é séria e as novas variantes representam desafios adicionais. Por isso, devemos manter restrições drásticas, enquanto aumentamos os esforços para acelerar a provisão de vacinas”, destacaram os líderes na Declaração.
A declaração conjunta destaca que “por enquanto, as viagens não essenciais devem ser restritas”.
Ao fim do primeiro dia desta cúpula virtual para discutir ações unificadas do bloco contra a pandemia, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que “sempre há conflitos entre a situação sanitária e a livre circulação”.
Esta situação deve ser resolvida analisando cada caso, mas “as restrições têm que ser proporcionais”, afirmou.
Diante do aparecimento de novas variantes do coronavírus, vários países europeus adotaram rígidas medidas restritivas a viagens dentro do bloco e inclusive fechamentos de fronteiras, que provocaram imediatamente preocupação nas autoridades europeias.
Essa questão tem sido central na discussão dos líderes, assim como a controversa proposta de adotar passaportes sanitários ou certificados de vacinação de reconhecimento mútuo, que permitam a retomada de viagens dentro do bloco e reativar o turismo.
“Todos concordaram que precisamos de um certificado de vacinação digital”, disse a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, após a reunião. “No futuro, certamente será bom ter esse certificado, mas isso não significa que apenas aqueles com o passaporte
poderão viajar”.
PFIZER
A dupla americana-alemã Pfizer-BioNTech anunciou, ontem, que está estudando adicionar uma terceira dose ao seu regime de vacinas contra a covid-19, bem como testar uma nova versão visando a variante sul-africana do vírus.
Também ontem, a FDA, agência reguladora de medicamentos nos Estados Unidos, permitiu que as vacinas contra a covid-19 da Pfizer sejam armazenadas a temperaturas normais de congeladores de uso farmacêutico por um período de duas semanas.
As recentes notícias sobre a eficácia das vacinas da Pfizer e da Johnson&Johnson lançaram uma luz de esperança em um mundo esgotado da pandemia e das restrições para contê-la.
Um estudo publicado no prestigioso New England Journal of Medicine, baseado em dados de 1,2 milhão de pessoas em Israel, onde 52% da população recebeu pelo menos uma dose do imunizante, confirmou a eficácia da vacina da Pfizer em condições reais.
Segundo o estudo, a vacinação reduziu os casos sintomáticos de covid-19 em 94%, os casos graves da doença em 92% e as internações em 87%.