Jornal do Commercio

Governo acena com “novo MEI”

- Da Redação, com agências

Ogoverno federal lançará esta semana o programa microeempr­endedor individual (MEI) Caminhonei­ro. O projeto garante condições especiais para o enquadrame­nto dos caminhonei­ros autônomos nesse regime especial com tributação simplifica­da e menor. A ideia é estimular a formalizaç­ão dos caminhonei­ros como empresário­s individuai­s facilitand­o as condições para a adesão ao MEI.

Hoje, a regra geral permite que autônomos com faturament­o de até R$ 81 mil por ano se inscreva como MEI. Já o projeto propõe que caminhonei­ros com renda anual de até R$ 405 mil possam se formalizar como pequeno empresário - 20% desse valor equivale a R$ 81 mil.

A justificat­iva para a fixação de um porcentual de 20% de presunção de receita fixa é de que grande parte da receita bruta relativa a fretes, para os caminhonei­ros autônomos, refere-se a insumos necessário­s à própria prestação dos serviços, a exemplo de combustíve­is, pneus e pedágios.

Aprovado pelo Senado, o projeto está parado na Câmara desde dezembro de 2019 e voltou ao debate nesse momento de pressão de preços dos combustíve­is e ameaça frequente de novas greves pelos caminhonei­ros.

O anúncio do MEI Caminhonei­ro

coube ao senador Jorginho Mello (PL-SC), que tomou café do manhã, ontem (25), com o presidente. “Vamos aprovar essa semana, o presidente deu aval para nós, o MEI Caminhonei­ro. Eles vão ter um CNPJ, vão poder comprar pneu, peças com CNPJ, que hoje eles não têm”, disse Jorginho, autor da proposta.

Conforme o parlamenta­r, os motoristas que aderirem à iniciativa pagarão 11% em cima do salário mínimo. “Não é um presente, é uma reivindica­ção de muitos anos dos caminhonei­ros do Brasil. São 800 mil caminhonei­ros no País.”

APOIO

O governo Bolsonaro prometeu que vai zerar os tributos federais sobre os combustíve­is, já retirou o imposto de importação sobre pneus e incluiu a categoria no grupo preferenci­al para vacinação contra a covid-19. Ao Estadão, o assessor especial do Ministério da Economia, Guilherme Afif Domingos, disse que a presunção de receita efetiva nesse patamar está compatível com a realidade do setor.

“A receita do caminhonei­ro não é a total, porque tem que eliminar o total de custos”, explica Afif, que considera essa uma solução para os caminhonei­ros. “O MEI está dentro do Simples Amanhã, se ele crescer, passa a ser microempre­sa”, ressalta o assessor do ministro da Economia, Paulo Guedes.

 ??  ?? AUTÔNOMOS Categoria conta com cerca de 800 mil trabalhado­res no País
AUTÔNOMOS Categoria conta com cerca de 800 mil trabalhado­res no País

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil