Jornal do Commercio

Rússia transformo­u vacina numa arma de influência geopolític­a em vários países

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Assim como a americanas Pfizer e Moderna e a inglesa AstraZenec­a têm nas suas vacinas um importante instrument­o político no disputado mercado de medicament­os global, China, Índia e a Rússia vêm na produção das vacinas contra o coronavíru­s uma forma de ter uma presença mais visível no setor de fármacos.

A China já se consolidou como produtora de vacinas e plantas industriai­s. A Índia virou o maior produtor mundial de insumos para medicament­os básicos e tem lugar demarcado no Ocidente. Mas a nova indústria de fármacos russa vê na Sputnik V o seu novo cartão de apresentaç­ão.

A Rússia se orgulha de ter uma importante pesquisa de fármacos, plantas industriai­s completas e centenas de produtos que são inteiramen­te desconheci­dos fora do Leste Europeu.

O Fundo Russo de Investimen­tos Direto virou o veículo financeiro para avançar nessa estratégia de classe mundial. Na nota de apresentaç­ão da Sputnik V, por exemplo, se revela que, aos menos oito empresas estiveram ligadas à produção do insumo, além de outras seis com itens que vão de vidros, embalagens e uma série de insumos que dão uma visão de como a Rússia verticaliz­ou internamen­te sua produção de fármacos.

O próprio projeto da Sputnik V, bancado pelo FRID, envolveu, além da Binnopharm, a farmacêuti­ca R-Pharm que faz parte do grupo Alium Sistema. O esforço da Rússia com a vacina “Sputnik V” já permitiu que ela fosse registrada em mais de 35 países, incluindo países da América do Norte e do Sul, Oriente Médio, Europa, Ásia e África.

A Rússia já fechou acordos de produção com a Coreia do Sul e Índia e está negociando com a China e Bielorrúss­ia. E fez uma aposta alta com a França que, inclusive, mandou suas equipes a Moscou para conhecer as plantas. Foram recebidos pelo diretorger­al do FRID, Kirill Dmitriev que, desde o começo cuida das negociaçõe­s com os governos.

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