Jornal do Commercio

Momento difícil

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O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSDAM), afirmou ontem que deve colocar para votação nesta quinta-feira (13) o requerimen­to de convocação da médica Nise Yamaguchi. O nome da imunologis­ta voltou a ter destaque após o presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres, afirmar que Yamaguchi foi entusiasta da ideia de alterar a bula da cloroquina para incluir a recomendaç­ão de tratamento de covid-19.

Aziz também disse que o Secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus José Barroso Campêlo, deve falar à comissão em junho, após a agenda de depoimento­s já programada. O aviso foi dado em resposta ao senador Marcos Rogério (DEMRO), que voltou a cobrar da cúpula da CPI a convocação de autoridade­s estaduais e municipais.

Segundo Barra Torres, Yamaguchi defendia uso da cloroquina

Na resposta ao aliado do governo, Aziz disse ainda que não haverá blindagem a ninguém nas apurações. “O secretário de saúde do Amazonas será chamado, e depois esses requerimen­tos (de convocação de outras autoridade­s estaduais e municipais) serão encaminhad­os”, explicou o presidente da CPI, que lembrou ainda que, para fazer essas convocaçõe­s, é necessário que os senadores analisem antes as informaçõe­s que foram requeridas a Estados e municípios.

A convocação do secretário de Saúde do Amazonas já foi aprovada pela CPI na semana passada. “Nesse ponto, registre-se que a presente convocação se destina, exclusivam­ente, a elucidar a suposta participaç­ão da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas no agravament­o da crise sanitária naquele Estado com a ausência de oxigênio para os pacientes internados, assim como verificar a adequada aplicação dos recursos federais repassados àquela unidade da federação em razão da pandemia de covid -19”, escreveu o senador Marcos do Val (Podemos-ES) ao requisitar o depoimento de Campêlo.

Aliados do Planalto apostam em dragar Estados e municípios para o centro dos debates da CPI para tirar o foco das investigaç­ões do Ministério da Saúde. Apesar de terem conseguido incluir os repasses federais para os outros entes como um dos objetos da comissão, a ala governista, que é minoritári­a, ainda não teve sucesso em desviar a mira do colegiado do governo federal. Até agora, todos os depoimento­s prestados foram de ex ou atuais auxiliares de Bolsonaro.

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