Jornal do Commercio

Energia mais cara no Brasil até dezembro

- FERNANDO CASTILHO castilho@jc.com.br Twitter: jc_jcnegocios Telefone: (81) 3413.6536

No país que já consegue entregar, em regiões como o Nordeste, metade de sua energia gerada por fontes eólicas e solar - igual ao que gera nas hidroelétr­icas - a seca anunciada avisa que, daqui para frente, vai ser bandeira vermelha até dezembro.

Não tem como ser diferente. Na série histórica 2015/2021, o estoque de água guardado para gerar energia nas barragens da região Sudeste/Centro-Oeste, onde são gastos 58,74% de tudo que o Brasil usa, tem o menor percentual (33,57%) em sete anos.

Segundo o ONS, maio é uma espécie de período de transição para a seca com menos chuvas e mais esvaziamen­to dos reservatór­ios hidroelétr­icos, o que define como será o ano. Este ano, o quadro é mais sério porque está sendo exposto a falta de investimen­tos em sistemas de produção de energia firme.

O discurso verde é muito bonito, mas a partir das 18 horas quando o bicho pega, ele não sustenta a carga. Isso tem a ver com a questão de construção de novas usinas, terminar as nucleares e equilibrar a produção térmica com projetos mais modernos a base de gás natural. Na prática, nos últimos anos, o setor elétrico foi pelo caminho mais fácil e politicame­nte correto de fazer eólica e mais recentemen­te solar.

Não foi suficiente. No Brasil das barragens, energia verde ainda não segura a barra na hora do pico diário. E daqui para frente, o ONS vai ter que despachar a energia térmica (a maioria delas velhas e a base de diesel) pagando três ou quatro vezes que a gerada pelas eólicas e solares. O discurso é bonito, mas ainda não paga a conta.

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Fernando Castilho
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