Estado adia convocação para polícias
Os aprovados em concursos das polícias Civil, Militar, Científica e do Corpo de Bombeiros de Pernambuco estão, mais uma vez, frustrados. Desde janeiro, quando o governo do Estado anunciou que os cursos de formação teriam início em abril, parte dos aprovados se organizou, alugou casas no Recife e alguns até decidiram deixar os empregos em busca do sonho. O mês de abril chegou, mas houve o adiamento - sob a justificativa do agravamento da pandemia da covid-19. Na manhã de ontem, os aprovados acordaram com a boa notícia: a convocação de 1.085 pessoas foi anunciada pela assessoria do Palácio do Campo das Princesas, que prometeu uma transmissão oficial pela internet às 11h. Mas, no horário marcado, os concursados foram surpreendidos com a repentina desistência do governo do Estado.
“Não haverá anúncio da convocação dos aprovados nos concursos para segurança pública de Pernambuco. As tratativas sobre o cronograma da convocação ainda estão em andamento e serão divulgadas em breve”, informou o breve comunicado do governo estadual à imprensa.
Pablo Victor, morador do
Recife, é um dos insatisfeitos com as indefinições do governo do Estado. Na lista de espera para a próxima turma do curso de formação de soldado da Polícia Militar, ele pediu demissão do emprego, em janeiro, logo após a promessa do início do curso para abril. “Eu era auxiliar de logística. Pedi desligamento e, graças a Deus, a empresa me demitiu para eu ficar recebendo o seguro desemprego. Infelizmente, o seguro já vai para o último mês agora em junho e nada do curso. Tenho família. Uma filha de dois anos pra cuidar”, lamentou.
Jonathan Silva também aguarda a convocação para o curso da PM. Morador do município de Gravatá, no Agreste do Estado, ele se juntou com outros quatro amigos para dividir o aluguel de uma casa na capital pernambucana. “Desde fevereiro pagamos. São R$ 600 por mês. E hoje, mais uma vez, ficamos decepcionados.”
Hallinsson Félix, 26 anos, morador de Caruaru, também no Agreste, vive drama semelhante. “Alugamos casa, alguns saíram dos respectivos empregos, moldamos nossas vidas para esse concurso. E sabe o que aconteceu? Nada foi cumprido. Desde fevereiro pagamos R$ 800 de aluguel (dividido para três pessoas) e não tivemos posicionamento nenhum por parte do governo do Estado. É uma falta de respeito conosco”, afirmou.
Situação complicada também para o sergipano José Bonfim, outro na fila de espera pelo curso da PM. Ele deixou a terra natal e venho morar no Recife em dezembro do ano passado, na expectativa da convocação. Desde então paga aluguel de R$ 500 por mês, sem contar outros gastos. E segue à espera de uma resposta. “Vim acreditando nas primeiras promessas e já estou aqui há cinco meses”, contou.