Jornal do Commercio

Estado adia convocação para polícias

- RAPHAEL GUERRA rguerra@tvjornal.com.br

Os aprovados em concursos das polícias Civil, Militar, Científica e do Corpo de Bombeiros de Pernambuco estão, mais uma vez, frustrados. Desde janeiro, quando o governo do Estado anunciou que os cursos de formação teriam início em abril, parte dos aprovados se organizou, alugou casas no Recife e alguns até decidiram deixar os empregos em busca do sonho. O mês de abril chegou, mas houve o adiamento - sob a justificat­iva do agravament­o da pandemia da covid-19. Na manhã de ontem, os aprovados acordaram com a boa notícia: a convocação de 1.085 pessoas foi anunciada pela assessoria do Palácio do Campo das Princesas, que prometeu uma transmissã­o oficial pela internet às 11h. Mas, no horário marcado, os concursado­s foram surpreendi­dos com a repentina desistênci­a do governo do Estado.

“Não haverá anúncio da convocação dos aprovados nos concursos para segurança pública de Pernambuco. As tratativas sobre o cronograma da convocação ainda estão em andamento e serão divulgadas em breve”, informou o breve comunicado do governo estadual à imprensa.

Pablo Victor, morador do

Recife, é um dos insatisfei­tos com as indefiniçõ­es do governo do Estado. Na lista de espera para a próxima turma do curso de formação de soldado da Polícia Militar, ele pediu demissão do emprego, em janeiro, logo após a promessa do início do curso para abril. “Eu era auxiliar de logística. Pedi desligamen­to e, graças a Deus, a empresa me demitiu para eu ficar recebendo o seguro desemprego. Infelizmen­te, o seguro já vai para o último mês agora em junho e nada do curso. Tenho família. Uma filha de dois anos pra cuidar”, lamentou.

Jonathan Silva também aguarda a convocação para o curso da PM. Morador do município de Gravatá, no Agreste do Estado, ele se juntou com outros quatro amigos para dividir o aluguel de uma casa na capital pernambuca­na. “Desde fevereiro pagamos. São R$ 600 por mês. E hoje, mais uma vez, ficamos decepciona­dos.”

Hallinsson Félix, 26 anos, morador de Caruaru, também no Agreste, vive drama semelhante. “Alugamos casa, alguns saíram dos respectivo­s empregos, moldamos nossas vidas para esse concurso. E sabe o que aconteceu? Nada foi cumprido. Desde fevereiro pagamos R$ 800 de aluguel (dividido para três pessoas) e não tivemos posicionam­ento nenhum por parte do governo do Estado. É uma falta de respeito conosco”, afirmou.

Situação complicada também para o sergipano José Bonfim, outro na fila de espera pelo curso da PM. Ele deixou a terra natal e venho morar no Recife em dezembro do ano passado, na expectativ­a da convocação. Desde então paga aluguel de R$ 500 por mês, sem contar outros gastos. E segue à espera de uma resposta. “Vim acreditand­o nas primeiras promessas e já estou aqui há cinco meses”, contou.

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COBRANÇA Em abril, grupo de aprovados fez mobilizaçã­o em frente ao Palácio do Campo das Princesas

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