Jornal do Commercio

O fantasma das vacinas

- FERNANDO CASTILHO castilho@jc.com.br Twitter: jc_jcnegocios Telefone: (81) 3413.6536

A revelação da Pfizer de que a companhia enviou, ao menos, sete cartas ao Governo brasileiro oferecendo o imunizante desde 14 de agosto de 2020, com a previsão de 70 milhões de doses até o final de 2021, confirma o descaso com que o governo tratou a questão, só resolvida em 8 de março.

Mas o estrago já está feito e o País terá de tratar agora o vácuo que vai enfrentar até agosto, com as dificuldad­es de chegada do IFA para as duas vacinas com que os brasileiro­s estão sendo imunizados.

O Instituto Butantan entregou, ontem, o último lote da CoronaVac, finalizand­o o primeiro contrato com o Ministério da Saúde. Ele já deveria ter recebido a matéria prima do segundo, mas os problemas causados pelo presidente Bolsonaro vão retardar a entrega este mês, devendo ficar para junho. Se conseguir.

O Brasil agora depende das entregas da produção da Fiocruz, que processa a vacina da AstraZenec­a, e já adverte que deverá haver um gap de dois meses entre a entrega do último lote de vacinas produzidas com o IFA (Insumo Farmacêuti­co Ativo) importado da China, prevista para julho.

Isso quer dizer que o Brasil vai continuar a gerenciar uma campanha de vacinação a conta gostas pelas dificuldad­es que o governo colocou, deliberada­mente, por questões ideológica­s. O que explica que, pressionad­o a explicar essas decisões, o ex-ministro Eduardo Pazuello tente se proteger com um habeas corpus na CPI da covid, criada em função da sua inação para com a questão da vacina que impediu a proteção de milhões de brasileiro­s.

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