Jornal do Commercio

PEC contra militares na política

- RENATA MONTEIRO rmonteiro@jc.com.br JC.

Cinco ex-ministros da Defesa, entre eles o pernam-Cbucano Raul Jungmann, escreveram um manifesto em favor da Proposta de Emenda à Constituiç­ão (PEC) que pretende impedir que militares da ativa ocupem cargos políticos em governos. Também assinam a nota Nelson Jobim, Celso Amorim, Jaques Wagner e Aldo Rebelo.

“As Forças Armadas são instituiçõ­es de Estado, como está no artigo 142 da Constituiç­ão. São Instituiçõ­es nacionais, permanente­s, regulares, organizada­s seguindo a hierarquia e a disciplina. Elas não se confundem com o governo. Como lá está dito, elas são permanente­s e governos são transitóri­os. E a grande missão delas é defender o Brasil e a todos os brasileiro­s, não fazendo distinção entre governo e oposição”, frisou Jungmann, ao Na visão do ex-ministro de Michel Temer (MDB), a presença de militares da ativa em governos traria uma série de problemas para as Forças Armadas, uma vez que que isso prejudicar­ia a profission­alização da categoria e abriria uma brecha para a sua politizaçã­o.

“Essa presença vai contra a profission­alização dos militares, porque existe uma carreira militar e ela tem um aperfeiçoa­mento ao longo de toda ela. Se eles passam muito tempo fora se desatualiz­am, deixam de se adestrar. Por último, há ainda o risco da politizaçã­o. Eles entram em governos, em ações políticas e estão desfazendo a sua atribuição constituci­onal de agentes de Estado”, disse.

A PEC em questão é de autoria da deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB), e a mobilizaçã­o para que ela fosse apresentad­a começou depois que o Exército resolveu não punir o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello depois que ele participou de um ato político com o presidente Jair Bolsonaro, em maio.

Para Raul Jungmann, o fato de existirem tantos militares no governo atualmente - 2.930 nos Três Poderes, segundo levantamen­to realizado pelo portal Poder360 -, apesar de não significar que exista um golpe em curso, já tem trazido prejuízos à imagem das Forças Armadas.

“Golpe é uma coisa que está fora de qualquer possibilid­ade. As Forças Armadas não vão participar de nenhuma aventura que venha a ferir a Constituiç­ão. Quanto à imagem, nós estamos vendo o que está acontecend­o, militares sendo chamados para depor na CPI da Covid, militares envolvidos em denúncias e isso não é bom para as Forças”, observou.

Cinco ex-ministros da Defesa endossaram a proposta que veta presença de militares da ativa no governo

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APOIO Grande missão dos militares é defender o Brasil, sem distinguir governo e oposição, diz Jungmann

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