Ocupações de UTIs em queda
Pela primeira vez, desde dezembro, nenhum estado tem ocupação acima de 90% de leitos de UTI covid-19 no SUS
Levantamento do Observatório Covid-19 divulgado, ontem, pela Fiocruz aponta uma melhora no cenário da pandemia no Brasil. Pela primeira vez desde o início de dezembro de 2020, nenhum estado apresenta taxa de ocupação de leitos de UTI covid-19 no SUS superior a 90%. Os dados são da mais recente semana epidemiológica, de 4 a 10 de julho. Esta é a terceira semana seguida com queda de indicadores de incidência e mortalidade por covid-19 na análise feita pela fundação.
O número de casos e mortes vem caindo há três semanas em um ritmo de 2% ao dia, mas, alerta a Fiocruz, ainda permanece em alto patamar. A taxa de letalidade segue em torno de 3%, percentual considerado também elevado.
De acordo com os pesquisadores da Fiocruz, a diminuição na incidência de novos casos e de mortes pode indicar um processo de arrefecimento da pandemia, que deve persistir nos próximos meses. O estudo também sinaliza que a tendência de redução das taxas de ocupação de leitos é um reflexo desta nova fase.
Na terça-feira, o Imperial College informou que a taxa de transmissão do vírus (rt) é a menor desde novembro de 2020. Ela caiu para 0,88. No relatório da semana anterior, o número era de 0,91. O índice atual indica que cada 100 pessoas contaminadas transmitem a doença para outras 88 pessoas. Quando fica abaixo de 1, a taxa de contágio indica tendência de estabilização.
A diminuição nas internações e mortes apontada pelo levantamento da Fiocruz, por sua vez, foi mais expressiva nos grupos prioritários, como idosos e pessoas com comorbidades, atestando que a vacinação é diretamente responsável pela melhora na situação. Ao mesmo tempo, a transmissão ainda permanece intensa entres aqueles que não foram imunizados.
Ainda de acordo com os pesquisadores, “é importante destacar que as vacinas disponíveis apresentam limites em relação ao bloqueio da transmissão do vírus, que continua circulando com intensidade. As vacinas são especialmente efetivas na prevenção de casos graves”. Por isso, recomendam “que sejam mantidas as medidas de distanciamento físico, uso de máscaras, cuidados com a higiene das mãos e que a população não deixe de se vacinar, conforme o calendário dos municípios”.
Tendências de queda no indicador de ocupação de leitos foram observadas em todos os estados do Nordeste, Sudeste e Sul e também no Mato Grosso do Sul. Apenas quatro estados da Região Norte (Rondônia, Amazonas, Pará e Tocantins) e Goiás apresentaram crescimento em relação ao boletim da semana anterior.
Quatro capitais estão com taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 iguais ou superiores a 80%: São Luís (81%), Rio de Janeiro (81%), Goiânia (92%) e Brasília (80%).
“A redução da pressão por internações nos hospitais também é uma oportunidade para retomar o atendimento ambulatorial e hospitalar de demandas que ficaram represadas ao longo da pandemia e programar as cirurgias que foram adiadas”, informam os pesquisadores no boletim.
BOLETIM
As autoridades de saúde registraram, ontem, em todo o Brasil 57.736 novos casos de infecção pela covid-19 e 1.556 mortes em decorrência de complicações associadas à doença. O número de vida perdidas para a covid-19 chegou a 537.394.
Considerando as informações do Programa Nacional de Imunizações (PNI) e dos levantamentos de cada secretaria estadual de Saúde, foram feitas 117,3 milhões de aplicações de vacinas, sendo 85,7 milhões da primeira dose e 31,6 milhões da segunda e da dose única.
Imperial College informou que a taxa de transmissão do vírus (rt) é a menor desde novembro de 2020