Jornal do Commercio

Erros de Guedes em projeto do IR são graves

- Fernando Castilho

Os brasiliani­stas, aqueles acadêmicos americanos e europeus que estudam o País, costumam dizer que “o Brasil é um caso bem particular.” Eles reconhecem que não é fácil entender e projetar o Brasil pelo que sua classe política é capaz de fazer. Ontem, o ministro da Economia, Paulo Guedes ajudou nessa percepção sobre a reforma do Imposto de Renda. Numa frase ele disse: “Reconheço que errei. No início, o setor privado ficou no alto da gangorra. De castigo. E a Receita Federal ficou do outro lado. Agora, mudamos. o setor privado sempre terá ganho de causa. Eu quero tributar os 20 mil super-ricos e não as empresas”.

Como assim excelência? É assim? Tipo: “Desculpa aí, foi mal, mano”. O pior é que é assim mesmo. O ministério da Economia mandou um projeto que, na primeira análise do Congresso, levou o ministro que o assina a admitir que o texto tinha erros na calibragem das alíquotas. Paulo Guedes disse que o importante é “reconhecer o erro, recuar e corrigir o mais rápido possível”.

Reconhecer erros e corrigir é um gesto de dignidade. Mas é muito grave quando se trata de um texto do gestor da economia num momento de crise, e quando fica claro que não tem embasament­o técnico. Esse não é um comportame­nto tradiciona­l do chefe da economia. No passado recente, o embate no Congresso se deu com o Executivo brigando por cada parágrafo, alíquota e inciso. Quando na primeira analise o ministro admite tamanho volume de equívocos fica a pergunta: por que mandar um projeto de tão baixa qualidade? Para expor ao Congresso a mediocrida­de como gestor? Foi mal.

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