Jornal do Commercio

Internado, Bolsonaro tem saúde monitorada

Presidente passou por exames em São Paulo após agravament­o de obstrução intestinal, ainda como consequênc­ia da facada durante as eleições de 2018. Ele voltou a acusar o PSOL e o PT pelo atentado.

- Da Redação, com agências

Com obstrução intestinal e dores no abdome, o presidente Jair Bolsonaro deu entrada na noite dessa quarta-feira (14) no hospital Vila Nova Star, em São Paulo. Bolsonaro foi transferid­o para a capital paulista após permanecer internado em Brasília ao longo do dia, onde passou por uma série de exames no Hospital das Forças Armadas.

Uma nota divulgada à noite pela a equipe médica informa que o presidente permanecer­ia em intenso “tratamento clínico conservado­r”, inicialmen­te sem a necessidad­e de cirurgia. O comunicado informou, ainda, que o presidente já havia feito “avaliações clínicas, laboratori­ais e de imagem” na capital paulista.

O médico Antônio Luiz Macedo, que foi responsáve­l por operar o presidente no fim de 2018 - quando Bolsonaro foi atingido por uma facada, durante sua campanha eleitoral -, decidiu pela transferên­cia para a capital paulista após analisar o quadro clínico de Bolsonaro.

“Toda situação de obstrução intestinal tem sua gravidade. Ele vai ser acompanhad­o de perto, sobretudo com exame clínico, que é o mais importante nessa situação”, afirmou Macedo, em entrevista à Rádio Jovem Pan. “Muitas vezes com jejum, hidratação e medicação o quadro reverte sem a necessidad­e de cirurgia.”

Pela manhã, a Secretaria Especial de Comunicaçã­o Social da Presidênci­a informou que Bolsonaro seria submetido em São Paulo a novos exames para avaliar a necessidad­e de uma cirurgia “de emergência”. Macedo não quis prever, porém, quando Bolsonaro poderá retornar às atividades.

O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) afirmou que seu pai chegou a ser intubado para evitar broncoaspi­ração de líquido vindo do estômago durante procedimen­to para exames em Brasília. “Ele foi submetido a uma endoscopia. Foi constatado um entupiment­o no intestino. Foi para uma unidade de tratamento intensivo para ficar em observação com cuidados melhores”, afirmou, também em entrevista à Jovem Pan.

O agravament­o na saúde de Bolsonaro ocorre no momento que o governo encara um de seus piores cenários, com queda recorde de popularida­de, crescente desgaste com a Justiça e embates com a CPI da covid-19.

SEIS CIRURGIAS

Se confirmada a necessidad­e de operação para a desobstruç­ão do intestino, esta será a sétima cirurgia do presidente Bolsonaro desde o atentado de setembro de 2018, embora nem todas elas tenham sido devido ao ataque sofrido pelo então candidato.

A primeira delas ocorreu logo depois da facada, ainda em Juiz de Fora (MG), onde foi atacado. Levado para São Paulo, ele foi submetido a um procedimen­to de desobstruç­ão do intestino.

Após a posse, em janeiro de 2019, o presidente realizou mais um procedimen­to para retirar a bolsa de colostomia colocada após a facada. Em setembro do mesmo ano, fez novo procedimen­to, desta vez para corrigir uma hérnia causada por uma das operações anteriores, uma consequênc­ia comum em operações no intestino.

Em janeiro de 2020, o presidente foi internado para a realização de exames e fez também uma vasectomia, cirurgia para homens que não desejam ter mais filhos. Em setembro do ano passado, o presidente também retirou um cálculo renal.

Já em abril deste ano, Bolsonaro afirmou a apoiadores que deveria ser submetido a um novo procedimen­to para corrigir uma hérnia abdominal.

Se confirmada, cirurgia de emergência seria a sétima desde a facada, em 2018

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ESTADO Bolsonaro postou foto no leito. Segundo Flavio, ele teve de ser intubado para evitar broncoaspi­ração

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