Jornal do Commercio

“Família Camargo” vai virar série de tv

Plataforma promete lançar conteúdo inédito nacional, entre documentár­ios, shows e séries, todos os meses, até o fim do ano

- MARIANE MORISAWA Agência Estado

Uma das estratégia­s da Netflix para consolidar sua liderança no Brasil é estrear produções locais, em português. O serviço de streaming promete lançar conteúdo inédito brasileiro todos os meses, até o fim do ano. Além da minissérie documental Elize Matsunaga - Era uma Vez um Crime, sobre a mulher que matou e esquartejo­u o marido, já disponível, a plataforma também colocou no ar Emicida: AmarElo - Ao Vivo, com um show do rapper no Teatro Municipal de São Paulo. No dia 21, é a vez do reality show Brincando com Fogo Brasil, versão nacional do reality show gringo em que um bando de pessoas atraentes não pode ter contato físico de jeito nenhum - mas elas só descobrem isso na hora. Para cada escorregad­a de um participan­te, há um desconto no prêmio de R$ 500 mil, o que promete gerar discórdia.

Brincando com Fogo Brasil não é o único reality show a ganhar uma versão brasileira. Casamento às Cegas Brasil chega ainda em 2021, tentando juntar pessoas por sua beleza interior - os participan­tes conversam com seus candidatos a cara-metade em cabines individuai­s e só se veem depois do pedido de casamento.

A Netflix também confirmou duas estreias de documentár­ios: João de Deus, sobre o homem que fazia “cirurgias espirituai­s” em Abadiânia, Goiás, e é acusado de abuso sexual por mais de 200 mulheres, e Éo Amor: Família Camargo, em que Zezé Di Camargo e sua filha Wanessa, além de outros membros da família, abrem sua intimidade em sua fazenda em Goiás. “Foi realmente uma experiênci­a inusitada e maravilhos­a gravar a série”, diz Zezé Di Camargo no material de imprensa. “Até agora, estou bastante impression­ado com a excelência desta produção, uma produção brasileira, o que é muito bom!” Três filmes também estão programado­s. Confissões de uma Garota Excluída, baseado no livro de Thalita Rebouças, fala da adolescent­e Tetê, que precisa trocar de escola quando seus pais perdem seus empregos e se mudam para a casa dos avós, em Copacabana. Ela vai fazer de tudo para não sofrer bullying. No elenco, também estão Lucca Picon, Júlia Rabello, Stepan Nercessian e Rosane Gofman.

Em Amor Sem Medida, uma advogada recém-divorciada perde seu celular, que é encontrado por um homem simpático e divertido. Num jantar para a devolução do aparelho, Ivana se surpreende ao descobrir que León, vivido por Leandro Hassum, tem 1,35 m de altura. Ivana não se importa, mas vai descobrir que seus amigos e a sociedade são pouco tolerantes.

Em Diários de Intercâmbi­o, as amigas interpreta­das por Larissa Manoela e Thati Lopes colocam todas as suas esperanças de solução de problemas numa temporada fora do País. Mas, na Califórnia, elas veem que não é bem assim, se metendo em muitas confusões.

Também em breve chega a segunda temporada de Sintonia, com Doni (Jottapê), Rita (Bruna Mascarenha­s) e Nando (Christian Malheiros), lutando para manter suas conquistas, sem se esquecer de suas origens. A série que fala de música, tráfico de drogas e religião na periferia de São Paulo tem dois novos personagen­s: Tally (Gabriela Mag), namorada de Doni, e Levi (Bruno Gadiol), paquera de Rita na igreja. “Abrir essa janela e mostrar para o mundo como vivemos e como nos articulamo­s é muito importante para mostrar que o Brasil é um país diverso em seu DNA, que seu povo e suas histórias são muito mais que estereótip­os”, diz o ator Christian Malheiros no material de imprensa.

Em 2019, a Netflix anunciou o investimen­to de R$ 350 milhões em produções originais brasileira­s durante 2020. Num evento em abril deste ano, a empresa afirmou que ia dobrar os investimen­tos em 2022. Mas é verdade também que a pandemia atrapalhou os planos, com as produções sendo paralisada­s por um bom tempo.

Recentemen­te, o serviço projetou um investimen­to global em conteúdo de US$ 17 bilhões (cerca de R$ 89 bilhões) em 2021. Foram anunciados investimen­tos de US$ 500 milhões na Coreia do Sul e US$ 300 milhões no México. Segundo a revista Variety, hoje, apenas 1/3 dos 193 milhões de assinantes da Netflix está nos EUA. Mais de 50% da receita da empresa na primeira metade de 2020 e 89% dos 4 milhões de assinantes adicionado­s no primeiro trimestre vieram de fora da América do Norte. E o conteúdo em outras línguas faz sucesso também nos EUA: no segundo trimestre deste ano, 33% de séries e filmes da Netflix consumidos no país tinham legendas ou eram dublados em inglês.

A Netflix não é a única de olho no conteúdo original brasileiro. Disney+ está produzindo 15 séries no País. Paramount+ e HBO Max também anunciaram várias produções locais.

Na esteira de novidades, há também versões brasileira­s para reality shows já famosos ao redor do mundo

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INTIMIDADE EM GOIAS Zezé Di Camargo e a filha Wanessa na primeira imagem de divulgação da série É o Amor: Família Camargo

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