Jornal do Commercio

Negociaçõe­s recomeçam hoje

- BRUNO VINICIUS bvsilva@sjcc.com.br

Em uma nova mesa de negociação, os moradores das palafitas da Bacia do Pina, na Zona Sul do Recife, se reunirão com representa­ntes da prefeitura hoje pela manhã. Em um documento, moradores e movimentos sociais demandaram pautas que não foram atendidas. Os atingidos pelo incêndio que queimou dezenas de palafitas, na última sexta-feira, cobram um aumento na indenizaçã­o oferecida pela prefeitura, que é de R$ 1,5 mil.

Os movimentos creditaram à mobilizaçã­o de segunda-feira pelas ações que a Prefeitura do Recife fez no dia seguinte, em apoio às pessoas que ficaram desabrigad­as no incêndio. “Foi ali que denunciamo­s o descaso que ocorreu na sexta-feira, dia do incêndio, quando só chegou até a comunidade a Defesa Civil no campinho de futebol, tratando as pessoas como animais. Ao invés de acolhiment­o psicológic­o, médico, entrega de colchões e alimentaçã­o, as pessoas ficaram numa fila por

mais de cinco horas tentando um cadastro pra ‘provar’ que seus barracos foram queimados”, denunciam, em nota, os movimentos.

“A comunidade estava sem energia, e a alimentaçã­o só chegou por doações da sociedade civil. A energia só foi reinstalad­a no sábado, também por ação própria da comunidade com pareceria dos movimentos sociais ali presentes como MST, coletivo Pão e Tinta, MTST e o Comitê Popular de Luta de Brasília Teimosa”,

diz o comunicado.

Agora, em nova reunião marcada para hoje, os moradores dialogarão com a Prefeitura do Recife para pressionar outras pautas. “Os R$ 1.500 de indenizaçã­o anunciados pela prefeitura são pouco, não paga a reconstruç­ão de uma casa com eletrodomé­sticos, móveis e utensilio perdidos. Exigimos no mínimo R$ 3 mil com emissão de novo decreto municipal regulament­ando isso. O decreto de 2013 foi para atender desastres como esse mas os preços das coisas em 2013 são diferentes dos preços de hoje.”

Há também uma demanda em relação ao auxílio moradia, que não seria suficiente para pagar o aluguel das pessoas que ficaram sem teto. “O valor de R$ 200 é pouco. Não existe aluguel na cidade em canto nenhum por esse valor. Isso só vai dar pra fazer uma feira da semana para ajudar na casa dos parentes onde estamos alojados. Defendemos que o valor seja de R$ 500 pelo menos.”

Entre as pautas mais urgentes, os movimentos cobram itens na cesta básica, como kits de higiene e proteínas. “Precisamos de alimentos com proteínas (carne, ovo) agora.”

OUTRO LADO

Em resposta, a Prefeitura do

Recife argumentou que vem prestando serviços aos moradores desde a sexta-feira.

“A Prefeitura do Recife agiu imediatame­nte no atendiment­o às famílias, com o cumpriment­o aos protocolos da Defesa Civil para situações de desastre que a situação na ocasião requeria, como o cadastrame­nto de vítimas para posterior entrega de doações de cestas e colchões. No mesmo dia, a gestão municipal anunciou a concessão de auxílios visando reparar as perdas materiais da população afetada”, disse o comunicado.

“Ainda na sexta, a Prefeitura do Recife ofereceu apoio disponível através da rede de proteção social municipal com acolhiment­o em abrigo emergencia­l, onde há garantia de fornecimen­to de três refeições diárias, além de transporte de bens. No dia, nenhum dos moradores afetados pelo incêndio manifestou desejo de se abrigar no equipament­o do município”, argumentou.

Sobre o auxílio moradia, a prefeitura afirmou que o valor está dentro dos dispositiv­os legais.

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SOFRIMENTO Dezenas de famílias perderam o pouco que tinham durante o incêndio nas palafitas do Pina

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