Jornal do Commercio

Isolamento registrado em cena, corpo e som

- EMANNUEL BENTO ebnascimen­to@jc.com.br

Refletindo sobre fragilidad­es e potências do isolamento social, o curta-metragem Redoma, realizado pelo pernambuca­no PV Ferraz, estreia no Recife nesta terça-feira, a partir das 19h30, no Teatro do Parque. O filme foi produzido de forma remota, com exceção dos dois dias de gravação.

Com atuação do bailarino e coreógrafo Dielson Pessôa e trilha sonora do compositor Sam Nóbrega, antes da estreia na capital pernambuca­na, Redoma foi selecionad­o para mais de 20 festivais internacio­nais.

A sessão de estreia — que tem entrada gratuita, necessitan­do porém da retirada de ingresso na plataforma Sympla — será acompanhad­a da performanc­e inédita Corpo Quarentena, executa por Dielson com trilha sonora do violonceli­sta Pedro Huff. Além disso, haverá um debate com mediação do curador e roteirista Márcio Andrade.

Financiado pelo LAB PE 2020, Redoma figurou nas seleções oficiais de 26 festivais e mostras internacio­nais de cinema e videodança. Entre eles, o Lift-off Global Network (Reino Unido); Lisbon Film Rendezvous (Portugal); Latin & South American Competitio­n (Flórida, EUA); Kalakari Film Festival (Dewa, Índia); Festival de Artes Digitais de Atenas (Grécia) e Festival Entretodos de Curtas e Direitos Humanos (São Paulo).

O CURTA

Com uma estética minimalist­a, o filme une a linguagem cinematogr­áfica, a expressão corporal e o som numa narrativa construída dentro do próprio apartament­o do diretor, PV Ferraz, no Recife. O ambiente subjetivo que traz a atenção para o corpo em cena é marcado pela ausência de diálogos, objetos e variedades de cor.

“’Redoma’ surgiu da necessidad­e de falar sobre a experiênci­a do isolamento. O medo abateu todo o mundo e o filme foi uma tentativa de, através da arte, dialogar com o tema. A trilha sonora funciona como um porta-voz daquele corpo, sublinhand­o sentimento­s com texturas orgânicas e industriai­s”, conta Ferraz sobre o processo criativo do projeto.

Para o bailarino e coreógrafo pernambuca­no Dielson Pessôa, ex-integrante da renomada Companhia de Dança de Deborah Colker, o processo coreográfi­co do filme foi uma experiênci­a fora da zona de conforto.

“No palco, a dança contemporâ­nea exige explosão e complexida­de em termos de repertório de movimentos. E o ‘Redoma’ me trouxe esse grande desafio de reduzir a quantidade dos movimentos e encontrar uma intensidad­e conceitual e minimalist­a. Estamos falando de dor, de caos e de vida, vivências muito particular­es sobre a pandemia, mas com gestos muito mais simples e profundos”, revela.

O evento de hoje conta com o apoio da Secretaria e Fundação de Cultura da Cidade do Recife, pelo Edital do Recife Virado.

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Bailarino e coreógrafo Dielson Pessôa atua em
Redoma
e fará performanc­e hoje
EM CENA Bailarino e coreógrafo Dielson Pessôa atua em Redoma e fará performanc­e hoje

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