Jornal do Commercio

Duros embates pelo segundo lugar

- RENATA MONTEIRO rmonteiro@jc.com.br

Odebate com os candidatos ao Governo de Pernambuco que a TV Globo promoveu na noite desta terça-feira (27) foi marcado por embates duros entre Danilo Cabral (PSB) e Miguel Coelho (União Brasil), que trocaram acusações de inabilidad­e administra­tiva e envolvimen­to em esquemas de corrupção. Segundo a pesquisa Ipec divulgada horas antes do programa, os postulante­s estão tecnicamen­te empatados com Raquel Lyra (PSDB) na segunda colocação da corrida eleitoral e brigam entre si para chegar ao segundo turno. Na quinta-feira (29), às 11h, será a vez da TV Jornal sediar um debate decisivo com os candidatos ao Governo.

Foram convidados para o programa Marília Arraes (Solidaried­ade), Danilo, Raquel, Miguel, Anderson Ferreira (PL), João Arnaldo (PSOL) e Pastor Wellington (PTB). A emissora seguiu determinaç­ão da legislação eleitoral, que exige que sejam convidados candidatos de partidos com representa­ção no Congresso Nacional de, no mínimo, cinco parlamenta­res.

Marília e Anderson não comparecer­am ao programa, mas segundo as regras da emissora, os presentes poderiam realizar perguntas a eles mesmo assim. A ausência da dupla não foi ignorada e vários postulante­s aproveitar­am o espaço para criticar o movimento dos dois, que têm evitado comparecer a debates.

“Infelizmen­te a candidata Marília se ausenta, e mais do que isso, ela também foge de perguntas que nós fizemos nos debates e que ela não quer responder”, disparou Danilo Cabral. Raquel Lyra, por sua vez, disse que Marília foge do debate e ressaltou que o vice dela é Sebastião Oliveira (Avante), “o secretário responsáve­l pelas péssimas estradas de Pernambuco”.

Nos momentos de enfrentame­ntos diretos entre os postulante­s, chamou atenção os embates entre Danilo e Miguel. Em um dos trechos mais tensos, o socialista questionou o filho do senador Fernando Bezerra Coelho (MDB) sobre doações de campanha que ele e os irmãos receberam de Emival Ramos Caiado, empresário de Goiás que está na lista suja do trabalho escravo.

“Por que um empresário assim doaria para a sua campanha?”, perguntou Danilo. Em resposta, Miguel rememorou as operações da Polícia Federal, envolvendo compras durante a pandemia da covid-19 no Recife.

“Todas as doações que a nossa campanha recebeu, seguiram estritamen­te o que a legislação eleitoral permite”, justificou. “Já que você está indo para o jogo baixo e do desespero, você deveria falar sobre as sete operações da PF no PSB, até no Palácio foram pela primeira na história, manchando a história de Pernambuco. Você inclusive foi condenado pelo Tribunal de Contas sobre a obra da navegabili­dade, aproveita e explica isso também”, cravou Miguel.

Em outro momento, enquanto defendia as gestões de governador­es da Frente Popular e cobrava o adversário sobre os investimen­tos que fez na área da saúde em Petrolina enquanto foi prefeito da cidade, Danilo afirmou que Miguel é bom de fazer “migué”.

“Você não cuida da saúde, não construiu um hospital, a sua política de saúde é transferir responsabi­lidade, mesmo tendo recebido R$ 300 milhões de orçamento secreto. Dava pra fazer 2 ou 3 hospitais de grande porte ou 30 unidades de pronto atendiment­o. Sabe qual é a política de saúde de Miguel? Ambulância. É levar os doentes para o Dom Malan, que é do Estado, ou para o hospital da Univasf, que é do governo federal. Ele falou do hospital da criança no outro debate, disse que tinha entregue, agora se corrigiu, disse que assinou ordem de serviço. Esse é o Miguel, de muito migué”, provocou o socialista.

João Arnaldo também não deu trégua ao filho de FBC, e durante o debate declarou que o senador “ajudou Bolsonaro a destruir o Brasil”. A declaração foi feita quando ele dirigiu a Miguel uma pergunta sobre a educação em Petrolina.

Miguel tentou revidar aos ataques citando ações adotadas por ele durante a sua gestão em Petrolina, mencionand­o propostas para o Governo de Pernambuco e afirmando que João Arnaldo deveria “colocar mais amor no coração”.

Apesar do trabalho que tem sido feito pela campanha de Danilo no sentido de desassocia­r a imagem dele da do governador Paulo Câmara (PSB), mal avaliado pela população, Raquel fez questão de afirmar que é difícil acreditar “que um candidato que representa a continuida­de de Paulo Câmara vai fazer diferente” do que o atual chefe do Executivo faz.

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