O resultado disso
Thomas Hobbes, filósofo inglês, dizia que “qualquer governo é melhor do que a ausência de governo”. Em Pernambuco, hoje, uma adaptação dessa frase precisa ser feita: “qualquer debate é melhor do que a ausência de debate”. Hobbes explica em sua obra que a ausência de governo leva à anarquia e mergulha a sociedade no escuro e no medo.
A ausência de debate é um mergulho, igualmente, na escuridão e no desrespeito ao sistema democrático. Consequentemente, quando faltam aos debates reiteradamente, como fizeram outra vez na Globo, ontem, Marília Arraes (SD) e Anderson Ferreira (PL) desrespeitam o povo pernambucano.
Não se trata de discutir a estratégia dos candidatos. Que seja estratégia, que justifiquem com jogos e estatísticas a decisão direta de não comparecerem aos eventos em que poderiam ter sido testados, apoiando-se na frieza de uma maquinação eleitoral.
O problema, e é um problema sério, é que o pernambucano passou os últimos anos vendo sua história ser desenhada com apoio em estratégias eleitorais e matemáticas para garantir a vitória, nas urnas, de um grupo político que sempre fez questão de jogar esse jogo.
Há exatos quatro anos, um parlamentar conversava com este colunista e dizia que precisava ser aliado do governo do PSB para aproveitar a “tecnologia de votos” desse grupo. O resultado desse jogo está nos maiores índices de desemprego do Brasil entre os estados, nos piores índices de miséria e na ausência de competitividade em relação às outras unidades da federação. O atendimento em Saúde é ruim, a Segurança é capenga. E tudo é fruto dessa “tecnologia” que foge do debate democrático para usar táticas, estratégias e subterfúgios, disputando sem discutir, sem ser questionado.