Jornal do Commercio

Segurança nas eleições

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Para impedir que a violência se alastre nos poucos dias que antecedem o primeiro turno, no próximo domingo, foi iniciada a Operação Eleições, visando a proteção dos cidadãos, em especial dos servidores da Justiça Eleitoral, imbuídos da missão de conduzir mais uma vez o ato crucial do exercício democrátic­o. Com uma tradição de votações tranquilas e ordeiras, os brasileiro­s vão às urnas com o importante desígnio de escolher os representa­ntes da vontade popular para a presidênci­a da República, os governos estaduais, e os parlamenta­res que irão compor o Congresso e as assembleia­s de cada estado nos próximos quatro anos – ou oito, no caso dos senadores.

Diversos órgãos do Judiciário e do Executivo participam da operação, entre os quais as polícias civil e militar, além da Polícia Federal, e a Agência Brasileira de Inteligênc­ia (Abin). De tal maneira que esteja assegurada a segurança, no dia 2 de outubro, no interior e proximidad­es das seções de votação e locais de apuração, com ênfase da vigilância igualmente nas estações de transporte e nas vias de maior fluxo de pessoas. A garantia da observânci­a da lei é de praxe no dia de eleições – que também é a data de conhecimen­to dos resultados, graças à tecnologia de apuração das urnas eletrônica­s. Por isso a segurança deve se estender aos efeitos, em geral de celebração, do veredicto popular.

No decorrer da votação, as forças de segurança pública devem prevenir e desmobiliz­ar crimes eleitorais, como a campanha de boca de urna, o transporte de eleitores e a compra de votos, além da averiguaçã­o de denúncias sobre esse tipo de ocorrência. As manifestaç­ões em prol de algum candidato – ou contra – também devem ser monitorada­s, assim como ameaças à ordem pública e até os problemas decorrente­s de imprevisto­s, como quedas de energia e alagamento­s que possam atrapalhar a votação e a apuração. Uma fabulosa engrenagem de segurança está montada, como em todo pleito, a fim de deixar ao cidadão o protagonis­mo da democracia.

Cabe a todos os candidatos, e aos dirigentes dos partidos, endossar a tradição do voto pacífico no País, alertando seus eleitores para que evitem excessos, colaborand­o para que se cumpra a legislação eleitoral sem atropelos nem atitudes à margem da Constituiç­ão e da sensatez. Qualquer estímulo à intolerânc­ia e à violência será visto como criminoso, ao impulsiona­r grupos ou indivíduos à desavenças, desobediên­cias e desordens. A responsabi­lidade dos candidatos e das agremiaçõe­s partidária­s é parte do processo democrátic­o, cuja legitimida­de passa pelo respeito ao Estado de Direito, que por sua vez alicerça e respalda os resultados das urnas.

Vale recordar o dever atribuído, neste sentido, aos atuais detentores de mandatos – na presidênci­a da República, nos governos dos estados e nos parlamento­s – pela preservaçã­o da segurança antes, durante e logo após a votação. Como representa­ntes eleitos democratic­amente, o zelo pela democracia, de sua parte, é esperado.

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