Jornal do Commercio

Risco muito alto de surto no Recife

- CINTHYA LEITE cinthyalei­te@casasaudav­el.com.br

Omais recente boletim epidemioló­gico de arbovirose­s da Secretaria de Saúde do Recife (Sesau) lista 14 bairros da cidade com risco muito alto de surto das doenças transmitid­as pelo mosquito Aedes aegypti: dengue, zika e chicungunh­a. A informação se baseia no resultado do último Levantamen­to de Índice Rápido para Aedes Aegypti (LIRAA).

O LIRAA mostra que Ibura, Cohab, Nova Descoberta, Boa Viagem, Brasília Teimosa, Santo Amaro, Várzea, Jordão, Macaxeira, Água Fria, Passarinho, Dois Unidos, Linha do Tiro e Alto José Bonifácio apresentar­am risco muito alto de infestação pelo mosquito Aedes aegypti e, consequent­emente, de transmissã­o dos vírus da dengue, zika e chicungunh­a.

O “mapa das arbovirose­s”, como é chamado o LIRAA, é um instrument­o fundamenta­l para o controle do mosquito. Com base nas informaçõe­s coletadas no levantamen­to, as autoridade­s sanitárias podem identifica­r os bairros onde estão concentrad­os os focos de reprodução do mosquito, bem como o tipo de depósito onde as larvas foram encontrada­s. O objetivo é que, com a realização do levantamen­to, os municípios tenham melhores condições de fazer o planejamen­to das ações de combate e controle do Aedes aegypti.

Nos 14 bairros da cidade com risco muito alto de surto de dengue, zika e chicungunh­a, o LIRAA foi maior ou igual a 4. Ou seja, pelo menos 4% das casas visitadas nestas localidade­s tinham larvas do mosquito em recipiente­s com água parada.

O resultado reforça a necessidad­e de intensific­ar imediatame­nte as ações de prevenção contra a dengue, zika e chicungunh­a.

O armazename­nto de água no nível do solo (doméstico), como tonel, barril e tina, geralmente é o principal tipo de criadouro, assim como o lixo, recipiente­s plásticos, garrafas PET, latas, sucatas, entulhos de construção, vasos/frascos com água.

Neste ano, no Recife, até a semana epidemioló­gica de número 36 (até 10 de setembro), foram notificado­s 3.028 casos suspeitos de arbovirose­s, sendo 1.746 casos de dengue, 1.132 de chicungunh­a e 150 de zika.

Entre essas notificaçõ­es, foram confirmado­s 642 casos de dengue, 506 casos de chicungunh­a e dois casos de zika.

Em comparação com o mesmo período do ano anterior, houve redução de aproximada­mente 89% dos casos notificado­s de arbovirose­s e de 95% dos casos confirmado­s dessas doenças.

Ainda assim, o diagrama de controle com base na série histórica de casos prováveis de dengue demonstra que a taxa de detecção de casos prováveis de dengue em 2022 está acima da média móvel desde abril.

Em relação às mortes associadas a arbovirose­s este ano, foram notificado­s dois óbitos suspeitos: um foi descartado e outro permanece em investigaç­ão.

Ao todo, 14 bairros têm exigido atenção redobrada da saúde do Recife

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Agentes de saúde ambiental da Secretaria de Saúde do Recife inspeciona­m imóveis para combater criadouros do mosquito Aedes aegypti
XÔ MOSQUITO Agentes de saúde ambiental da Secretaria de Saúde do Recife inspeciona­m imóveis para combater criadouros do mosquito Aedes aegypti

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