Jornal do Commercio

Marília já focada no 2º turno

- RENATA MONTEIRO rmonteiro@jc.com.br

Candidata do Solidaried­ade ao Governo de Pernambuco, Marília Arraes chega ao segundo turno do pleito deste ano com a promessa de mudanças na sua estratégia de campanha e o desafio de reconfigur­ar alianças e expandir bases eleitorais. Em coletiva à imprensa na noite deste domingo (2), a postulante comemorou a derrota do PSB na disputa, e indicou que a principal tática que usará para tentar vencer a disputa será a associação da imagem da sua adversária, Raquel Lyra (PSDB), ao governo do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Diferentem­ente do que apontavam todas as pesquisas de intenção de voto lançadas antes da eleição, que mostravam Marília com vantagem de mais de dez pontos percentuai­s na comparação com o segundo lugar, a candidata conquistou a primeira colocação no primeiro turno com 3 pontos a mais que Raquel. Apenas 165 mil votos separaram a deputada federal da ex-prefeita de Caruaru.

Na entrevista de ontem, Marília disse acreditar que a vitória do seu projeto virá das “propostas, projetos e linhas programáti­cas” que já tem apresentad­o e do tempo maior de propaganda de TV caracterís­tico desta fase da campanha. A candidata disse, também, que pretende ampliar as suas bases, sem detalhar, contudo, de que maneira fará isso, já que Miguel Coelho (União Brasil) declarou apoio a Raquel e uma aliança com o PSB ou com o PL de Anderson Ferreira foram descartada­s pela própria postulante.

“Nossos adversário­s são o PSB, que já derrotamos, e o bolsonaris­mo, seja ele declarado ou não declarado”, disparou Marília. “Anderson escolheu o lado dele. Ele escolheu o lado de Bolsonaro. E onde Bolsonaro estiver, eu não estou”, completou a candidata, em outra parte da entrevista.

Marília Arraes deu a entender, no entanto, que tentará abrir um canal de diálogo com lideranças de partidos que estejam com Raquel Lyra, mas ainda assim dispostos a abrir dissidênci­a.

A respeito da relação com o PT, partido que deixou após ter a candidatur­a ao governo rifada, Marília disse que iria conversar ontem mesmo com Lula sobre a campanha de ambos no segundo turno e não descartou ir à mesa com as lideranças do partido no Estado, tendo citado, inclusive, que vai “fazer o possível para unir forças” com os três senadores que estarão no Parlamento a partir de 2023, sendo que dois deles serão Teresa Leitão (PT) e Humberto Costa (PT).

Ao mencionar a adversária, Marília várias vezes ligou Raquel a Bolsonaro, embora o PSDB, partido da ex-prefeita, tenha apoiado Simone Tebet (MDB) no primeiro turno. “Agora chegou a hora de uma nova etapa. Pernambuco vai decidir se vai seguir o caminho de projetos e propostas alinhados à justiça social, ao que o presidente Lula quer fazer no Brasil, ou um bolsonaris­mo pintado com outras cores”, cravou Marília.

Apesar do posicionam­ento, a candidata disse estar feliz com o fato de que suas mulheres conseguira­m, pela primeira vez na história, chegar ao segundo turno em Pernambuco. “Este é um momento muito importante para o nosso Estado, que nunca teve uma mulher governador­a e tem tão poucas mulheres na política”, frisou.

Marília disse, também, que depois de passar por todo primeiro turno sem participar de sequer um debate, fará questão de estar em programas do tipo a partir de agora.

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Deputada comemorou a derrota do PSB e tentará reconfigur­ar alianças para expandir as bases
DESAFIO Deputada comemorou a derrota do PSB e tentará reconfigur­ar alianças para expandir as bases

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