Jornal do Commercio

Todos os estados do Brasil tiveram resultado negativo em dezembro

Setor de serviços teve a maior perda, com redução de 188.064 postos de trabalho

- LUCAS MORAES com Agência Brasil

OBrasil fechou o mês de dezembro do ano passado com saldo negativo de 431.011 empregos formais( com carteira assinada), segundo balanço do Cadastro Geral de Empregados e Desemprega­dos (Novo Caged) apresentad­o nesta terça-feira (31) pelo Ministério do trabalho e emprego. O sal dodo mês passado foi resultado de 1.382.923 milhões de contrataçõ­es e 1.813.934 desligamen­tos.

Já o estoque total de trabalhado­res celetistas recuou 1% em dezembro, contabiliz­ando 42.716.337. No acumulado do ano, houve saldo de 2.037.982 empregos, decorrente de 22.648.395 admissões e de 20.610.413 desligamen­tos.

Na média nacional, os salários iniciais pagos a quem foi admiti doem um novo em pregoem dezembro também diminuiu, ficando em R$ 1.915,16. Comparado ao mês anterior, houve queda real de R$ 17,90 no salário médio de admissão, uma variação negativa em torno de 0,93%.

Os números mostram que, no mês de dezembro, os cinco grupamento­s de atividades econômicas apresentar­am saldo negativo. o setor de serviçoste­ve a maior perda, com redução de 188.064 postos.

Na sequência, vem o setor da indústria geral, com menos 114.246 postos, com a maior queda na indústria de transforma­ção (-112.992 postos). A construção ficou com saldo negativo de 74.505 postos, a agropecuár­ia, com menos 36.921 postos e o comércio, com 17.275 postos a menos.

TRABALHO INTERMITEN­TE E EM REGIME PARCIAL

Em dezembro, o novo Caged registrou 24.333 admissões e 16.843 desligamen­tos na modalidade de trabalho intermiten­te, gerando saldo de 7.490 empregos e envolvendo 5.435 estabeleci­mentos contratant­es.

Um total de 175 empregados celebrou mais de um contrato na condição de trabalhado­r intermiten­te.

“Do ponto de vista das atividades econômicas, o saldo de emprego na modalidade de trabalho intermiten­te distribuiu-seporservi­ços(+4.893 postos ), comércio (+2.510 postos ), construção (+205 postos ), agropecuár­ia (-3 postos) e indústria (-115 postos)”, informou o ministério.

Quanto ao trabalho em regime de tempo parcial, houve 11.674 admissões e 23.886 desligamen­tos, gerando saldo negativo de 12.212 empregos e envolvendo 5.532 estabeleci­mentos contratant­es.

Um total de 33 empregados celebro umais de um contrato em regime de tempo parcial.

Do ponto de vistada satividade­seconômica­s, o saldo de em pregoem regime de tempo parcial foi negativo nos setoresde serviços (-7.933 postos ), na indústria (-3.819 postos), na construção (-301 postos) e naagropecu­ária(-192).oúnico setor que registrou saldo positivo foi o comércio, que gerou 33 postos.

REESTRUTUR­AÇÃO

Em entrevista coletiva para comentar os resultados do Novo Caged, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, atribuiu a quedano volume de empregos à reforma trabalhist­a realizada pelo governo do presidente michel Temer, em 2017. A reforma promoveu uma mudança significat­iva na consolidaç­ão das Leis do Trabalho (CLT), coma implementa­ção de novasmodal­idades de contrato, como o trabalho intermiten­te.

De acordo com Marinho, houve uma queda na fiscalizaç­ão, o que precarizou os contratos trabalhist­as.

O ministro falou ainda sobre o fortalecim­ento das negociaçõe­s trabalhist­as, do papel dos sindicatos e da negociação coletiva como tarefas para o resgate da qualidade do trabalho. “Isso aqui é fundamenta­l. vamos voltar afalar de novo em fortalecer, valorizar e retomara negociação coletiva. Vamos promovera valorizaçã­o do mercado de trabalho. isso vai impactar a qualidade de trabalho para o futuro”, disse Marinho.

“Estamos falando da reestrutur­ação de todo o papel do Ministério do Trabalho”, acrescento­u.

REGIÕES

As 27 unidades federativa­s fecharam o mês com saldo negativo de empregos. Os destaques são: São Paulo, onde houve perda de 151.474 postos(-1,13%);minasgerai­s, com menos 45.761 postos (-1,01%); e Santa Catarina, com menos 39.268 postos (-1,64%).

Entre as regiões, o Sudeste fechou fevereiro com menos 212.362 postos. Na sequência vêm o Sul, com menos 102.993 postos; o Nordeste, com menos 52.018 postos; o Centro-oeste, com menos 35.740 postos; e a Região Norte, com menos 27.143 postos.

PERNAMBUCO E RECIFE

Em pernambuco, a olongo do ano foram abertas 569.002 vagas, a opas soque fecharam 500.090 postos, gerando saldo de 68.912.

No último mês de dezembro,o estado teve saldo negativo de -9.386, número maior do que o registrado ao fim de 2021 (-6.155).

Já no Recife, 2022 fechou com um saldo positivo de 26.463 carteiras assinadas, resultado de 205.169 contrataçõ­ese 178.706 demissões no período.

Estes números colocam o Recife na 3ª colocação do Nordeste em números totais e em 2º em termos per capita. Analisando deforma setorial, o setor de serviços respondeu por 18.163 das vagas criadas (68%), seguido pela construção Civil, com 4.176 postos. O Comércio e a Indústria, com 2.497 e 1.713, respectiva­mente, fecham os saldos positivos. Por fim, a Agropecuár­ia encerrou o ano com saldo negativo de 86 vagas.

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MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL Brasil teve resultado negativo no mês de dezembro de 2022 em relação à criação de vagas formais

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