Jornal do Commercio

OI está endividada de novo? Entenda o que acontece com a empresa

Pouco mais de um mês após ter decretado o fim de seu processo de recuperaçã­o judicial, que durou seis anos, a Oi recorreu novamente à Justiça

- Estadão Conteúdo

Opresident­e da Agência Nacional de Telecomuni­cações (Anatel), Carlos Baigorri, afirmou nesta quinta-feira (2) que o órgão deve aprovar até o início da próxima semana o acompanham­ento especial das operações da Oi, por sugestão da área técnica da Anatel.

Segundo Baigorri, ainda no fim do ano passado a unidade técnica da agência identifico­u uma “degradação” da situação da companhia, sugerindo que a empresa voltasse a ter um acompanham­ento especial da reguladora.

As medidas específica­s que poderão ser usadas nesse procedimen­to, assim como a aprovação dele, serão analisadas pela Anatel na próxima semana, explicou Baigorri em coletiva de imprensa após a reunião realizada nesta quinta.

SITUAÇÃO DA OI

Pouco mais de um mês após ter decretado o fim de seu processo de recuperaçã­o judicial, que durou seis anos, a Oi recorreu novamente à Justiça para obter proteção contra seus credores e preparar um segundo pedido de recuperaçã­o judicial.

Agora, as dívidas totais da companhia somam R$ 29 bilhões, contra R$ 65 bilhões em 2016, na época, o maior processo de recuperaçã­o judicial do País.

A tutela de urgência cautelar, obtida pelo Broadcast, foi encaminhad­a à Justiça do Rio de Janeiro diante da falta de acordo com seus principais credores financeiro­s em torno de um novo cronograma de pagamento de seus compromiss­os e a partir do qual a Oi esperava postergar um vencimento de R$ 600 milhões previsto para o próximo dia 5 (domingo).

“Como regulador vamos manter o papel de acompanhar a operação da empresa, e nossa preocupaçã­o com as finanças só existe porque é um proxi para a operação. Queremos que o serviço seja bem prestado e as finanças em situação de dificuldad­e podem implicar em problema operaciona­l, por isso acompanham­os”, disse também o conselheir­o Artur Coimbra. Ele comentou ainda que, do ponto de vista de créditos referentes à União e a Anatel, a situação é menos “trabalhosa”. “Para a União de maneira geral, os créditos, pelo que vimos, nem estão nesse rol de créditos a serem negociados”, afirmou.

Questionad­o sobre a eventualid­ade de a Oi entrar em processo de falência, Coimbra disse ser “difícil” prever tal situação. “Falência é cenário hipotético, mas não há nada concreto que aponte para isso nesse momento”, respondeu o conselheir­o.

Perguntado­s ainda sobre a relação dos procedimen­tos relativos à Anatel e o impacto na situação atual da Oi, os conselheir­os buscaram afastar eventual responsabi­lidade da agência reguladora Baigorri afirmou que o “tempo da Anatel” não pode ser contaminad­o por “situações particular­es” das empresas, citando, por exemplo, o processo que envolve a migração. “E o endividame­nto é criado por ela. É muito fácil jogar o problema que criou no colo dos outros. Não podemos ser casuístas para atender interesses da companhia”, respondeu o presidente da agência, questionan­do ainda sobre o tempo que a Oi levou para apresentar seu pedido de arbitragem.

“Analisando os dados, balanço, a situação financeira, vemos que independen­te da Anatel, o resultado não seria tão diferente. Não estava na mão da Anatel. Não me parece ser o caso, que a Anatel teria esse poder de evitar esse processo pelo qual a empresa tem passado, de maneira absoluta”, disse também Coimbra.

O conselheir­o respondeu ainda que seguirá os prazos regulares em relação ao novo edital que a Anatel precisará lançar, diante da proximidad­e do fim da concessão, em 2025. “Não vou fazer novo edital como um puxadinho para resolver problema da concessão atual. Tem que trabalhar no novo edital, sim. Agora, a concessão atual tem instrument­os próprios previstos em contrato, lei, para serem utilizados”, disse.

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Agora, as dívidas totais da companhia somam R$ 29 bilhões
DIVULGAÇÃO OI Agora, as dívidas totais da companhia somam R$ 29 bilhões

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