Formação de cidadãos e líderes globais, estadistas
O cidadão global é autocrítico, curioso, criativo, contínuo aprendiz proativo, empático, colaborativo, ponderado, com bons valores e princípios. Possui mente aberta, pensando crítica e sistemicamente.
Omundo tem oportunidades e desafios que requerem um sistema educacional apto a preparar as crianças e os jovens para viver e trabalhar numa sociedade globalizada, ser um cidadão global. Deve compreender várias formações educacionais: diplomacia, competência global, direitos humanos, paz, desenvolvimento sustentável e cidadania global.
Para esse objetivo ser alcançado, a formação dos gestores educacionais, professores e estudantes deve abranger o aprendizado sobre o mundo globalizado, através de redes e experiências globais. É fundamental que o processo ocorra desde criança, conscientizando-a sobre o senso dos direitos e das responsabilidades nas comunidades local, nacional e global, com o propósito do bem-estar coletivo.
O cidadão global é o indivíduo consciente de que faz parte de um mundo maior do que a comunidade onde vive; busca aprender com as melhores referências globais; compreende como o mundo funciona; participa de redes globais e é comprometido em encontrar soluções para os problemas locais e globais. Uma pessoa que quer fazer a diferença e almeja um mundo sempre melhor. O cidadão global está preparado para viver e trabalhar em qualquer lugar do mundo.
A cidadania global está associada às habilidades de observar a si próprio e o mundo, fazer comparações e enxergar as relações de poder e compreendê-las, de modo sistêmico. O cidadão global é autocrítico, curioso, criativo, contínuo aprendiz proativo, empático, colaborativo, ponderado, com bons valores e princípios. Possui mente aberta, pensando crítica e sistemicamente. É também, fluente em mais de um idioma, principalmente, o inglês.
A pedagogia da formação do cidadão global deve ser centrada no aprendiz. Ela compreende o estímulo ao diálogo; a saber fazer perguntas inteligentes; desenvolver ia resiliência e a competência para fazer acontecer. Busca o estabelecimento das conexões com o mundo real e o pensamento e aprendizado global. Essas competências e habilidades devem ser insumos para ações que objetivem a preservação do meio ambiente, a solução de problemas comunitários através da conscientização do povo sobre a importância da democracia e do voto responsável, visando a criação de sociedades virtuosas.
O cidadão global pode se tornar um líder global, um estadista, papel tão carente no mundo atual. Um estadista é equilibrado emocionalmente com visão macro e de longo prazo. Compreende os problemas e desafios sistemicamente; pensando criticamente e decidindo ponderadamente, sempre fundamentado em valores e princípios
GETTY IMAGES NORTH AMERICA / GETTY IMAGES VIA AFP com discurso e prática coerentes e atitudes que inspiram os seguidores a transcender os interesses pessoais por propósitos mais significativos para os grupo, sociedade, país, mundo . Quanto mais global, maior será o impacto das suas decisões.
Ban Ki-moon, ex-secretário das Organização das Nações Unidas-onu, é um caso de estadista exemplar. Nasceu na Coréia do Sul e tem mestrado na Escola de Governo de Harvard. Fez carreira no Ministério de Relações Internacionais da Coréia do Sul e atuou como diplomata em vários países, inclusive na área internacional das Nações Unidas.
Em palestra na Universidade de Harvard, afirmou que devemos ter consciência que vivemos num mundo globalizado e a visão nacionalista deve ser repudiada. Enfatizou a importância de formar líderes com visão global e consciência humanitária, social e sobre os problemas que afetam o mundo. Liderar ações para o cumprimento das 17 metas do desenvolvimento sustentável foi prioridade durante a sua gestão na ONU.
Na ocasião, também orientou que devemos nos perguntar diariamente: “Como posso contribuir para melhorar o mundo?” A resposta de cada um norteia suas ações. Concluiu o debate, resumindo: “Os líderes globais precisam compreender o mundo globalizado e interdependente; respeitar as diversidades e liderar ações para criar um mundo pacífico, digno para todos.”
Urge no mundo líderes estadistas. E a formação deles se inicia na infância.