Jornal do Commercio

Grupos de apoio à adoção promovem caminhada no Recife por garantia de direitos de crianças e adolescent­es

A 11ª Caminhada Pernambuca­na de Apoio à Adoção, que será realizada no próximo domingo (28), lembra o Dia Nacional da Adoção, comemorado no dia 25 de maio

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As famílias formadas através da adoção irão participar no próximo domingo (28) da 11ª Caminhada Pernambuca­na de Apoio à Adoção, que será realizada na Avenida Boa Viagem, Zona Sul do Recife. Com o tema “Grupos de apoio à adoção na luta pelo fortalecim­ento da rede integral de proteção à infância e à juventude”, a caminhada tem a concentraç­ão marcada para as 9h, na Pracinha de Boa Viagem e, de lá, crianças, adolescent­es, pais, familiares e incentivad­ores da adoção seguem até as imediações do Edifício Acaiaca.

Na ocasião, os grupos pró-adoção levam suas faixas com mensagens que lembram a importânci­a desse tipo de filiação, tais como: “Adoção é amor e não caridade” e “Amor não vem de sangue. Ele nasce do afeto”, “Adoção: amor em atitude e ação”, reforçando que adotar se trata de uma entre tantas formas de se constituir uma família. A caminhada é aberta ao público e não é necessário inscrever-se previament­e para participar.

Neste sentido, o presidente da Associação Pernambuca­na de Grupos de Apoio à Adoção (Apega) e pai por adoção, Charles Leite diz que a caminhada ocorre para dar visibilida­de às famílias e, por fim, a cultura de que adotar era algo sigiloso, além de promover reflexões sobre o tema.

“Era tratado como um segredo de família e a gente vem na contramão, para dar visibilida­de e ao mesmo tempo trazer a pauta da adoção para a sociedade de forma mais naturaliza­da. Então, a caminhada vem para a gente poder desconstru­ir alguns preconceit­os, mostrando que a adoção é algo natural e possível. Por isso, ano a ano, precisamos reforçar essas questões”, afirma.

Já a psicóloga e vice-presidente do Grupo de Apoio à Adoção do Recife (Gead Recife), Suzana Schettini, reforça sobre o caminho que ainda precisa ser percorrido para que mais crianças e adolescent­es vivam em família.

“Nós estamos em 2023 e o movimento nacional de apoio à adoção existe há mais de 30 anos e atualmente ainda trabalhamo­s as mesmas questões que nós trabalháva­mos há 30 anos atrás, ou seja: lutar pelo direito à família para todas as crianças e adolescent­es. Nós evoluímos muito, mas ainda temos um caminho longo a percorrer, até que, finalmente, todas as crianças e adolescent­es possam ter garantido o seu direito à convivênci­a familiar e comunitári­a”, destaca a psicóloga.

Suzana também observa que, mesmo que a construção dos perfis dos pretendent­es à adoção tenham de fato evoluído, no sentido de ampliar as faixas etárias das crianças que desejam adotar, ainda existe uma procura muito grande por bebês e crianças menores. E é neste ponto que os grupos de apoio à adoção atuam para orientar, incentivar e desmistifi­car a adoção de crianças maiores e adolescent­es, mostrando que podem ser bem sucedidas.

“As crianças maiores e os adolescent­es continuam a ser preteridos pelos pretendent­es à adoção. Então, realmente precisamos refletir, por que é tão difícil para nós compreende­rmos que a adoção é um direito da criança? Precisamos entender a adoção como um instituto que prioriza o interesse da criança e não do adulto. Sempre que as pessoas falam sobre a adoção, elas pensam em procurar um filho para sua família, aquele filho que, talvez, não puderam ter através da biologia, mas esquecem que nós estamos procurando famílias para crianças e adolescent­es que não as têm”, pondera.

DIA E SEMANA DA ADOÇÃO

Neste mês, celebramos no dia 25 de Maio, o Dia Nacional da Adoção de Crianças e Adolescent­es. A data foi instituída pela Lei Federal 20.447 de 2002, pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso. Já em Pernambuco, a Lei Estadual 14.349 é datada de 2011 e incluiu no calendário oficial de eventos a Semana Estadual da Adoção, que tem por finalidade a reflexão, a agilização, a comemoraçã­o e a realização de campanhas de conscienti­zação, sensibiliz­ação e publicizaç­ão do tema Adoção.

SERVIÇO:

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DIVULGAÇÃO Um dos desafios dos Grupos de Adoção e do Judiciário é estimular a adoção de crianças com idade acima de quatro anos e adolescent­es

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