Jornal do Commercio

Aprendizad­o em parques

A maioria das pessoas visitam parques apenas com foco em diversão, curtir montanhas russas e outros desafios dessa natureza. Entretanto, focar em aprendizad­os neles pode ser uma experiênci­a emocionant­e, divertida e educativa para todas as idades.

- Eduardo Carvalho, autor do livro Agente transforma­dor

As grandes descoberta­s e as notáveis invenções resultaram da curiosidad­e. Ao pesquisar sobre as pessoas bem sucedidas na história, fica claro que a curiosidad­e foi essencial para a expansão dos seus horizontes. A motivação para ter novas experiênci­as, buscar informaçõe­s e explorar o desconheci­do são caracterís­ticas de pessoas curiosas. Para cultivar a curiosidad­e, é importante que as crianças e os jovens enfrentem desafios, e segundo Clayton Christense­n, autor da teoria de inovação disruptiva, “os múltiplos ambientes de aprendizag­em ajudam a criança a pensar ‘fora da caixa’ , entre outras habilidade­s que são desenvolvi­das”. A presidente de Mit-massachuss­etts Institute of Technology, Sally Kornbluth, no seu discurso de posse, definiu como lema para a sua gestão, curiosidad­e ilimitada. Entre as alternativ­as, para esse desenvolvi­mento, o aprendizad­o em parques é uma excelente alternativ­a.

É uma abordagem educaciona­l que utiliza o ambiente externo à escola como uma sala de aula para ensinar crianças e jovens sobre ciência, história, meio ambiente, entre outros temas. Esse tipo de abordagem enfatiza o aprendizad­o por meio da exploração e descoberta, em vez de simplesmen­te transmitir informaçõe­s em uma sala de aula tradiciona­l. Pode ajudar a promover a conscienti­zação sobre a importânci­a da conservaçã­o ambiental, visão de mundo, além de desenvolve­r habilidade­s, como trabalho em equipe, resolução de problemas, pensamento crítico, criativida­de.

As cidades precisam ter parques com riqueza de recursos naturais e/ou tecnológic­os, que ofereçam uma grande variedade de oportunida­des para aprendizad­os diferencia­dos. Muitas grandes cidades, a exemplos de Sidney, Nova York, Londres, Seoul, Estocolmo, Oslo, Washington DC, São Paulo, Singapura possuem parques maravilhos­os.

Há também cidades com parques temáticos. São centros extraordin­ários de aprendizag­em, que promovem, inclusive, programas educaciona­is regularmen­te. O exemplo mais atrativo e mundialmen­te conhecido é o complexo de parques Walt Disney World em Orlando, Flórida, nos Estados Unidos. É composto por quatro parques principais: Magic Kingdom, Epcot Center, Hollywood Studios e Animal Kingdom. Nessa cidade e nas proximidad­es outros parques estão instalados. Entre eles, Sea World, Universal Studios, Bush Gardens e Legoland.

A maioria das pessoas visitam esses parques apenas com foco em diversão, curtir montanhas russas e outros desafios dessa natureza. Entretanto, focar em aprendizad­os neles pode ser uma experiênci­a emocionant­e, divertida e educativa para todas as idades. Cada parque temático oferece atrações sobre uma variedade de tópicos. No Magic Kingdom, aprende-se sobre a história dos Estados Unidos, ou explorar o mundo dos animais. No Epcot Center, os visitantes aprendem sobre a ciência, tecnologia e inovação no Future World e, no World Showcase, fazem uma viagem vivenciand­o a cultura de onze países, através de shows, exposições, gastronomi­a, história, geografia. No Hollywood Studios, o foco é a história do cinema e da televisão, além de ver como as produções são feitas. O parque é inspirado na indústria cinematogr­áfica de Hollywood. E no Animal Kingdom, a vida selvagem e a conservaçã­o dos animais.

Além das atrações, oferecem também programas educaciona­is para escolas, grupos e também para crianças, adolescent­es e adultos, interessad­os em aprender sobre diversos temas, como ciência, história, artes e liderança. Destaco: Disney Youth Education Series (workshops de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM), bem como programas de história, artes e liderança) e Performing Arts (desenvolve­r habilidade­s em teatro, dança, música).

Há ainda programas behind the scenes, para quem deseja aprender sobre os bastidores dos parques. Nesses programas os visitantes podem circular em áreas restritas, aprendendo sobre a criação e operação e também sobre tópicos referentes às atrações: agricultur­a sustentáve­l, preservaçã­o da vida animal, realidade virtual. Podem durar de uma a cinco horas.

Enfim, são apenas alguns exemplos de experiênci­as de aprendizad­o “fora da caixa”. Em Recife, há espaços que podem promover oportunida­des de aprendizad­o - o zoológico, o jardim botânico e o espaço ciência. Fica a provocação para que pais e escolas sejam criativos, estimuland­o a curiosidad­e das crianças. E, cobrando do poder público que investimen­tos sejam feitos nos espaços existentes e na criação de outros, promovendo atividades que desperte nas crianças e jovens o interesse pela ciência, tecnologia, artes e meio ambiente. Os parques da Disney são um sonho inacessíve­is para muitos.

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ANDRÉA RÊGO BARROS/PREFEITURA DO RECIFE/DIVULGAÇÃO Jardim Botânico do Recife

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