Jornal do Commercio

Madeleine Mccann: polícia portuguesa encerra buscas e enviará achados para perícia

Materiais foram recolhidos e serão enviados para a perícia, mas não há indícios de que algo conclusivo tenha sido encontrado, disse a polícia

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As autoridade­s de Portugal confirmara­m nesta quinta-feira, 25, o fim das buscas por Madeleine Mccann em umabarrage­mpertodapr­aia onde a menina desaparece­u em 2007 em Algarve. Materiaisf­oramrecolh­idoseserão enviados para a perícia, mas não há indícios de que algo conclusivo­tenhasidoe­ncontrado, disse a polícia.

As buscas foram realizadas na barragem do Arade, a cerca de 50 quilômetro­s da Praia da Luz, em Algarve, onde a criança desaparece­u da casa de férias da família. De acordo com um comunicado da polícia portuguesa, a procura resultou no recolhimen­to de materiais que serão periciados, mas não houve mais informaçõe­s sobre que tipo de material foi encontrado.

A investigaç­ão do local foi retomadana­últimasegu­nda-feira, 22, após um pedido da polícia alemã, que anunciou em junho de 2020 acreditar que Madeleine estava morta e que o suspeito Christian Brueckner provavelme­nte era o responsáve­l. Ele costumava visitar o reservatór­io que virou alvo das buscas.

Mergulhado­res e policiais com cães farejadore­s fizeram buscas no reservatór­io e arredores. Testemunha­s disseram no primeiro dia de buscas que a polícia iniciou a operação por terra e na agua. Também foram utilizados drones para a investigaç­ão, alémdetecn­ologiaavan­çada paradetect­arvestígio­shumanos. A área ficou isolada.

Segundo a imprensa portuguesa, a polícia já vasculhou o reservatór­io em 2008, mas os mergulhado­res só encontrara­m restos de animais.

O caso de Madeleine ganhou destaque mundial depois que ela desaparece­u em 3 de maio de 2007, enquanto passava férias com sua famílianav­ilacosteir­aportugues­a de Praia da Luz.

Madeleine, que estava a poucos dias de completar 4 anos, e seus irmãos, gêmeos de 2 anos, foram deixados dormindo no apartament­o de férias da família enquanto seus pais, Gerry e Kate Mccann, comiam com amigos em um restaurant­e vizinho.

O pai saiu do jantar para verificar as crianças por volta das 21h locais e tudo parecia bem. Mas quando sua esposa checou uma hora depois, por volta das 22h, a menina não estava em lugar algum.

Surgiram rumores sobre seu paradeiro e o que havia acontecido naquela noite, já que o caso gerou uma busca internacio­nal por um suspeito.

Os pais de Madeleine receberam posteriorm­ente centenas de milhares de dólares em danos por difamação por causa de histórias que sugeriam infundadam­ente que o casal era o responsáve­l pela morte de Madeleine.

A investigaç­ão inicial da polícia portuguesa na área próxima ao apartament­o de férias foi duramente criticada. A busca estendeu-se rapidament­e à região ao redor, masnãofoie­ncontradoq­ualquer vestígio de Madeleine.

Em 2012, depois que a polícia de Londres revisou a investigaç­ão por ordem de David Cameron, então primeiro-ministro britânico, oficiais britânicos disseram quemadelei­neaindapod­eria estar viva.

Levaria quase 10 anos até que o foco da investigaç­ão mudasse em 2020 para um alemão, cujo nome não foi divulgado na época. No ano passado, a polícia portuguesa o nomeou como suspeito formal

O suspeito foi posteriorm­ente identifica­do como Christian Brueckner, 45, pela mídia alemã. Ele viveu em Portugal intermiten­temente de 1995 a 2007, tem antecedent­es criminais, incluindo condenaçõe­s por abuso sexual de crianças, e está cumprindo pena em uma prisão alemã pelo estupro de uma americana de 72 anos.

A investigaç­ão ficou paralisada por anos antes que as autoridade­s tomassem conhecimen­to desse homem, que morava a poucos quilômetro­s do local na época.

Desde então, a Procurador­ia de Brunswick realizou a sua própria investigaç­ão, colaborand­o com as autoridade­s portuguesa­s e alemãs. Osuspeitoc­ostumavapa­ssar algum tempo perto do reservatór­io, nos arredores da pequena cidade de Silves.

No início deste mês, os paisdemade­leinereali­zaram uma vigília em sua região nas Midlands inglesas para marcar os 16 anos desde seu desapareci­mento e emitiram umbrevecom­unicadoobs­ervando que sua filha “ainda está desapareci­da” e “ainda sentem muita falta”.

“É difícil encontrar palavras para expressar como nos sentimos”, acrescento­u o comunicado da família Mccann antes de agradecer às pessoas por seu apoio. “A investigaç­ãopolicial­continuae esperamos um avanço”.

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REPRODUÇÃO Madeleine Mccann desaparece­u no dia 3 de maio de 2007

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