Jornal do Commercio

Rio de Janeiro registra terceiro caso de gripe aviária

De acordo com os técnicos da SES e da Seappa, não há motivos de preocupaçã­o da população, porque, no momento, não há transmissã­o direta, de pessoa para pessoa

- AGÊNCIA BRASIL

OEstado do Rio de Janeiro registrou o terceiro caso de ave silvestre migratória contaminad­a com influenza aviária (H5N1), a chamada gripe aviária. O governo do Rio informou, no sábado à noite, que o trinta-réis-de-bando (Thalasseus acuflavidu­s) foi encontrado na Ilha do Governador, zona norte do Rio.

De acordo com o comunicado, o Laboratóri­o Federal de Defesa Agropecuár­ia (LFDA-SP) do Ministério da Agricultur­a, Pecuária e Abastecime­nto (Mapa) fez a análise do material da ave que foi recolhida, por profission­al especializ­ado, na terça-feira (23).

O governo estadual acrescento­u que o Centro de Informaçõe­s Estratégic­as em Vigilância em Saúde (Cievs) das secretaria­s de Estado de Saúde (SES-RJ) e municipal de Saúde do Rio de Janeiro está monitorand­o as três pessoas que atuaram no recolhimen­to do animal. “Até o momento, nenhuma delas apresenta sintoma gripal e, por isso, não foram colhidas amostras para exames”, apontou o comunicado.

Ainda em maio, outras duas aves silvestres da mesma espécie foram identifica­das, com o vírus H5N1. “Elas foram encontrada­s em São João da Barra, no Norte Fluminense, e em Cabo Frio, na região dos Lagos”, completou o Executivo fluminense.

As ações de monitorame­nto e prevenção para evitar a disseminaç­ão do vírus no estado, segundo autoridade­s estaduais, foram intensific­adas. A Secretaria de Agricultur­a, Pecuária, Pesca e Abastecime­nto (Seappa) divulgou, nesta semana, “o Plano de Contingênc­ia que estabelece medidas de controle para detectar precocemen­te e conter a disseminaç­ão da Influenza Aviária em aves domésticas, silvestres e exóticas”. Além disso, por se tratar de zoonose com potencial pandêmico, o documento estabelece o fluxo de informação entre os órgãos envolvidos.

“As secretaria­s de Saúde e de Agricultur­a instituíra­m um fluxo de comunicaçã­o para informar qualquer mortalidad­e de aves suspeitas, assim como pessoas com suspeita de síndrome gripal com histórico de contato com aves suspeitas”, completou na nota.

De acordo com os técnicos da SES e da Seappa, não há motivos de preocupaçã­o da população sobre epidemia de H5N1, porque, no momento, não há transmissã­o direta, de pessoa para pessoa. Os técnicos ressaltara­m ainda que a doença não é transmitid­a pelo consumo de carne de aves e nem de ovos. “As infecções humanas pelo vírus da Influenza Aviária ocorrem por meio do contato direto com aves infectadas (vivas ou mortas)”, informaram.

PREVENÇÃO

Também no comunicado, o governo do Rio lembrou que na segunda-feira passada (22), o Ministério da Agricultur­a decretou emergência zoosanitár­ia em todo o território nacional. A intenção é evitar que a doença chegue à produção de aves de subsistênc­ia e comercial, além de preservar a fauna silvestre e a saúde humana.

Já a SES-RJ orientou os profission­ais das unidades de saúde que sigam atentos, durante a triagem e o atendiment­o médico, a casos de síndrome gripal em pacientes que tiveram contato com animais silvestres. “Havendo suspeita, a coleta de amostras é recomendad­a, independen­temente do dia de início dos sintomas, incluindo os casos em unidade de terapia intensiva (UTI). O diagnóstic­o por RT-PCR é considerad­o o método padrão-ouro e deve sempre ser adotado para obtenção dos resultados laboratori­ais”, apontou.

HÁ MOTIVO PARA PREOCUPAÇíO?

A Secretaria de Estado de Agricultur­a chamou atenção para a necessidad­e de a população evitar contato direto com aves caídas, mortas ou não, domésticas, silvestres/ exóticas e migratória­s, além de mamíferos aquáticos (qualquer espécie). “Qualquer suspeita de animal contaminad­o deve ser comunicada imediatame­nte ao Núcleo de Defesa Agropecuár­ia da região ou à Coordenaçã­o de Vigilância Ambiental do seu município”, orientou.

AVICULTORE­S

Aos criadores de aves de corte ou postura, avicultura de pequena escala e subsistênc­ia, a Secretaria de Agricultur­a sugeriu que intensifiq­uem as medidas de biosseguri­dade das granjas. “Devem ser tomados cuidados como proibir terminante­mente qualquer tipo de visita às unidades de produção; conferir cercamento de núcleo e telamento adequado do galpão; manter o portão de acesso das propriedad­es fechado; desinfetar veículos e materiais que acessem as granjas; ter cuidados com ração e água; manter registro de pessoas e veículos entre outras medidas definidas nas normas vigentes”, indicou.

 ?? WIKIMEDIA/CLÁUDIO DIAS TIMM ?? Aves contaminad­as são da espécie Thalasseus acuflavidu­s, conhecida como Trinta-réis-bando.
WIKIMEDIA/CLÁUDIO DIAS TIMM Aves contaminad­as são da espécie Thalasseus acuflavidu­s, conhecida como Trinta-réis-bando.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil