Jornal do Commercio

Jornalista­s são agredidos por seguranças de Maduro e agentes do GSI. Entidades de jornais e de jornalista­s repudiam

O tumulto começou quando os profission­ais de imprensa tentaram se aproximar do presidente venezuelan­o para entrevistá-lo

- FILIPE FARIAS

Ao final da reunião entre os 11 presidente­s da América do Sul, nesta terça-feira (30), em Brasília, alguns jornalista­s acabaram sendo agredidos ao tentarem se aproximar do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, para entrevistá-lo.

Diante da investida dos profission­ais de imprensa, os seguranças do chefe de Estado venezuelan­o tentaram impedir a aproximaçã­o com empurrões e até socos. Agentes do Gabinete de Segurança Institucio­nal (GSI) da Presidênci­a brasileira também atuaram impedindo o trabalho dos jornalista­s que estavam trabalhand­o no Itamaraty.

Em nota, a Associação Nacional de Jornais (ANJ) repudiou a ação dos seguranças e agentes e afirmou que “a violência contra a imprensa é inaceitáve­l em uma democracia”. Além disso, a ANJ disse que aguarda apuração rigorosa das autoridade­s com a devida responsabi­lização dos agressores, sejam eles brasileiro­s ou estrangeir­os.

A Federação Nacional dos Jornalista­s (FENAJ) lamentou os incidentes no Palácio do Itamaraty e “pede que o Ministério das Relações Exteriores (MRE) e a Secretaria de Comunicaçã­o Social da Presidênci­a da República (Secom) apurem eventuais abusos cometidos contra os profission­ais da imprensa”. A FENAJ também se colocou “à disposição para dar o suporte que venha a ser necessário”.

Ainda de acordo com relato dos profission­ais que trabalhara­m no evento, não havia estrutura adequada para o trabalho dos profission­ais na área do saguão, como a disponibil­ização de um púlpito e uma prévia organizaçã­o das posições. Diante disso, houve tumulto, que se agravou durante a passagem do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que culminou na ação truculenta dos seguranças venezuelan­os e dos agentes do GSI.

Por fim, a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT) disse em nota que “é injustific­ável e inaceitáve­l que em um governo democrátic­o como no Brasil, seguranças agridam a imprensa, a exemplo do que habitualme­nte acontece na Venezuela”. A entidade reafirmou a “defesa intransige­nte da liberdade de expressão e do direito à livre informação e pede às autoridade­s brasileira­s uma rigorosa apuração do caso

e punição dos agressores”.

MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES

Através das redes sociais, o Itamaraty lamentou o ocorrido na noite desta terça-feira (30). “O Ministério das Relações Exteriores lamenta o incidente no qual houve agressão a profission­ais de imprensa, ao final da Reunião de Presidente­s da América do Sul. Providênci­as serão tomadas para apurar responsabi­lidades”.

 ?? RICARDO STUCKERT / PR ?? Presença do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em Brasília, foi contestada pelos presidente­s do Uruguai e do Chile
RICARDO STUCKERT / PR Presença do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em Brasília, foi contestada pelos presidente­s do Uruguai e do Chile

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