Jornal do Commercio

Bolsonaro dá sua versão sobre minuta do golpe

Em vídeo divulgado pelo ex-presidente, o advogado Paulo Cunha Bueno afirma que a defesa busca esclarecer a situação

- Estadão Conteúdo

Oex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou na manhã desta sexta-feira (9) em suas redes sociais, que a minuta de um discurso de decretação de Estado de Sítio e Garantia da Lei e de Ordem (GLO) encontrada pela Polícia Federal (PF) na sede do Partido Liberal (PL), nada mais era que peça de processo fornecido pelo ministro encarregad­o do inquérito. Para a PF, Bolsonaro teria tido participaç­ão direta na edição da minuta que circulou entre seus aliados após o segundo turno das eleições de 2022. Já a defesa aponta que esse mesmo documento havia sido apreendido pela PF durante a prisão do tenente-coronel Mauro Cid em maio de 2023.

VÍDEO DA DEFESA

Em vídeo divulgado pelo ex-presidente, o advogado Paulo Cunha Bueno afirma que a defesa busca esclarecer a situação para que não haja “nenhum tipo de confusão com relação quanto ao que foi encontrado”. “Tratava-se sim de uma minuta que se encontrava armazenada no telefone celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens, e que na ocasião de sua prisão havida em maio do ano passado foi objeto de apreensão”, diz Paulo Cunha.

O advogado conta que o documento estava impresso para que o Bolsonaro pudesse ler. “Recebido o documento em seu telefone celular, o presidente, que não é adepto de leitura na tela pequena, na tela de minuta de um telefone, solicitou à assessoria a impressão em papel do documento. E assim foi feito. Resta evidente, portanto, que o documento apreendido, na data de hoje, é exatamente aquele encaminhad­o por mim, na condição de seu advogado, contendo o quanto havia sido apreendido em maio no telefone do Coronel Mauro Cid”. Agora, defesa irá apresentar a ata notarial das mensagens trocadas diretament­e nos alto da investigaç­ão para que o fato não tome “relevância que inicialmen­te poderia supor”, informa também.

TEMPUS VERITATIS

A apreensão do documento foi realizada durante operação deflagrada nesta quinta-feira, Tempus Veritatis, nas dependênci­as do Partido Liberal (PL) em Brasília. Antes da confiscaçã­o da minuta, a PF já tinha indicativo­s de que Bolsonaro editou texto de uma minuta de decreto de golpe para anular o resultado das eleições e prender o ministro Alexandre de Moraes, do STF, que conduz as investigaç­ões.

Na quinta-feira, à Coluna do Estadão, Bolsonaro disse não saber os motivos para ser alvo da operação. “Vamos buscar acesso ao inquérito, do que se trata. Por enquanto está uma incógnita aqui. Não tenho acesso ao que é, qual o motivo da busca e apreensão e o que está sendo investigad­o”, dizendo que o “perseguem o tempo todo”.

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VALTER CAMPANATO/AGÊNCIA BRASIL O advogado conta que o documento estava impresso para que Bolsonaro pudesse ler

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