Jornal do Commercio

Operação da Polícia Federal deixou Bolsonaro fora do prumo

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MEIO DESGOSTOSO

Essa importante figura de linguagem, o eufemismo, foi usada ontem, pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), depois de um telefonema para um dos caseiros que cuida da manutenção da casa alugada pelo partido, no Jardim Botânico, em Brasília.

- Como é que “tá” o clima aí?

- Presidente, como se diz lá no Piauí, “cerração baixa é sol que racha”. Hoje o clima amanheceu assim.

Do outro lado, um Bolsonaro inquieto com os últimos desdobrame­ntos da operação “Tempus veritatis”.

O ex-chefe do Poder Executivo que, segundo as investigaç­ões da Polícia Federal, teria feito tratativas para dar início a um golpe de Estado está é preocupado. Hoje nem passaporte o homem tem mais.

LINHA CRUZADA

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, impedido de manter contato com Jair Bolsonaro, “delegou” ao deputado federal Capitão Augusto (PLSP) a “missão” de ser o elo entre eles.

O partido tinha reservado duas datas, uma logo após o Carnaval, em Goiânia (GO) e outra em Dourados (MS), para que Bolsonaro estivesse presente, “mas os detalhes precisam ser fechados atrás (sic) de você, Capitão”, sentenciou Valdemar.

O Capitão Augusto atribui ao presidente da legenda o papel de ser “a maior representa­ção dos valores conservado­res em nosso país”. Está tudo em casa.

DOIS POMBINHOS, UMA LADEIRA

Fiquei sabendo que a presidente Nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), passa a temporada de Carnaval no Recife, para “bater o martelo” de uma hipotética aliança com o PSB, visando às eleições municipais de outubro, na capital pernambuca­na.

O sonho de Gleisi é voltar para o Paraná com a foto apertando as mãos do prefeito, João Campos (PSB), e do médico Mozar Sales, atual assessor do ministro Alexandre Padilha, das Relações Institucio­nais. Outros dois nomes também disputam a possível indicação: o deputado federal Carlos Veras e a vereadora do Recife, Liana Cirne.

Mas o que “dona Glesi” gostaria, mesmo, era que seu namorado, o também deputado Lindbergh Farias (PTRJ) pedisse sua mão, em casamento em uma das ladeiras de Olinda.

“DIABO LOURO”

Eu até liguei e deixei recado no celular de Lindbergh. Ele poderia cantar a música do poeta Jota Micheles.

“Um diabo louro faiscou na minha frente

Com cara de gente, bonita demais

Chegou de bobeira marcando zoeira no meio da praça

Quebrando vidraças isso não se faz.”

INTOLERÂNC­IA POLÍTICA

Gilson Machado (PL), ex-ministro do Turismo do governo Bolsonaro, não deu nome aos bois para não se compromete­r, mas disse que o desenrolar da operação da Polícia Federal

“é um verdadeiro carnaval de hipocrisia e violência à liberdade de expressão”. E sentenciou: “quem zomba hoje, pode chorar amanhã”, disse o entristeci­do folião, mais afeito ao forró.

PENSE NISSO!

A Presidênci­a da Conferênci­a Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) não quer meter o bedelho sobre a operação “Tempus veritatis.”

O nome do padre José Eduardo de Oliveira e Silva, da paróquia São Domingos, em Osasco (SP), surpreende­u a cúpula da Igreja Católica, mas os bispos delegaram ao bispo dom João Bosco a missão de “puxar a orelha” do padre Zé.

O religioso foi apontado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, como integrante do esquema que teria elaborado a minuta do golpe de Estado.

Segundo o documento do STF, o religioso teria a função de“assessoram­ento e elaboração de minutas de decretos com fundamenta­ção jurídica e doutrinári­a que atendessem aos interesses golpistas do grupo investigad­o”.

Rezar para salvar as “ovelhas” em descaminho o senhor não quer, não é padre?

Pense nisso!

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Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, foi preso durante operação da PF por porte ilegal de arma

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